Olimpíadas de 1964

Tóquio
Por Chico SanTTo
Dezenove anos após o lançamento das bombas atômicas que destruíram as cidades de Hiroshima e Nagazaki - em um dos atos mais covardes da história militar dos Estados Unidos ? os Jogos Olímpicos de Verão finalmente desembarcaram na Ásia para a realização da 15ª edição do evento em Tóquio, no Japão. Sem a presença das aproximadas 220 mil vitimas civis do bombardeio norte-americano, os japoneses contaram com a "bondosa" ajuda do governo de Lyndon Johnson, responsável pelo investimento monetário do Japão que resultou na cifra de US$ 3 bilhões destinada ao sistemas de transporte e infra-estrutura local.
Um ato de "cavalheirismo" do Tio Sam após a devastação de 6 de agosto de 1945 e frieza japonesa para receber o montante exacerbado se comparado aos padrões da época, além das noventa e três nações que incluíram, também, o país responsável pela maior tragédia nuclear do planeta, os Estados Unidos. Ao todo, 5151 atletas distribuídos em vinte e uma modalidades participaram da competição esportiva localizada no alvo territorial do B-29, dentre os quais, noventa americanos deixaram o país sob os aplausos da incoerência dividida entre 36 ouros, 26 pratas e 28 bronzes.
Número, a bem da verdade, abaixo do índice conquistado pela rival União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Em plena disputa da guerra fria, os russos registraram 96 medalhas (30 ouros, 31 pratas e 35 bronzes), seguido pelas 29 heróicas façanhas do Japão (16 ouros, 5 pratas e 8 bronzes). O Brasil, por sua vez, em meio ao Golpe de 64, também conseguiu o pódio. Graças à Seleção Brasileira de Basquete, a terceira colocada dos Jogos, para alegria da ditadura nacional.
O Brasil nos Jogos
Em 1964, fardada pelo sangue da ditadura, a delegação brasileira levou ao Japão uma delegação menor do que a dos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960 e infinitamente inferior ao número de mortos e presos políticos que afetaram o Brasil durante as décadas seguintes. A grande sensação do país atormentado pela falta de liberdade ficou por conta da Seleção Masculina de Basquete, comandada por Kanela. Os bicampeões mundiais chegaram ao podium após conquistarem pela segunda vez consecutiva o terceiro lugar da modalidade olímpica.
O grupo, muito parecido com o que disputou os jogos de Roma, foi formado por Amaury, Wlamir, Mosquito, Rosa Branca, Jathyr, Edson Bispo e Sucar, além dos novatos Ubiratan, Friedrich Wilhelm Braun, Victor Mirschawka, Sérgio Machado e Edvar Simões.
No futebol o destaque ficou por conta de Vicente Feola. Campeão do Mundo da Copa de 1958, o técnico da Seleção Canarinho - então bicampeã de 1962 com Aymoré Moreira ? não conseguiu repetir o êxito no torneio mundial da Suécia e terminou a Olimpíada com a frustrante quinta colocação.
Situação parecida viveu Nelson Pessoa, no hipismo. O cavalheiro não subiu ao podium, no entanto, quarenta anos depois, foi representado pelo filho, Rodrigo Pessoa, com o ouro de Atenas em 2004, na Grécia.
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