Ronaldo Guiaro

Ex-zagueiro do Galo, Santos e seleção

por Roberto Gozzi

Ronaldo Guiaro é um ex-jogador de futebol com passagens pela Europa e seleção brasileira. Em 2014 seguia aposentado com pretensão de começar a profissão de técnico. E foi. No dia 12 de março de 2017, a diretoria do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba o efetivou e ele passou de interino a treinador da equipe após um bom trabalho.

Ronaldo nasceu no dia 18 de fevereito de 1974 na cidade de Piracibaca-SP. O ex-zagueiro foi revelado pelo Guarani e aos 19 anos foi promovido ao time profissional.

Ronaldo se destacou no Guarani e foi emprestado ao Atlético-MG em 1995. O sucesso em Minas Gerais foi tão grande que o clube fez uma campanha para compra-lo do time de Campinas.

A campanha se chamava: “Fica, Ronaldo”. O Galo vendeu camisas para conseguir a quantina de R$500 mil. Cada camisa foi vendida por R$50.

O Galo conseguiu, mas Ronaldo só ficou no clube até o ano seguinte, pois em 1996 foi negociado com o Benfica de Portugal.

Em Portugal o ex-zagueiro atuou por cinco temporadas e é ídolo no clube. Ainda no futebol Europeu, Ronaldo jogou entre 2001 e 2005 pelo Besiktas da Turquia.

Em 2006 Ronaldo voltou ao Brasil para jogar no Santos, na Vila o ex-zagueiro foi Campeão Paulista. No ano seguinte retornou à Europa, foi jogar no Aris Salônica da Grécia, onde se aposentou em 2011.

Ronaldo disputou os jogos olímpicos de 1966 com a seleção brasileira, o ex-zagueiro quase fez parte do grupo que jogou a Copa do Mundo de 1998.

No dia 16 de outubro de 2014 o ex-zagueiro deu uma entrevista ao UOL Esporte, confira:

Anel custou corte de ex-zagueiro na seleção e deixou sequela até hoje

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo

Ainda que amargue um período de críticas e trauma pelo 7 a 1, a seleção brasileira continua como um dos maiores sonhos para qualquer jogador formado no país. Se hoje receber um chamado continua sendo motivo de orgulho, imagine então quando o país era o atual campeão mundial e tinha um prestígio muito maior internacionalmente.

Pior é ser chamado para o selecionado nacional e ter que recusar a convocação por algum tipo de problema. As contusões são os motivos mais frequentes que impossibilitam atender o chamado. Mas um ex-jogador teve a infelicidade de ter que abdicar momentaneamente do sonho por uma lesão de causa totalmente atípica. A aliança de noivado foi a culpada pela baixa no time verde e amarelo.

Quem vivenciou isso foi o ex-zagueiro Ronaldo Guiaro, que passou por Guarani, Atlético-MG, Santos e fez grande parte da sua carreira no futebol português, ao atuar por seis anos no Benfica. O defensor foi titular da seleção brasileira medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 1996, quando formou dupla de zaga com Aldair.

Antes da Olimpíada, Ronaldo disputava uma das três vagas para a zaga em jogos preparatórios. E não pôde servir a seleção em sua primeira convocação por ter prendido sua aliança de noivado em um dos ganchos das traves durante um treinamento do Atlético-MG. Ao se pendurar no travessão e agarrá-lo com as mãos, o anel enroscou no gancho e adentrou em seu dedo, que tem fortes cicatrizes até hoje.

Ronaldo teve não só que deixar de atender o chamado para um jogo contra a Croácia como ficar por quase um mês fora do futebol por conta das três cirurgias que fez na mão direita.

"Quando coloquei as mãos no travessão, fiquei pendurado e não descia mais. O Hugo, goleiro, foi me ajudar. Na hora que olhei pra minha mão já tinha mais da metade da aliança, que estava dentro do meu dedo. Metade do dedo estava comido e o médico fez uma proteção para o sangramento parar; fui logo direto para o hospital", lembrou.

"Tive que fazer enxerto e ficou sequelas. Isso aconteceu num sábado e na terça tinha convocação para a seleção. Foi a primeira vez que fui convocado e tive que assistir deitado na cama do hospital. Acabei convocado mesmo assim porque ninguém sabia o que tinha acontecido comigo. Depois acabei cortado", prosseguiu.

Ronaldo é casado até hoje com aquela que era sua noiva e hoje é sua mulher, Juliana. Mas, depois disso, nem precisou dar tantas explicações pra ela para tomar a decisão de nunca mais jogar de aliança. E quando vê alguém com o objeto nos dedos praticando esporte, já se apressa para dar um recado e tentar evitar percalços.

"Não, nunca mais joguei de aliança. Até hoje não uso se estou jogando. Por mim não usaria mais, e até hoje se vejo alguém treinando ou jogando com anel eu falo pra tirar e mostro a minha mão e conto o que aconteceu", salientou.

O defensor acabou tendo outra oportunidade no amistoso seguinte, contra Polônia, foi titular e carimbou seu passaporte para a Olimpíada. Lamenta até hoje a derrota para a Nigéria, nas semifinais, que impediu a chance do até hoje inédito ouro olímpico. A equipe comandada por Zagallo tinha nomes como o goleiro Dida, o zagueiro Aldair e os atacantes Ronaldo, Bebeto e Rivaldo.

"Estava tudo certo pra sermos campeões. O jogo contra a Nigéria foi atípico. Usaram o gol de ouro naquela prorrogação e depois nunca mais. Foi uma das coisas que nos prejudicou, pois o jogo estava nas nossas mãos. Estávamos ganhando de 3 a 1, com o jogo controlado e levamos dois gols por erros nossos. Se a prorrogação continuasse, iríamos conseguir virar", comentou, ao lembrar a derrota por 4 a 3.

Depois de deixar o Benfica, em 2001, o ex-zagueiro foi jogar no futebol turco, no Besiktas. Conquistou o título nacional no ano do centenário de seu clube e formou dupla brasileira com Antônio Carlos Zago. Depois, se reencontraram no Santos, time pelo qual conquistou o Campeonato Paulista de 2006.

Ronaldo Guiaro hoje vive em Piracicaba e chegou a trabalhar como dono de uma empresa de eventos. Mas quer voltar ao futebol na função de treinador. Para isso, fez cursos da CBF e da Federação Paulista. Mas ainda aguarda oportunidade. "Agora estou procurando emprego. É uma dificuldade muito maior do que quando jogador que busca trabalho. Mas espero algo para seguir no futebol."

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