Roberto de Oliveira

Ex-goleiro do Fluminense e Flamengo
O ex-goleiro Roberto de Oliveira Santos, o Roberto, se orgulha de ter atuado em dois dos maiores clubes brasileiros em um tempo em que defender times rivais era algo pouco comum. Em meados da década de 70, deixou o Fluminense para defender o Flamengo envolvido no famoso troca-troca orquestrado pelo ex-presidente tricolor Francisco Horta.
Seguiu para Gávea junto com o lateral Toninho e o ponta Zé Roberto. Para as Laranjeiras vieram o goleiro Renato, o lateral Rodrigues Neto e o atacante argentino Doval. Atualmente, este fluminense nascido em 14 de março de 1949, casado com dona Ângela e pai de dois filhos, trabalha com comércio de alumínio. Mora em Copacabana e não vai mais a estádios de futebol. "A violência me amedronta. Mas acompanho tudo pela TV?.
A falta de habilidade com a bola nos pés fez Roberto optar pelo gol. Seu primeiro time de pelada foi o Marisol, do subúrbio de Campo Grande. Até que certa vez, foi acompanhar o amigo Janone em um teste para defender o time juvenil do Campo Grande. "Um dos goleiros do time estava machucado e me convidaram para quebrar o galho. Coloquei a chuteira, as luvas, fui bem, e fiquei para novos testes. Aí comecei a carreira, em 1968?.
No final dos anos 60, recebeu convite para se transferir ao juvenil do Fluminense, então treinado por Telê Santana. "Tivemos uma conversa depois de uma partida e ele já se mostrava uma pessoa preocupada com o futuro dos jogadores e equilibrada. Mas Telê logo foi efetivado no time profissional e perdemos um pouco o contato. Fui reencontrá-lo apenas na década de 80, quando já havia abandonado os gramados?.
Os anos de bola não foram muitos. Roberto parou em 1980 após passagens, além de Flamengo, Fluminense e Campo Grande, por Ferroviário, do Paraná, e Maringá. No tricolor carioca, foi reserva de Félix. No Flamengo, disputou posição com Cantarelii. "Aceitei fazer parte da troca envolvendo Flu e Fla porque era muito difícil entrar em campo tendo um campeão do mundo como titular. Na Gávea tive mais chances. Além disso, a negociação foi bastante vantajosa do ponto de vista financeiro?.
O ex-goleiro deixou o Flamengo quando Raul foi contratado. "Meu espaço ficaria reduzido e preferi acertar com o Maringá. Mas depois enxerguei que é melhor ser terceiro goleiro em um time de ponta do que titular em um clube sem muita visibilidade.?
A perspectiva de disputar novamente a posição o fez desistir do futebol no mesmo Campo Grande onde havia começado. "Depois de uma boa temporada em 1979, me disseram que teria que esperar um pouco para renovar o contrato porque o clube estava procurando outro goleiro. Não suportei. Convivi com muitas decepções no futebol.?
Uma delas ocorreu em uma partida do Campeonato Brasileiro de 1974 entre Avaí e Fluminense, em Florianópolis. "Saímos perdendo por 2 a 0, com falha minha em um dos gols. No intervalo, o treinador, cujo nome prefiro não citar, disse que iria me sacar. Quando estava começando a tirar as luvas, o Gérson se aproximou e perguntou o que estava acontecendo. Passei a ele a posição do comandante, e o canhotinha ficou indignado. Afirmou que isso não iria ocorrer e exigiu que todo o time voltasse para o campo para nova preleção.
O técnico em questão é Duque. E a título de registro, Gérson foi o melhor jogador do segundo tempo, que Roberto disputou normalmente. No final, o Flu empatou a partida com dois gols de Rubens Galaxie.
por Marcelo Rozenberg
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