Olimpíadas de 1984

Os Jogos de Los Angeles
por Diogo Miloni
Se os Jogos de 1980 foram marcados pelo boicote norte-americano aos russos, quatro anos mais tarde foi a vez dos soviéticos darem o troco e não comparecerem à Los Angeles, nas Olimpíadas de 1984. Novamente a competição internacional foi utilizada como manobra política, mas desta vez a força dos Estados Unidos fez a diferença.
Mesmo sem União Soviética, Cuba e Alemanha Oriental, os Jogos de 1984 bateram o recorde de países participantes: 140 nações. Até a China, que vivia o hiato de trinta e duas temporadas sem participar, também esteve em solo americano, entre as 23 modalidades disputadas.
Com grande apelo tecnológico, a Cerimônia de Abertura teve muitos pontos inesquecíveis, mas o auge da festa foi quando um homem sobrevoou o estádio Coliseum com um dispositivo preso nas costas, uma espécie de mochila com turbinas que lhe permitiam passear pelo ar.
No quesito medalhas, o fenômeno russo que aconteceu em 1980 sofreu o efeito contrário: sem os comunistas, os atletas norte-americanos dominaram o quadro geral. Foram 174 ao todo, sendo 83 ouros, 61 pratas e 30 bronzes.
Se o idealismo socialista prevaleceu nos Jogos de Moscou, o capitalismo imperou em Los Angeles. Pela primeira vez na história, as Olimpíadas tiveram ajuda da iniciativa privada. Tudo foi colocado à venda: desde o percurso de 19 mil quilômetros da tocha olímpica até a piscina, construída pela rede de lanchonetes McDonald´s.
Desempenho brasileiro
Foram 166 atletas brasileiros enviados para Los Angeles, nossa maior delegação até então. Com tantos representantes, conseguimos dobrar o número de medalhas dos últimos Jogos, chegando a um ouro, cinco pratas e dois bronzes.
O lugar mais alto do pódio ficou para Joaquim Cruz, vencedor e recordista olímpico nos 800 metros. No vôlei, conquistamos a prata com a seleção masculina, que tinha William, Bernard, Montanaro e Xandó como principais destaques. Na natação, o então recordista mundial Ricardo Prado conseguiu o segundo lugar nos 400 medley.
As outras três pratas vieram na vela, com Torben Grael e Daniel Adler, na classe Soling; no judô, com Douglas Vieira na categoria meio-pesado; e no futebol, com o time dirigido por Jair Picerni.
Destaque
Se a maratona é a prova mais esperada das Olimpíadas, os 100 metros rasos é a competição de maior prestigio do atletismo. E ninguém teve mais prestígio que o norte-americano Carl Lewis, o homem mais rápido do mundo em 1984, quebrando a barreira dos 10 segundos e marcando 9s99 no tempo oficial.
Esta seria a primeira de quatro conquistas do corredor. As outras três vieram no salto em distância, nos 200 metros rasos e no revezamento 4 por 100.
Foto: UOL
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