Olimpio da Silva e Sá

Ex-diretor de "A Gazeta Esportiva"
Jornalista que dirigiu A Gazeta Esportiva, Olimpio da Silva e Sá faleceu no dia 10 de junho de 2013, aos 94 anos. Nascido em 30 de novembro de 1918 no município de Resende, no Rio de Janeiro, iniciou sua carreira profissional no ano de 1939 integrando a primeira equipe esportiva da Fundação Cásper Líbero.

Secretário da redação, se destacava por sua seriedade e competência. Assim, passou a trabalhar para a recém-lançada A Gazeta Esportiva, como repórter, no início da década de 50. Participou da cobertura da primeira edição dos Jogos Pan-americanos.
 
Assumiu o comando a publicação em 1969 para, em meados de 1987, voltar à fução de diretor e permanecer no cargo por 21 anos. Deixou a direção em 1992 e foi eleito para o Conselho Curador da Fundação.

"Seu? Olimpio, como era chamado, ficou marcado também por incentivar o crescimento do esporte nacional. Foi o primeiro presidente da Federação Paulista de Beisebol, em 1947, ajudou a fundar a Confederação Sul-Americana e o primeiro torneio continental da modalidade. No Ano Internacional da Mulher, 1978, idealizou a versão feminina da Corrida Internacional de São Silvestre.

Leia depoimento da jornalista Regina Helena, publicado por Carlos Brickmann no Observatório da Imprensa:

"Grande Olimpio! Profissional sério, competente, dedicado, inteligente. Foi o redator-chefe de A Gazeta Esportiva quando eu era repórter em A Gazeta. Me deu a honra de ser meu amigo. Eu, uma foquinha de vinte e poucos anos. Ele, já um respeitado jornalista. Aprendi com ele. As redações não eram juntas, a minha no 2º andar, a Esportiva no 1º. Muitas vezes desci para bater papo. Sempre aprendia. Às vezes, quando calhava de sairmos no mesmo horário, íamos conversando por vários quarteirões até a rua Líbero Badaró, quase esquina da Praça do Patriarca, onde eu tomava o ônibus Pacaembu para voltar pra casa. Adorava essas conversas: política, literatura, sindicalismo, jornalismo, esporte. Olimpio sabia tudo! Eu respeitava, aprendia, discutia.

São Paulo é uma cidade maravilhosa, mas implacável. As pessoas se perdem dentro dela. Como eu gostaria de ter continuado essa convivência! Sai da Gazeta, fui para a Manchete, Band, depois Visão. Soube que ele se aposentou. Escrevo isso quase chorando, comovida pra caramba! É minha homenagem ao amigo e colega que foi exemplo de profissional competente e sério. Olímpio morre na mesma semana em que um grande jornal escreve sombril querendo dizer sombrio. Eu gostaria que não fosse um sinal de que o bom jornalismo está morrendo com ele. Olímpio, 97 anos de idade, 70 de exercício da profissão.

Lembrei-me de mais uma coisa sobre ele. Naqueles idos de 50 a maioria dos jornalistas implicava com quem tinha feito a Faculdade de Jornalismo. Éramos os patinhos feios. Preconceito danado com quem tinha diploma. Zombavam muito da gente. E o Olimpio, que fez? Jornalista já famoso, tarimbado, competente, fez vestibular e entrou na Faculdade Cásper Líbero. Caderno e livros na mão, assistia às aulas, ouvia os professores. Alguns teriam muito o que aprender com ele. Era gente! Foi, certamente, uma das grandes figuras do meu início profissional. Exemplo de simplicidade, de humildade, de competência sem crista de galo. Grande profissional. Grande homem!?
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