Olimpíadas de 1896

Os primeiros jogos da Era Moderna
Por Chico Santo

Pouco se sabe em relação à origem das Olimpíadas. Dados históricos apontam a Grécia Antiga como precursora do evento inicialmente disputado entre suas cidades-estado. Pela mitologia grega, Heracles, o mais celebre de todos os heróis, foi o responsável pela criação da nomenclatura e do estádio olímpico homenageado a Zeus, o rei dos Deuses. Conforme dita a tradição, Coroebus, um cozinheiro de Elis, se tornou o primeiro campeão. Para os arqueólogos, entrementes, a data mais aceita da competição está associada ao ano de 776 a.C., baseada em inscrições encontradas em Olímpia, em referência a uma corrida à pé, realizada em um intervalo de quatro anos. Durante o seu comenos inicial, os Jogos Olímpicos atingiram o apogeu entre os séculos VI e V a.C. Depois, a medida em que os romanos ganharam poder e influência na Grécia, o evento teve a importância reduzida de forma gradual até 393 d.C, quando Teodósio I proibiu a prática de cultos pagãos, como era o caso da competição, então, de cunho religiosa. Outra data que também atribui o fim da Olimpíada, antes do seu retorno no século XIX, está ligada a 426 d.C., período em que Teodósio II ordenou a destruição de todos os templos gregos.
Em 1796, a França revolucionária tentou resgatar a cultura olímpica através do LOlympiade de la République, o festival anual realizado também em 1797 e 1798. A competição marcou a introdução do sistema métrico no esporte. Anos mais tarde, John Hulley e Melly Charles idealizaram em Liverpool o Grand Olympic Festival de 1862 a 1867. Exatamente da Associação Nacional Olímpica de Liverpool surgiram as bases fundamentais da Carta do Comitê Olímpico Internacional, que ditam as regras e estatutos para a organização atual dos jogos.
A primeira Olimpíada da era moderna, entretanto, só foi realizada em 1896. A decisão de resgatar a tradicional competição foi aprovada dois anos antes, no Congresso Olímpico de Paris, entre os dias 16 e 23 de junho. A notícia da volta do principal evento esportivo do planeta deixou a Grécia em estado de graça. Tanto a mídia, quanto a população e a Família Real aprovaram a iniciativa. Cerca de US$ 448,000 foram utilizados pelos organizadores que se recusaram a construir uma piscina para as provas de natação, disputadas no mar.
O Estádio Panathinaiko, também chamado de Kallimarmaron, tornou-se o palco principal dos Jogos. Erguido em 566 a.C. e reconstruído em mármore em 329 a.C. O histórico templo do esporte teve, ainda, suas ruínas restauradas em 1870, além da reforma de 1895 que o colocou em condições de uso com uma pista em forma de U e capacidade de 80 mil pessoas (45 mil atuais).
Ao todo, catorze nações foram representadas por 241 atletas do sexo masculino de nacionalidades procedentes da Alemanha, Austrália, Áustria, Bulgária, Chile, Dinamarca, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Grécia, Hungria, Itália, Suécia e Suíça. As mulheres, naquele momento, não foram autorizadas a participar do evento. Mesmo assim, Stamata Revithi correu a prova de maratona em 11 de abril, um dia após a corrida dos homens.
No ranking dos vencedores, apenas os dois melhores atletas de cada modalidade foram lembrados. A medalha de prata, com ramos e um diploma, simbolizou o alto do podium. Já os segundos lugares receberam medalhas de bronze, também, com ramos e diplomas enquanto os terceiros, em 1896, ficaram de fora da premiação. Os Estados Unidos foi o país com maior número de campeões. Foram 11, com sete segundos e dois terceiros. A Grécia, contudo, se tornou a nação com o melhor índice geral. Dez primeiros, 17 segundos e 19 terceiros, vinte e seis a mais que os americanos.
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