Olimpíadas de 1980

Os Jogos de Moscou
por Diogo Miloni
Em meio à Guerra Fria que bipolarizou o mundo, os Jogos Olímpicos de 1980 serviram como ferramenta política para os norte-americanos alimentarem sua repudia aos russos e seu regime comunista. Além do boicote de seus próprios atletas, os Estados Unidos convenceram outras sessenta nações a não viajarem para Moscou, diminuindo o prestígio e esvaziando a competição.
O estopim para a manobra foi a invasão das forças soviéticas ao Afeganistão, em dezembro de 1979, que forçaram o então presidente Jimmy Carter a anunciar a ausência da potência olímpica naquela edição das Olimpíadas. Com isso, apenas 80 países enviaram 5.179 atletas para as 21 modalidades participantes.
Em compensação, para valorizar o evento internacional, os russos investiram mais de U$$ 9 bilhões entre reformas, construções e cerimônias de abertura e encerramento. Aliás, ambas as festas foram marcadas pela ilustre presença da mascote dos Jogos, que ganhou fama e conquistou o mundo: Misha, o urso símbolo do país, era personagem nas duas solenidades, sendo que na despedida da competição, o mosaico onde o animalzinho aparecia deixou uma lágrima cair, emocionando todo o planeta.
No quesito premiação, as conquistas foram dominadas pelos anfitriões. Sem a presença das sessenta e uma nações que boicotaram o torneio, a Rússia isolou-se na liderança do quadro geral de medalhas: 80 de ouro, 69 de prata e 46 de bronze, totalizando 195 premiações. A segunda posição ficou com a Alemanha Oriental e o terceiro lugar com a Bulgária.
Desempenho brasileiro
Os Jogos de Moscou foram muito proveitosos para o Brasil. Com a maior delegação até então, 109 atletas, os sul-americanos conseguiram aproveitar bem os desfalques de outros países. Com duas medalhas de ouro, ambas vencidas na vela, e duas medalhas de bronze, conquistadas por João do Pulo e pelo quarteto de revezamento 4 x 200 na natação, o país ficou na 17º colocação na classificação final.
Por outro lado, os esportes coletivos não conseguiram lugar no pódio. O basquete, que foi convidado para participar, conseguiu a quinta colocação. O vôlei, ainda longe dos dias gloriosos, ficou apenas em sétimo lugar.
Destaque
Se o principal nome da última edição das Olímpiadas, em 1976, tinha sido a ginasta romena Nádia Comaneti, o esporte seguiu com uma hegemonia: o russo Aleksandr Dityatin subiu oito vezes no pódio de Moscou, com três ouros, quatro pratas e um bronze, tornando-se a grande sensação dos donos da casa.


Foto: UOL

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