Nos Diários Associados de Chateaubriand

Chico Santo, bastidores do jornalismo
Paula Vares Valentim
jornalista responsável
Fazer história sempre esteve entre as prioridades da carreira de Chico Santo. Tanto que, em dezembro de 2010, o repórter já havia atuado em alguns dos principais veículos de comunicação de rádio, internet, mídia impressa e televisão do Brasil. Com apenas 31 anos, dentre os quais apenas seis haviam sido registrados como jornalista diplomado, o repórter internacional já possuía uma currículo diferenciado tanto do ponto de vista empírico quanto profissional. Até porque, para o paulista cidadão do mundo e de todas as partes do Brasil, tão importante quanto a oportunidade de estar em mais de 40 países tornou-se para ele a proposta que recebeu para assinar com o histórico grupo Diários Associados de Assis Chateaubriand. "Foi mais um momento especial da minha vida. Como repórter, já havia tido o meu trabalho veiculado pelo Núcleo Globo Televisão, incluindo a Globo Internacional, Globo News e SporTV, Rádio Jovem Pan, CBN, Terra, Terceiro Tempo, Yahoo!, Jornal do Brasil e Jornal O Dia. Na minha opinião, muito para um cara de apenas 31 anos, sobretudo, diante do peso que representa cada um desses veículos. Quando recebi o telefonema de Belo Horizonte para trabalhar nos Diários Associados, com a TV Alterosa em Minas Gerais, eu sabia que não iria durar muito. Naquele momento eu já estava articulando a minha volta para o Núcleo Globo de Televisão, como de fato, ocorreu, com a RPC, no Paraná, poucos dias depois. Entretanto, eu não poderia jamais negar uma proposta daquela.  Deixei claro para a direção que não iria prorrogar o contrato. De qualquer forma, para mim, foi como viver as páginas de Chatô, o Rei do Brasil, escrito por Fernando Moraes. Livro que considero obrigatório para qualquer iniciante e que li três vezes.?
Em Minas Gerais, Chico Santo se instalou na cidade de Uberaba, onde está sepultado o corpo de Chico Xavier. "Admiro demais a maneira simples do Chico. Um dos exemplos de vida que tenho. Evidentemente, estou longe de ter o mesmo grau de espiritualidade que ele. Contudo, isso não significa que eu não o considere como um modelo. Tive a chance de conhecer o seu túmulo. Uma das coisas que aprendi com o Comandante Rolim Adolfo Amaro. Aonde quer que fosse, ele sempre dava um jeito de visitar o local de repouso dos grandes homens. Gostava, em especial, do Hospital dos Enfermos, em Paris, onde está Napoleão Bonaparte. Estive lá, também, e faço o mesmo sempre que chego em uma cidade nova. Por isso, em Uberaba, de fato, vivi um momento extremamente bom do ponto de vista espiritual durante o tempo que estive lá, em um dos lugares mais incríveis que conheci, mais pelo coração das pessoas do que propriamente pelas belezas estereotipas. No fundo, foi um ínterim subjetivo de paz que serviu como uma espécie de reencontro comigo mesmo, em meio a toda agitação que eu estava levando. Basta dizer que somente em 2010 eu havia feito a cobertura dos terremotos do Haiti e Chile, bem como a Tragédia de Angra dos Reis e, claro, a Copa do Mundo da África do Sul, onde fiquei por exatos 63 dias. Então, no fundo, eu precisava daquilo.?
Dos trabalhos que fez com a TV Alterosa, um dos braços do solidificado Grupo Diários Associados, o que mais chamou a atenção foi o especial sobre a cracolândia, que culminou com a invasão da polícia no principal ponto do corredor do tráfico e a veiculação em rede nacional. "Trata-se de uma região problemática neste sentido porque o Triângulo Mineiro está localizado exatamente entre o nordeste e São Paulo. É um local de redistribuição de drogas. Por isso chega a assustar a quantidade de usuários na cidade. Durante praticamente um mês, produzi o material em companhia do repórter cinematográfico Marcelo Muriggi, o mesmo que fechou para a TV Globo o caso Jean Charles. Foi um trabalho difícil, de infiltração, onde passávamos o dia inteiro dentro de carros filmados ou circulando pelos postos de gasolina da BR. Vi de perto a degradação da vida, principalmente, através dos corpos esqueléticos das acompanhantes que se vendiam em troca de uma pedra de craque. Uma delas, às vésperas do natal, se aproximou do carro que estava e disse para o Marcelo que tinha sonhado comigo, que eu iria trabalhar na TV Bandeirantes. Dias depois recebi o convite que estava aguardando para me transferir ao Paraná e voltar ao Núcleo Globo de Televisão. Foi algo misterioso. Talvez ela tenha errado o canal.?
Da TV Alterosa, contudo, o que mais chamou a atenção do jornalista foi como a direção do Diários Associados trata  o seu quadro de funcionários. "Eles são absolutamente profissionais em tudo. Não querem saber de matérias para preencher jornais e se dão ao luxo de pagar uma equipe para trabalhar em um VT por três semanas, se for preciso, como ocorreu comigo. Os funcionários de outras praças, das sucursais de Belo Horizonte, participam da festa de fim de ano, na capital mineira. Todos. O Grupo arca com as despesas de transporte e hotel para que a confraternização seja completa. O ambiente de trabalho é muito sadio e o profissional se sente bem, tanto que em Minas Gerais os Diários Associados, com o Estado de Minas, que é o principal jornal em circulação de Belo Horizonte, é extremamente respeitado. Do mesmo jeito que acontece com o Correio Brasiliense do Distrito Federal, que também pertence aos Diários Associados. Soube que a bandeirinha Ana Paula de Oliveira fechou com a Alterosa. Isso mostra que o Império de Assis Chateaubriand continua tão forte quanto a sombra do Chatô.
ver mais notícias

Selecione a letra para o filtro

ÚLTIMOS CRAQUES