Paula vares Valentimjornalista responsável
Chico Santo, direto da África do Sul - Um campo de batalha, em uma guerra contra o tempo. Visto de fora, em um ângulo diferente daquele que não é mostrado ao público diante das campanhas publicitárias que cercam os bastidores do mundial da África do Sul, o Estádio Nelson Mandela, em Port Elizabeth é mais um dos muitos exemplos de incompetência administrativa dentro da Copa do Mundo de 2010. "Ainda tem muito o que fazer por aqui. Estamos trabalhando sem parar para conseguir terminar essa obra. Temos pouco tempo e muito trabalho?, afirma o pedreiro Mossi Steiheii. O Estádio Nelson Mandela foi o primeiro dos outros cinco novos estádios da África do Sul a ter as suas obras iniciadas. Custou aos cofres públicos o equivalente a 600 milhões de reais. Está situado nas proximidades da deslumbrante North End Lake e se tudo ocorrer de acordo como quer a Seleção Brasileira, receberá o Brasil nas quartas-de-final. "Esta é uma cidade tranquila, com muitas praias e muito sol. Se você for a outros lugares da África do Sul, nessa época do ano, sentirá frio. Mas aqui isso não acontece. Estamos em uma área privilegiada?, diz o operário, com nome de guitarrista, Jacob Slashe. Há menos de 15 dias para a abertura oficial da Copa do Mundo, quem vai ao local na expectativa de encontrar o que deveria estar pronto, se assusta. Barro, pedras, tijolos, areia, cimento e britadeiras fazem do Estádio Nelson Mandela um verdadeiro campo de obras. "O importante é que isso tudo vai estar pronto para a Copa do Mundo. A gente dá um jeito. O que importa é a festa e a alegria de quem vier aqui?, complementa o auxiliar de pedreiro Sirebulime Mgec. Cercado por grades que impossibilitam a entrada de seus visitantes, o Nelson Mandela foi inaugurado no ano passado, mas oficialmente terá sua festa de destaque no próximo dia 12 de junho quando as seleções nacionais da Coréia do Sul e Grécia entrarem em campo pela Copa do Mundo de 2010. "Não é o tipo de jogo que a gente esperava para oficializar o estádio, mas estamos felizes porque outros países, com uma tradição maior dentro do futebol, também irão passar por aqui?, afirma o mestre de obras Viuad i Medlekeni.
Com uma capacidade para receber 48 mil pessoas e um gramado de 105 metros de extensão por 68 metros de largura, o estádio foi projetado, também, para abrigar partidas de Rugby. Entretanto, às vésperas da Copa do Mundo e, diante da possibilidade de receber a Seleção Brasileira, chama a atenção para uma decisão classificada como imperdoável pelos sul-africanos. "Gostariamos de ver Ronaldinho Gaúcho aqui, Não entendo porque o Dunga o deixou de fora. Queremos os melhores em campo. Mas sabemos que o Brasil não trouxe os seus melhores jogadores?, finaliza o operário SIre Oice.
Pela tabela oficial da FIFA, caso a Seleção Brasileira se classifique em primeiro do grupo e não decepcione nas oitavas-de-final, o Estádio será o palco do sonho do hexacampeonato mundial apenas no dia 2 de julho de 2010. Até lá a expectativa é de que o canteiro de obras internacional ganhe outra visibilidade e se torne digno de receber uma Copa do Mundo.
