Rodrigo Vianna

Jornalista e ex-jogador de futebol amador
por Marcos Júnior Micheletti (colaboração de Rodrigo Vianna)

O jornalista Rodrigo Vianna, um dos mais brilhantes de sua geração, é paulistano, nascido em 26 de setembro de 1969.

Formado em Jornalismo pela Cásper Líbero e em História pela USP, esteve na TV Record entre 2007 e 17 de abril de 2020, dia em que foi demitido. Na emissora da Barra Funda, Rodrigo Vianna trabalhou como repórter especial do "Jornal da Record" e apresentou um programa de entrevistas na Record News após passagens pela Folha de São Paulo, TV Cultura e Rede Globo.

Desde 2008 mantém o blog "Escrevinhador", cujos temas principais são política e economia, mas o futebol, em especial o Corinthians, seu time de coração, às vezes ganha espaço em seus posts muito comentados pelos internautas. Clique aqui e conheça o blog de Rodrigo Vianna.

Rodrigo também participa do Movimento dos Blogueiros Progressistas.
 
"Nós tentamos oferecer um contraponto ao que é feito na `mídia convencional´, que está nas mãos de meia dúzia de famílias conservadoras", pondera Rodrigo.

O jornalista continua na vida acadêmica, cursando Mestrado em História na USP, com foco na Colômbia.

"Acho fundamental olharmos mais para a América Latina - a nossa `Pátria Grande´", diz Vianna.

Filho de um casal de advogados (Geraldo e Márcia, esta que acabou não exercendo a profissão e estudou Psicologia), Rodrigo chegou bem perto de realizar o sonho de grande parte dos meninos brasileiros: o de ser um jogador de futebol profissional, algo que seu irmão Fedola acabou conseguindo, atuando no Juventus-SP, entre outras equipes. Clique aqui e veja a página de Fedola na seção "Que Fim Levou?".

"Bate-bola" com Rodrigo Vianna

Fale um pouco de sua ligação com o futebol:

Joguei futebol desde que comecei a dar os primeiros passos; jogava de lateral-direito (e mais tarde tambem de médio volante). Era um jogador meio brucutu, que "chegava junto, como dizia o velho Osvaldo Brandão. Na primeira bola que o ponta-esquerda recebia, eu geralmente já chegava jogando bola e adversário no alambrado. Mais tarde, fui aprendendo a apoiar, a cruzar. Era um lateral forte, que marcava bem e apoiava bastante... Arrumava muita confusão , era briguento.

Comecei no Ipê Clube (Vila Mariana/Ibirapuera), que tinha tradição de formar ótimas equipes nos campeonatos Interclubes; na época eram os pais que montavam e dirigiam os times... Lembro de um torneio que disputamos contra Santos FC, Portuguesa Santista e Portuários (um time de Santos também): jogamos na Vila Belmiro, no Ulrico Mursa... E depois houve os jogos de volta no gloriosa campo do Ipê; quando entrei no vestiário pra me trocar, meu pai deu-me uma cutucada e falou baixinho "sabe quem é aquele ali"? Era o Coutinho - velho parceiro de Pelé nas tabelinhas infernais... Pelo Ipê, perdemos na Vila, mas ganhamos em casa - sob os olhares de Coutinho (que tinha virado dirigente das categorias de base do Peixe)

Aos 11 anos, em 1981, o "seu" Benito Argarate (pai do Paulinho, um dos meninos que jogavam no Ipê) começou a levar a garotada que se destacava no Ipê, pra jogar no Clube Atlético Ypiranga. Ali já era um esquema semi-profissional, apesar da pouca idade... Havia técnico, preparador físico. A turma rezava antes do jogo (eu nao tinha religião, fechava os olhos e fingia que rezava também). Virei capitão do time, onde também atuavam o Ricardo Vieira, o Ed Carlos, o Douglas... Aquele time foi campeão paulista (campeonato do DEFE)- categoria Dentinho - em 1981 (entreguei pra vocês uma foto da equipe toda, no dia em que recebemos as faixas, na sede social do Ypiranga - na foto aparecem o Ed, Ricardo, eu; e tambem o "professor Jose Teixeira" - era tecnico profissional, e dava assessoria ao Ypiranga nas categorias de base).

Em 1982, o Ypiranga desmontou a estrutura; o time inteiro se transferiu pro Juventus. Aos 12 anos, vesti pela primera vez a gloriosa camisa grená (alias, guardo uma na gaveta até hoje). Treinava quatro ou cinco vezes por semana: saía da zona sul, onde vivia com meus pais, e ia ate a Mooca (que aconteciam mais na sede social do Juventus; na véspera de jogo importante, a gente treinava no agradável campo da rua Javari...).

No Juventus, disputei o Campeonato Paulista (organizado pela FPF) Infantil (82) e Juvenil (84), além do torneio do DEFE (Secretaria Estadual de Esportes) Dente (83) e Dentão (85). Em 86, subi para os juniores, mas no meio do ano abandonei a carreira porque ia prestar vestibular no fim de ano...

Nas categorias de base do Juventus joguei com vários caras que virariam profissionais: o Tonhão (que seria zagueiro do Palmeiras nos anos 90, naquele time com Edmundo e outros), o Robson (que seria lateral-esquerdo do Guarani), o Ed e o Ricardo Vieira (que vieram comigo do Ypiranga e atuaram no Juventus por vários anos no profissional). Tenho fotos deles (Tonhão, Robson...) num hotel fuleiro onde nos concentramos para o Campeonato Nacional Juvenil, em Volta Redonda (janeiro de 1986).

Dois anos mais velho (ele era Juvenil quando eu estava no Infantil do Juventus), havia o Sergio Soares (hoje treinador). Na época, ele era chamado de "Sergião" - volante aguerrido, inteligente - ele virou profissional no Juventus, teve boa passagem pelo Palmeiras. Há uma foto minha com Sergião e meu irmão, quando fomos assistir uma partida do Juventus, uns dez anos atras, na Javari (tá na página do meu irmão FEDOLA no "Que Fim Levou?").

Meu irmão FEDOLA, dois anos mais novo, também se formou nas categorias de base do Juventus. Lateral-esquerdo, seguiu carreira no profissional (no Juventus), mesmo depois de entrar na Faculdade (Antropologia - USP). Vários caras que tinham jogado comigo viraram depois profissionais jogando com meu irmão Fedola.

Não me recordo com precisão o ano, mas eu estava no Pacaembu, num Dia das Mães, para ver Juventus e Corinthians. Meu irmão tava subindo pro profissional, mas naquele dia jogou na preliminar , nos juniores do Juventus. Ficamos depois pra ver a partida principal. Inesquecivel. Naquele dia, o Silva (ponta-esquerda, Juventus) fez o antologico gol de bicicleta. A torcida corinthiana ficou de pé pra aplaudir (foi a únca vez que vi aquilo).

O Silva é ótimo sujeito, engraçado, habilidoso dentro de campo....

Muitos anos depois, já como repórter da Globo, eu reencontrei o Silva e fiz uma entrevista sobre aquele episódio da bicicleta para um Globo Repórter. Tinhamos jogado juntos dos 12 aos 16 anos.

Depois que parei com futebol "profissional", segui jogando no Ipê Clube. Tem uma foto no dia em que fomos campeões do Interclubes (1988). Nela, aparecem Alemão, Brandão (este último professor de Filosofia na USP) e meu irmão Fedola... Nesses campeonatos amadores, já na categoria principal, nossos grandes rivais eram Pinheiros, AABB e a equipe amadora do São Paulo. Lembro de muitos jogos, muitas brigas... Felizmente, na época, pouca gente andava armada. Mas alguns anos depois, já em 1993 ou 1994, houve uma briga no campo da Cidade Universitária: um jogador do Ipê partiu pra cima do adversário, e um sujeito sacou um 38 e deu dois tiros. Foi terrivel... Todo mundo se atirou no chão...

E atualmente, você pratica esportes? Continua batendo uma bola?

Hoje em dia, bato bola de vez em quando... mas tenho preferido correr e jogar tênis. Perdi (felizmente?) aquela gana - que me fazia brigar pela bola como se fosse um prato de arroz com feijão... Mas pelo Corinthians, sigo fanático. Tenho uma coleção de recortes (que vocês viram)... Boas e más recordações...

Aqui vale uma observação, testemunhada pelos jornalistas do Portal Terceiro Tempo em 22 de março de 2013, quando Rodrigo Vianna visitou a redação do site de Milton Neves e trouxe diversas revistas de sua coleção particular, retratando conquistas históricas do Corinthians e reportagens especiais de seu grande ídolo alvinegro, o Dr. Sócrates.

A carreira jornalística de Rodrigo Vianna

Formado em Jornalismo na pela Faculdade Cásper Líbero e em História pela USP (Universidade de São Paulo), Rodrigo Vianna trabalhou no jornal "Folha de S.Paulo" entre 1990 e 1992, atuando como redator e editor assistente, no Caderno de Imóveis e Caderno de Cidades.

Entre 1992 e 1995  foi repórter do Jornal 60 Minutos e apresentador do program "Opinião Nacional", ambos na TV Cultura-SP.

Foi repórter na Rede Globo (Jornal Nacional e Globo Repórter) por 11 anos, entre 1995 e 2006, e desde 2007 é repórter especial do Jornal da Record, emissora pela qual também apresentou um programa de entrevistas na Record News.

Rodrigo Vianna destaca algumas reportagens que marcaram sua bela carreira, entre elas a morte de Ayrton Senna, uma entrevista (de improviso) com o ex-presidente cubano Fidel Castro para a TV Cultura em 1994 em São Paulo, coberturas de cinco eleições presidenciais, incluindo a de 2006, onde entrou em choque com a direção da Globo, pela maneira, segundo ele, "enviesada" como a emissora carioca cobriu o pleito, participação em mais de 20 edições do Globo Repórter (destaques para o Globo Repórter sobre rio Paraiba do Sul (prêmio da Fundação SOS Mata Atlantica), Globo Repórter sobre o Chile (entrevistamos a escritora Isabel Allende); Globo Repórter sobre "Profissão Perigo" (imagens e cenas impressionantes; infelizmente, um policial acabou morrendo em treinamento de resgate aéreo, durante as gravações).

Participou das coberturas de posse de dois presidentes: Fernando Henrique Cardoso (em 1995 pela TV Cultura) e Dilma Roussef (em 2011, pela TV Record).

No âmbito esportivo, Rodrigo fez coberturas de eventos importantes, todos pela TV Record, como a Copa da África do Sul, em 2010, dois Jogos Panamericanos (Rio/2007 e Guadalajara/2011) e Olimpíadas de Londres em 2012.

O talento, espírito investigativo e crítico de Rodrigo Vianna acabou resultando em importantes prêmios jornalísticos, abaixo mencionados:

Prêmio Vladimir Herzog com a serie "Terra de Fogos" (TV Record) - 2007.

Prêmio especial de Direitos Humanos (OAB/RS) com a série "Porões da Tortura" (TV Record) - 2010.

Menção honrosa no Vladimir Herzog com a série "Anistia - 30 Anos" (TV Record) - 2009.
Menção honrosa no Vladimir Herzog com a série "Guerra na Selva" (brasileiros nas FARC) - 2011.

Finalista do Embratel com a série "Terra de Fogos" (TV Record) - 2007.

Finalista do ESSO com a série "Terra de Fogos" (TV Record) - 2007.

Terceiro prêmio na Fundação SOS Mata Atlântica com o Globo Repórter "Águas do Paraíba" (TV Globo) - 2004.

Prêmio Rede Globo de Jornalismo (interno) pela participação na cobertura "Morte de João Paulo II e posse de Bento XVI (TV Globo) - 2005.

Família

Seu pai, Geraldo, apesar de advogado, trabalhou sempre na área de transportes de carga, e foi ele o grande responsável pela paixão de Rodrigo pelo futebol.

"Eu e minha irmã fomos acordados muitas vezes por ele, em madrugadas de domingo, para assistirmos jogos de futebol em bairros distantes na periferia de São Paulo e até no interior", recorda-se Rodrigo.

Sua mãe, Márcia, tem um envolvimento curioso com o Corinthians, pois apesar de ser filha de palmeirenses tornou-se "corintiana de coração", como diz Rodrigo.

O jornalista tem uma irmã (Helô, a mais nova, formada em Letras) e o ex-jogador Fedola (dois anos mais novo que Rodrigo), que é antropólogo e atualmente mora em Brasília com sua esposa e filhos.

Rodrigo Vianna é casado e tem três filhos, todos corintianíssimos: André e  Vicente (de seu primeiro casamento) e Francisco, de sua união com Teresa, que também é jornalista, com quem está casado desde 2003.

Em 7 de abril de 2013, Rodrigo Vianna foi o "Personalidade" na página dominical de Milton Neves no jornal "Agora São Paulo", que também foi publicada no Portal Terceiro Tempo e você pode conferir clicando aqui.

Veja como foi a visita de Rodrigo Vianna à redação do Portal Terceiro Tempo em 22 de março de 2013. Clique aqui.
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