Tostão

Ex-Cruzeiro, Vasco e Seleção
Ele foi genial dentro de campo. E fora dele, seja como médico, comentarista, colunista, escritor, dentre outras várias funções que exerce, Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão é referência para qualquer um que goste de um futebol de alto nível técnico. Sem dúvidas, o maior talento que já vestiu a camisa do Cruzeiro Esporte Clube. Foi o maior jogador mineiro depois de Pelé.

Como meia ou centroavante, Tostão brilhou nos gramados do Brasil durante a década de 60 e começo dos anos 70. Infelizmente, aquele craque com visão de jogo inigualável, teve sua carreira abreviada - ironicamente - por um problema no olho esquerdo. Em uma partida contra o Corinthians, em 1969, o craque foi atingido por um potente chute do zagueiro Ditão, o que acabou por comprometer sua retina.

Com apenas 27 anos, Tostão não podia mais jogar futebol, sob o risco de ficar cego. Mas a genialidade de Edu - como era chamado quando criança - garantiria um futuro de sucesso a ele. Formou-se em medicina em Belo Horizonte e passou a exercer a profissão.

Após alguns anos de dedicação à medicina, passou a ser comentarista esportivo e cronista. Hoje, Tostão é respeitado por sua inteligência e coerência analisando futebol para todos os tipos de mídias, sendo requisitado freqüentemente pelos mais variados meios de comunicação.

Durante os quase dez anos em que defendeu o Cruzeiro, Tostão conquistou o pentacampeonato mineiro, sagrando-se artilheiro da competição em quatro oportunidades. Porém, os feitos mais marcantes do jogador ainda estavam por vir.

O título da Taça Brasil sobre o Santos de Pelé, em 1966, elevou-o ao patamar máximo de ídolo. Formando uma dupla inesquecível com Dirceu Lopes, o Cruzeiro venceu as duas partidas, por 6 a 2 (no Mineirão) e 3 a 2 (em pleno Pacaembu).

O time da Toca da Raposa contava ainda com Piazza, Raul, Natal e Evaldo. Veja na foto acima, Gilmar dos Santos Neves, Carlos Alberto Torres e o jovem Tostão no momento do gol de Natal, um dos seis marcados pelo Cruzeiro contra o Santos no dia 1º de dezembro de 1966. No jogo de volta, no dia 8, Tostão fez de falta para o Cruzeiro, que venceu o Peixe, de virada, por 3 a 2. No primeiro tempo, o Santos derrotava a Raposa por 2 a 0.

Mas foi na Copa de 1970 que Tostão escreveu o nome da história do futebol. Ao lado de Clodoaldo, Pelé, Gérson, Rivelino e Jairzinho, fez parte da Seleção Brasileira que encantou o mundo ao abocanhar o título com uma incontestável goleada sobre a Itália, por 4 a 1.

Mesmo jogando um pouco fora de posição, o ex-craque brilhou abrindo espaço para os companheiros, exercendo um futebol extremamente solidário. A jogada contra a Inglaterra, que acabou no gol marcado por Jairzinho, é até hoje uma das mais reprisadas pela TV. Em 65 jogos
Pelo Brasil, balançou a rede 36 vezes.

Nascido em Belo Horizonte, capital mineira, em 25 de janeiro de 1947, Tostão começou a carreira profissional no América-MG, antes de ter sido contratado a peso de ouro pelo Cruzeiro.

Tostão sempre foi um exemplo de dedicação e profissionalismo dentro do futebol. Treinava sozinho e procurava aperfeiçoar seus pontos fracos, como o chute de direita. Também se destacava pela capacidade de prever e se antecipar ao lance, prova de sua imensa sabedoria e inteligência. Em 1972 foi protagonista da até então maior contratação do futebol brasileiro, ao ser vendido para o Vasco por cerca de 3,5 milhões de cruzeiros.

O ex-meia jogou pouco tempo no clube carioca, menos de um ano. A retina novamente inflamou e Tostão foi submetido a mais uma cirurgia em Houston (EUA). A vista de Tostão ficou prejudicada, mas o futebol dele ainda está na retina dos amantes do futebol brasileiro e mundial.
 
Curiosidades
 
Tostão foi um dos 47 jogadores convocados, pelo técnico Vicente Feola, para o período de treinamento que visava conquistar a Copa da Inglaterra e, consequentemente, o tricampeonato mundial de futebol. Infelizmente deu tudo errado.

Os 47 jogadores convocados, devido a forte pressão dos dirigentes dos clubes, para o período de treinamento em Serra Negra-SP e Caxambu-MG como preparação para a Copa de 66, na Inglaterra, foram: Fábio - São Paulo, Gylmar - Santos, Manga - Botafogo, Ubirajara Mota - Bangu e Valdir - Palmeiras (goleiros); Carlos Alberto Torres - Santos, Djalma Santos - Palmeiras, Fidélis - Bangu, Murilo - Flamengo, Édson Cegonha - Corinthians, Paulo Henrique - Flamengo e Rildo - Botafogo (laterais); Altair - Fluminense, Bellini - São Paulo, Brito - Vasco, Ditão - Flamengo, Djalma Dias - Palmeiras, Fontana - Vasco, Leônidas - América/RJ, Orlando Peçanha - Santos e Roberto Dias - São Paulo (zagueiros); Denílson - Fluminense, Dino Sani - Corinthians, Dudu - Palmeiras, Edu - Santos, Fefeu - São Paulo, Gérson - Botafogo, Lima - Santos, Oldair - Vasco e Zito - Santos (apoiadores); Alcindo - Grêmio, Amarildo - Milan, Célio - Vasco, Flávio - Corinthians, Garrincha - Corinthians, Ivair - Portuguesa de Desportos, Jair da Costa - Inter de Milão, Jairzinho - Botafogo, Nado-Náutico, Parada - Botafogo, Paraná - São Paulo, Paulo Borges - Bangu, Pelé - Santos, Servílio - Palmeiras, Rinaldo - Palmeiras, Silva - Flamengo e Tostão - Cruzeiro (atacantes).

Dos 47 convocados por Vicente Feola, para esse infeliz período de treinamentos, acabaram viajando para a Inglaterra os seguintes 22 "sobreviventes": Gilmar e Manga (goleiros); Djalma Santos, Fidélis, Paulo Henrique e Rildo (laterais); Bellini, Altair, Brito e Orlando Peçanha (zagueiros); Denílson, Lima, Gérson e Zito (apoiadores); Garrincha, Edu, Alcindo, Pelé, Jairzinho, Silva, Tostão e Paraná (atacantes).

Tostão comemora aniversário no mesmo dia do português Eusébio e do atacante Robinho. Um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro nasceu no dia 25 de janeiro de 1947.

Além de técnico, Tostão era artilheiro. Com a camisa do Cruzeiro, entre 65 e 72, ele marcou 249 gols, tornando-se o maior artilheiro da história do clube.

Frase

"Zagallo não queria que eu jogasse com Pelé", confessando que o então técnico da Seleção Brasileira não pretendia colocar os dois atletas atuando juntos por causa dos poucos gols que o centroavante marcou nas Eliminatórias da Copa de 70.
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FICHA DO CRAQUE:

Nome: Eduardo Gonçalves de Andrade Data e local de nascimento: 25/1/1947, em Belo Horizonte (MG) Posição: Atacante.

Clubes: Cruzeiro, em 61, América Mineiro, em 62 e 64, Cruzeiro, de 65 a 72, Vasco, de 72 a 73.

Títulos: Taça Brasil de 66; Campeonato Mineiro de 65, 66, 67, 68 e 69; Copa Rio Branco de 67, pelo Cruzeiro; Copa do Mundo de 70 e da Minicopa de 72, pela Seleção Brasileira.

Pela Seleção Brasileira:

Atuou em 65 jogos, sendo 47 vitórias, 12 empates e seis derrotas. Marcou 36 gols.
Fonte: "Seleção Brasileira - 90 Anos - 1914 - 2004", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.

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