Oldemar Kramer

Saudoso jornalista esportivo

Oldemar Kramer nasceu em Curitiba em 5 de Maio de 1935 e faleceu no dia 24 de dezembro de 2008, na véspera de natal, vítima de um infarto, após 43 dias de internação na Santa Casa de Curitiba. O radialista deixou a esposa Maria de Lourdes, os filhos, Siumara, Fernando, Fabiano, cinco netos e três bisnetos.
Oldemar Kramer foi o plantão esportivo mais antigo da história do rádio brasileiro. Kramer, a quem Edemar Annuseck (então na Rádio Clube Paranaense) apelidou de "Professor", militava como plantão esportivo desde 1958.
CARREIRA
Oldemar Kramer sempre foi plantão esportivo. Começou em 1º de novembro de 1958, na Rádio Marumby de Curitiba, ao lado de Willy Gonser, Cury Saliba e Reinoldo Cunha.
Em 1962, foi contratado pela Rádio Clube (a B-2) para trabalhar também com Willy Gonser (o maior locutor da história do rádio esportivo paranaense), Airton Cordeiro (outro fenômeno da época), Boris Musialowski, Osmar de Queirós e grandes nomes da época. Entrou na Clube para substituir Alfredo Otto Flatau, que se transferira para a Rádio Nereu Ramos de Blumenau.
Em 1967, Oldemar Kramer teve uma passagem de três meses pela Rádio Independência, sempre com Willy Gonser como locutor principal. Na cobertura do Robertão (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), a Independência marcou 90% da audiência em Curitiba, acompanhando o CA Paranaense.
Em 1968, o Professor Oldemar Kramer retornou à Rádio Clube Paranaense, onde trabalhou em 2007, sempre comandando o plantão esportivo. Naquele período, passaram pela Rádio Clube o saudoso Lombardi Jr, Capitão Hidalgo, Sidnei Campos, Mário Henrique, Raul Mazza do Nascimento, Lourival Barão, Edemar Annuseck, Sicupira, Ulisses Costa, entre outros.
Em 2008, em seu último trabalho profissional, foi contratado por uma emissora de FM da capital do Paraná em equipe comandada por Sidnei Campos.
Grande Oldemar Kramer, que Deus o tenha! E parabéns por tudo que você fez pelo rádio, pelo Paraná, pelo futebol e pelo plantão esportivo do rádio. Nesta função, só trabalha quem conhece e quem muito ama o rádio e o futebol.


INTERNACIONAL
Oldemar Kramer esteve presente "in loco? nos campeonatos mundiais da Itália em 1990 e dos EUA em 1994. Também ? e sempre como plantão esportivo ? cobriu a Copa América de 1991 no Chile, 93 no Equador, 95 no Uruguai, 97 na Bolívia e 99 no Paraguai.
EMOÇÕES
Uma das grandes emoções vividas em sua carreira ocorreu durante uma visita do Presidente da República, Gal. Emilio Garrastazu Médici à Cidade Industrial de Curitiba. Ligando do hotel em que o presidente estava hospedado, o chefe de imprensa anunciou o interesse de Médici em conversar com Oldemar Kramer. E foi o que ocorreu. O presidente Médici, quando chegou a Curitiba saindo do Aeroporto Afonso Pena para a Cidade Industrial, estava ouvindo a B-2 para saber do resultado de jogos. Eram 23h30 quando o presidente Médici conversou ao telefone com Oldemar Kramer para tomar conhecimento dos resultados das partidas que envolveram seus times do coração: Grêmio Porto alegrense e CR Flamengo.
A outra grande emoção de Kramer foi ter trabalhado ao lado de Fiori Giglioti, em 1999, na Copa América do Paraguai. Como o futebol tinha parado na Rádio Record, Fiori atendeu um convite da B-2 e participou da cobertura da Copa América como narrador e comentarista.
OUTRAS ATIVIDADES
Oldemar Kramer, por 29 anos, participou da Administração Municipal de Curitiba como Diretor de Rendas Imobiliárias e na Secretaria da Fazenda do Departamento de Patrimônio da cidade. Nos últimos dias da sua vida, tornou-se sócio de seus filhos Fernando e Fabiano, e dirigiu a TERCOPAVI ? Construtora e Pavimentadora Ltda.
FAMÍLIA
Oldemar Kramer foi casado com dona Maria de Lourdes e teve três filhos: Siumara (formada em Ciências Contábeis), Fernando (engenheiro) e Fabiano (administrador de empresas). Kramer teve cinco netos e três bisnetos
Por Edemar Annuseck


Ainda sobre Oldemar Kramer, veja a matéria da Folha de S.Paulo de 31 de dezembro de 2008, na seção "Obituário" do caderno Cotidiano, escrita pelo repórter Estêvão Bertoni.

"OLDEMAR KRAMER (1935-2008)
Um professor há meio século no rádio
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A duração média de um grito de gol do locutor era o tempo necessário para que Oldemar Kramer puxasse da memória um amontoado de números sobre a partida.
"Ele sabia quantos gols o time ou o jogador tinha feito, sabia todas as estatísticas de cabeça", lembra Sidnei Campos, amigo radialista. "Era uma memória de elefante, sem contar com a ajuda do computador", emenda.
Um dos mais antigos profissionais a trabalhar com plantão esportivo (jornalista que acompanha o resultado dos jogos e fornece informações adicionais e estatísticas à transmissão), Professor Kramer, entre os amigos, ou Tito, para a família, chamava o computador de "máquina do diabo", conta o colega.
Em 1º de novembro deste ano, Oldemar completou 50 anos de rádio, mas, pouco antes, a emissora em que trabalhava fechou. "Ele me telefonou e disse: vou fazer 50 anos no rádio e quero comemorar na ativa", conta Sidnei, que o contratou em seguida. "Ele tinha uma voz fantástica."
Dias antes de receber uma homenagem, sofreu um infarto. "No hospital, ele ficava de olhos fechados. Quando falei que ele tinha de voltar para o rádio, ele abriu os olhos", conta o neto Júlio.
Cobriu duas Copas do Mundo e várias Copas Américas. Aposentou-se como servidor em Curitiba, onde morreu na última quarta, aos 73, após parada cardíaca. Teve três filhos, cinco netos e quatro bisnetos. obituario@grupofolha.com.br"

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