Renato Biligran

Ex-meia do Palmeiras e do Sport

por Gustavo Grohmann

Renato Pires de Carvalho Sobrinho, o Renato "Biligran", meia-direita do Palmeiras nos anos 1960, atualmente mora em São Paulo. Lá, na capital paulista, ele trabalha como motorista de táxi desde meados dos anos 1970, quando pendurou as chuteiras.

"Há mais de 30 anos eu me separei do futebol, mas tenho grande vontade de voltar para o meio. Dessa vez, para trabalhar como técnico. Tanto que me preparei e fiz o curso do SITREPESP (Sindicato dos Treinadores Profissionais do Estado de São Paulo) na época em que Olten Ayres de Abreu era o presidente?, conta.

Mesmo a contragosto da mãe Irinéia (mas apoiado pelo pai Murilo), Renato começou a carreira em 1956, no infantil do São Paulo FC. Mas dois anos depois, quando já treinava pelos juvenis, acabou dispensado pelo então técnico Remo (ex-meia do Tricolor).

"Em 58, após sair do São Paulo, eu passei a jogar só pelo Brasil de Pinheiros, que era um time de várzea lá do bairro. E o (Valdemar) Carabina, do Palmeiras, morava por lá e me viu jogando. Foi aí que ele resolveu me levar para o Verdão?, lembra.

Até 1960, quando se profissionalizou, Renato jogou e treinou pelos amadores do Palmeiras. Em 1961 e 62 o meia-direita atuou pelo Sport Recife. E vem lá do nordeste sua maior lembrança de um confronto com o Rei do Futebol.

"O Pelé era incrível! Joguei contra ele quando estava no Sport e falo isso sem titubear. Ele era respeitador em campo, mas algumas vezes chegava junto. Só que bater nele não adiantava, porque ele respondia na bola. Quanto mais ele apanhava, mais ele jogava. E era praticamente impossível parar o cara?, recorda.

Renato voltou ao Palmeiras em 1963, mas dessa vez para jogar na equipe profissional ao lado de Valdir de Moraes, Djalma Santos, Zequinha, Reinaldo Lapão, Julinho, Servílio, Vavá, Ademir da Guia e etc.

"O Divino era um Capeta! Só dava pra parar na falta. Tinha um domínio incrível e uma facilidade com a bola fora de série. Ele não precisava nem driblar. Só mexia com o corpo e tirava o cara da frente?, conta o ex-jogador sobre Ademir da Guia.

Renato passou pelo futebol peruano (1964), pelo futebol canadense (1964/65), pelo São Paulo de Londrina (1965/66) e pelo Grêmio Maringá (1967/71) antes de encerrar a carreira de jogador profissional.

"A verdade é que fiquei desapontado com o futebol. Você tinha que ser puxa-saco pra jogar. Tinha que fazer politicagem. E meu pai me ensinou a ser um cara certinho, descente, que não faz certo tipo de coisa. Por isso resolvi parar?, revelou.

Nascido no dia 14 de fevereiro de 1941, Renato, que ainda atuou como auxiliar técnico do famoso Nacional da Comendador Souza de 1977 a 83, trata o ex-são-paulino e gremista Sérgio Lopez como um dos melhores jogadores que ele viu no futebol profissional.

Já na várzea, ninguém era melhor do que Marinho Ramalho. "O pai do Muricy (Ramalho) jogava demais. Nossa senhora! Era um meio-campista excepcional. No futebol profissional de hoje (2010) não tem ninguém que seja melhor do que ele foi na várzea?, disparou Renato "Biligran?.

 

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