Olimpíada de 1972

O terrorismo nos Jogos
Por Chico SanTTo

Cinco de setembro de 1972, a data jamais foi esquecida no mundo. Dia em que o esporte perdeu para a política e a paz para a falta de sensibilidade humana. Em jogo, a batalha entre militantes da Organização para Libertação da Palestina e o exército da Jordânia. Duelo conhecido como "Setembro Negro? e iniciado dois anos antes, em 16 de setembro de 1970, em resposta à tentativa de golpe de estado em uma briga que deixou um saldo de 10 mil mortos na região e, lamentavelmente, se estendeu à Vila Olímpica de Munique. O ataque de cunho terrorista tinha como objetivo a libertação de 200 presos árabes detidos em Israel e deixaram de imediato dois atletas israelenses mortos e outros nove como reféns.
O atentado, conhecido como "Massacre de Munique?, paralisou os jogos por exatas 34 horas. Em um primeiro momento, o local foi cercado por aproximadamente 4 mil soldados. A ameaça era a execução de dois atletas a cada intervalo de sessenta minutos. Representantes da paz travaram a negociação com o grupo e convenceram os guerrilheiros a seguir em dois helicópteros com os nove reféns para a cidade do Cairo. Lá, no aeroporto militar do Egito, a trégua chegou ao fim. A frustrada ofensiva da polícia egípcia resultou na morte de cinco terroristas, um policial, um dos pilotos da aeronave e todos os nove atletas transportados da Alemanha. As bandeiras de todas as nações participantes do Jogos foram baixadas a meio pau.
Avery Brundage, presidente do Comitê Olímpico Internacional, pronunciou, então, uma das expressões mais questionadas de todos os tempos: "Os jogos devem continuar?. Realista, polêmica ou infame, a decisão fez com que os 7161 atletas sobreviventes voltassem suas atenções à competição. O Exército Republicano Irlandês, também esteve presente nos jogos. Quatro de seus representantes se infiltraram entre os atletas para sabotar um dos competidores filiados na Irlanda do Norte.
A britânica Lorna Johnstone, então aos 70 anos, tornou-se a esportista mais velha a disputar uma Olimpíada, na extinta prova de Adestramento do Hipismo enquanto o Rei da Espanha, Juan Carlos, em um ato repetido por seu filho Felipe em 1992, em Barcelona, disputou a competição como membro integrante da equipe espanhola de vela.
Ao todo, foram distribuídas 600 medalhas. A União Soviética terminou com a primeira colocação no quadro geral com 99 pódios (50 ouros, 27 pratas e 22 bronzes) seguida pelos Estados Unidos (33 ouros, 31 pratas e 30 bronzes) e Alemanha Oriental (20 ouros, 23 pratas e 23 bronzes). O Brasil ficou com a 41ª posição com apenas dois bronzes.
O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS
A delegação brasileira dos Jogos Olímpicos de Munique foi composta por 89 atletas. Nenhum deles se tornou alvo dos ataques do grupo terrorista Setembro Negro. No que diz respeito ao âmbito esportivo, mais uma vez, o Brasil deixou a desejar sem a condecoração de medalhas de ouro e prata.
Nélson Prudêncio e Chiaki Ishii foram os únicos que subiram ao pódio. O primeiro, a exemplo do que havia ocorrido no México, com o salto triplo. O segundo na categoria peso pesado do judô.
No futebol, a Seleção Nacional do Brasil, promoveu a estreia de Falcão e Dirceu. Mesmo assim, o time canarinho obteve a pior de todas as campanhas com as derrotas para a Dinamarca (3 a 2) e Irã (1 a 0), além do empate em 2 a 2 com a Hungria. O elenco verde-amarelo foi eliminado na primeira fase.
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