Parem o mundo, os argentinos chegaram...

Chico Santo, Bastidores da Copa do Mundo

Paula Vares Valentim
jornalista responsável

Atenção, eles chegaram. Humildes, modestos, sinceros e donos absolutos de uma simplicidade incomum, os argentinos, para a alegria dos Vares e Valentins da África do Sul, estão de volta. Não poderia ser diferente se tratando de uma Copa do Mundo, afinal de contas, são eles os donos do pedaço. "Estou aqui há quinze dias. Vim para ver a Argentina campeã?, diz o estudante Juan Martins, convicto de que as outras trinta e uma seleções nada mais são do que apenas coadjuvantes de um papel cujo protagonista tem nome. "Essa Copa já é nossa?, acrescenta o nobre torcedor. Em Pretória, sede de treinamento da equipe de Diego Armando Maradona, até mesmo Nelson Mandela parece ter perdido terreno. Não seria de se espantar se a estátua do glorioso Mandelão, situada no coração da vizinha Johanesburgo, fosse substituída por um busto azul celeste de Evita Peron. "Tenho muita expectativa de que a Argentina irá ganhar. Quero ver essa plenitude?, afirma o culto torcedor, Jorge Trejo. Se tratando da Argentina, até mesmo as vulvuzelas soam em tonalidades diferentes. Pelo coração argentino o barulho estrondoso e arrepiante do instrumento nada harmônico e afinado reflete no melífluo do opus poético de "Don?t Cry for me Argentina?. "É uma das melhores seleções dos últimos anos. Estamos seguros que vamos ganhar?, complementa Emiliano Gomes, longe de se lembrar do milagroso gol de Palermo marcado de forma irregular nos acréscimos da partida contra o Peru. Um gol que, em outras palavras, esticou a carreira de Maradona como treinador. "Maradona está bem. Maradona é Argentina. Maradona é como Deus. É diferente. Acima de tudo, é diferente. Maradona é melhor que Pelé. Muita mais. Pelé está atrás dele?, opina com imparcialidade Juan Franco Carraro.

Com bandeiras espalhadas por todos os lados e indumentárias listradas, eles se superam. Prova disso é o histórico Transval Museu. Um local centenário, fundado em 1910. Por lá se encontram ossos de dinossauros e resquícios da evolução do homem. Mas quando se trata de Argentina, nem mesmo a antropologia escapa. "A bandeira não é para esconder o dinossauro. É apenas para mostrar que a Argentina é mais importante?, revela o torcedor do Quilmes, Jorge Trejo. E quando o assunto é futebol, evidentemente, a provocação para cima dos brasileiros é inevitável. A bola da vez, não poderia ser outra. Trata-se de Kaká, "infinitamente pior do que Messi?, na opinião dos argentinos. "Messi. Ele é o melhor do mundo. Não tem nem o que questionar?, afirma Juan Franco Carraro. "Messi é o melhor do mundo. Melhor que Kaká. O Kaká está lesionado. O Messi está no auge. Foi campeão de tudo?, alfineta Carlo Rodrigues.
Um pouco mais ponderada, até certo ponto correta, a própria imprensa argentina não deixa de transparecer o que para os torcedores nada mais é do que a pura realidade. "Sem dúvida, Kaká não está em um nível tão alto quanto Messi. Ouvimos comentários de que ele estará no banco e não será relacionado para os jogos. Penso que Messi está melhor que Kaká?, opina Martin Fernandez, da Fox Latino America. Repórteres e comentaristas também se orgulham do momento vivido pela Argentina. "A Seleção está bem, com muito público no estádio e em Pretória. Não há problemas de lesão e está sendo bem treinada?, conclui Emiliano Piño, da Directv Sports. Mas apesar de toda a esperança, por baixo da torcida e confiança, a certeza, para os mais experientes, de que algo duro virá pela frente. "Diego Maradona vai enfrentar o maior desafio de sua vida. Como jogador ganhou tudo e se tornou um ídolo da Argentina. Como diretor técnico está trabalhando para tentar ser o que foi como jogador. Por aí dá para entender a importância desse mundial para Maradona?, finaliza Jorge Afonso, da Fox Latino America.

 

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