Sidnei Polli

Ex-goleiro do Guarani, Corinthians e Flamengo
por Gustavo Grohmann
 
Sidnei Polli, o Sidnei, ex-goleiro do Guarani e do Corinthians, morreu no dia 8 de janeiro de 2000, em Campinas (SP), vítima de hepatite crônica.
 
Ele sofria com a doença desde 1997, ano em que definitivamente largou o futebol e abriu uma empresa de material de limpeza. Teve de abandonar suas funções de treinador de goleiros, pois em razão da doença não podia mais fazer o esforço físico exigido.
 
Sídnei deixou a viúva Suely Mana Polli, os filhos Marcelo Eduardo Polli (pai dos netos Leonardo Polli e Giuliano Polli) e Carla Andréia Polli (mãe dos netos Lucas Polli Perin e Gabriel Polli Perin, que não chegaram a conhecer o avô).
 
Abaixo, leia texto sobre a vida de Sídnei escrito por seu filho Marcelo. Muito obrigado, Marcelo!
 
"Nascido a 7 de outubro de 1941, em Campinas (SP), pertencente a uma família de poucos recursos e muita luta, com mais de quatro irmãos, entrou nas divisões de base do Guarani Futebol Clube em 1960, aos 18 anos.
 
Naquela época jogava-se mais por amor à camisa do que por ambições financeiras. O goleiro, por exemplo, nem usava luvas nos anos 60. Mas a dedicação era muita. Logo Sidnei tornou-se uma jovem revelação e assumiu o posto de reserva no time principal. O Guarani ainda contava com Dimas na meta titular.
 
Em 1965 o Bugre enfrentaria o bicampeão do mundo Santos, de Pelé e cia, equipe acostumada a golear os adversários do interior. O técnico da época, Renganeschi, decidiu trocar o goleiro titular e toda linha de frente. Sidnei entraria para enfrentar o todo-poderoso Santos, ao lado de Eraldo na zaga (mantido), Diogo na lateral-esquerda (mantido) e a nova linha de frente com Joãozinho, Babá, Américo (Murolo) e Carlinhos.

O Guarani foi para o ataque e goleou o Santos por 5 x 1, mas o grande fato da noite foi a defesa do pênalti de Pelé por Sidnei, que teve seu reconhecimento a nível nacional após este pênalti. Elogios da grande imprensa e pelos craques do Santos foram deixados.
 
O time do Guarani apresentava grandes jogos e a amizade entre os atletas era maravilhosa. Porém o Flamengo queria Sidnei e conseguiu. Em 1969, ao lado de amigos como Fio Maravilha, conquistou a Taça Guanabara na meta flamenguista (pelo Fla, Sídnei atuou em 46 oportunidades - 15 vitórias, 16 empates, 15 derrotas). Grandes partidas pelo Flamengo o fizeram ser cotado como um dos goleiros de João Saldanha para a Copa de 1970, no México. Mas o novo técnico do Brasil, Mário Jorge Lobo Zagallo, não o levou.

Em 1971 Sidnei foi negociado com o Corinthians (foram 65 jogos ? 31 vitórias, 20 empates, 14 derrotas ? e 44 gols sofridos). Grandes jogadores como Luis Carlos, Zé Maria, Baldochi, Vaguinho, Rivellino e Aladim proporcionaram excepcionais partidas.
 
Tanto no Corinthians quanto no Flamengo, Sidnei foi comandado pelo rigoroso técnico Yustrich, que utilizava treinamentos ortodoxos para os goleiros da época.
 
Com a fila de espera por títulos que o Corinthians passou na era Pelé, Sidnei aceitou o desafio de jogar no Operário de Campo Grande (MS), em 1974. Mas o bom filho a casa volta e em 1975 estava novamente no gol do Guarani. O time era tão dedicado e talentoso como nos anos 60.
 
Sidnei deixou de ser goleiro em 1977 e passou a ser treinador de goleiros pelo próprio Guarani, onde treinou Neneca, Wendell, Birigui, Zetti, Sidmar e muitos outros. Treinou goleiros na Portuguesa de Desportos por três vezes podendo citar Moacir e Rodolfo Rodriguez.
No Santos treinando Rodolfo Rodriguez e sentiu muito orgulho pelas seqüências de defesas do goleiro que foi considerado o melhor do mundo nos anos de 1985 e 1986.
 
Sidnei teve o desprazer de treinar o goleiro Émerson Leão no Palmeiras que muitas vezes tumultuava os treinos até ser afastado pela diretoria do clube nos anos 80.
Treinou também Veloso, que era revelação no União São João de Araras (SP) no começo dos anos 90.
 
Treinou os times do XV de Jaú, União São João e Rio Branco de Americana (SP) e trabalhou como treinador de goleiros com grandes técnicos como Carlos Alberto Silva, José Duarte, Candinho, Jair Picerni, dentre outros.
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Pelo Corinthians:

Atuou em 65 partidas e sofreu 44 gols.

Fonte: Almanaque do Corinthians - Celso Unzelte

Pelo Flamengo:

Atuou em 56 partidas, sendo 15 vitórias, 16 empates e 15 derrotas.

Fonte: Almanaque do Flamengo - Clóvis Martins e Roberto Assaf

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