SporTV

Campeonato Brasileiro de Jet Ski e Troféu Brasil de Triathon
Paula Vares Valentim
jornalista responsável

O ano de 2006 marcou o início de mais um projeto na carreira de Chico Santo. Com a VTF do jornalista Fernando Sampaio, da Rádio Jovem Pan, o repórter passou a produzir os campeonatos Brasileiro de Jet Ski e Troféu Brasil de Triahtlon, ambos veiculados pela SporTV. "Foi um momento importante e de muito aprendizado para mim. Durante três anos, estive envolvido diretamente com isso. Só parei quando os trabalhos internacionais para o Terra, Jornal do Brasil e Jornal O Dia passaram a consumir praticamente todo o meu tempo. Aí não deu mais. Entretanto, eu sempre gosto de destacar que jamais tive qualquer tipo de vínculo empregatício com a SporTV. Não fui funcionário do Canal Campeão, onde tenho grandes amigos. Eu simplesmente viajei pelo Brasil inteiro, na época, como produtor executivo dos programas que eram veiculados na SporTV. Então, não posso dizer que trabalhei na SporTV. Mas, seguramente, posso afirmar que tive o meu trabalho veiculado pela SporTV muitas vezes?.  Pelo Núcleo Globo de Televisão, onde atuou como repórter registrado em carteira, através das afiliadas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Tocantins, o jornalista sempre descartou qualquer tipo de estereótipo Global. "O microfone pesa. Aliás, a canopla tem um valor muito maior. O logo da Globo em um primeiro momento pode fascinar e isso é algo muito complicado e que tem de ser encarado com muita responsabilidade. Culturalmente, a Globo chama a atenção aonde quer que esteja. Então, conheço muitos profissionais que se dizem da Globo mas trabalham em afiliadas. E Globo, para mim, é Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife. O resto é afiliada e, a não ser que você seja um repórter rede, você trabalha para a afiliada e não para a Globo. Claro, é muito difícil você conseguir entrar em uma afiliada da Globo e quando isso acontece você passa a ser do Núcleo Globo de Televisão. Mas isso não significa que você seja da Globo e que a Globo esteja pagando o seu salário. E os próprios amigos da Globo, que tenho, dizem isso claramente nos corredores. Tem muita gente que acha que é da Globo e não é. Por isso, ressalto, sempre, quando me perguntam, que eu até hoje não trabalhei na SporTV. Apesar de ter assinado reportagens para a Globo Internacional e Globo News, ma SporTV o máximo que fiz até hoje foi veicular um ou outro VT através de afiliadas e rodar o Brasil na produção de um programa sobre Triathon e um especial mensal veiculado no Zona de Impacto. Mais nada?.

Feita a explicação, Chico Santo relembra como ocorreu o primeiro contato com a principal redação de esportes em canal fechado do país. "Em 2006, na realidade, já não era mais um rosto desconhecido nos bastidores do esporte paulista. Então, pintou uma vaga para fazer a produção in loco e o Fernando Sampaio procurou o João Henrique Pugliesi, que foi o editor chefe do Arena SporTV em tempos de Cléber Machado e, na época, coordenava a equipe de esportes da Rádio Jovem Pan. Foi através do João Henrique Pugliesi que cheguei na VTF e, consequentemente, passei a ter o meu trabalho veiculado na SporTV. Foi realmente um comenos extremamente importante para o meu crescimento. Em termos de produção, eu era o cara que fazia tudo. Evidentemente, ao lado dos meus cinegrafistas. Mas eu era o responsável pelas entrevistas e fechamento do off. No Triathon, por exemplo, era um programa de 15 minutos. Então, dá para dizer que isso me ajudou bastante a ter um bom texto.?
A bem da verdade, Chico Santo não teve tempo para se adaptar. "Quando vi estava na estrada rumo a final do Campeonato Brasileiro de Jet Ski, em Boa Esperança, Minas Gerais. Não sabia nada de regras, provas ou quem eram os pilotos. Cheguei e vi toda aquela badalação de mulheres bonitas, motores na areia, muito dinheiro e festas intermináveis. Virei para o meu cinegrafista, o Enéas Santos, e disse para ele que naquela etapa ele teria que me guiar. Deu certo. Depois disso decolei.? Não foi a primeira vez que a s sintonia com a equipe de reportagem lhe ajudou a fazer um bom trabalho. "Sempre tive um contato muito próximo com os meus cinegrafistas. Tem gente que acha que a função do cara é apertar o botão e te colocar na tela. É absurdo, mas tem gente que estuda e sai da faculdade com essa impressão. Quando isso acontece você perde a noção do que é jornalismo, até porque, uma dupla bem interada dá um resultado muito melhor. É como um casamento. É preciso ter sintonia para dar certo.?

Com o Triathon, o jornalista trabalhou ao lado de três cinegrafistas de forma simultânea. "Eu nunca imaginei que teria três cinegrafistas para fechar um programa. O Fernando Sampaio sempre prezou pela qualidade e não economizava nisso. Era realmente um time. Em 2007, particularmente, eu já estava no Tocantins, trabalhando na TV Anhanguera, afiliada da Globo também em Goiás, e os meus colegas cinematográficos não acreditavam que eu tinha três cinegrafistas para fechar um programa de 15 minutos. Até porque, na TV Anhanguera, em Palmas, eu não tenho a mínima dúvida disso, fui o primeiro jornalista a mostrar para a turma de repórteres que o trabalho de um cinegrafista tem exatamente a mesma importância que um produtor, editor, apresentador ou algo que o valha. Mas o que mais me chamou a atenção durante o trabalho na VTF era a humildade de atletas olímpicos como Carla Moreno e Reinaldo Collucci, entre outros. Para quem nasceu profissionalmente com a Seleção Brasileira de Futebol, parecia algo de outro mundo, ter um contato tão bom e respeitável com os entrevistados. No futebol, se quer saber, até o assessor de imprensa acha que é estrela. O futebol muda as pessoas.?
Em março de 2009, Chico Santo se desligou do projeto. A decisão foi tomada após o retorno da cobertura do Terremoto da Itália, em Laquila. "Foi difícil porque o trabalho era muito legal. Fiz grandes amigos durante esses três anos. No início acho que o Fernando Sampaio não entendeu muito bem porque a grana que eu recebia era boa e não havia, aparentemente, um motivo para deixar o projeto. Naquele momento, também, eu ainda não era um repórter internacional consolidado. Estava começando com o Terra e Jornal do Brasil a solidificação de coberturas de alta octanagem. E, justamente, quando eclodiu a Gripe Suína do México, tive que tomar a decisão de seguir novos rumos. Não parei mais de crescer, desde então. Em janeiro de 2012, fui considerado um dos melhores jornalistas internacionais em atividade no Brasil pela BBC de Londres. Recebi diárias do grupo inglês para ir ao Reino Unido. Estive perto de assinar um contrato de 55 mil libras. Isso aconteceu depois que a revista italiana Ridders fez uma matéria onde fui citado como modelo de jornalista despojado. Valeu a aposta.?
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