Nilza Monte Garcia

Grande jogadora de basquete nas décadas de 60 e 70
por Marcus Vinicius Dias Magalhães
Nascida no dia 8 de novembro de 1942, na capital paulista, Nilza Monte Garcia foi uma marcante jogadora de basquete brasileira, por sempre chegar aos treinos carregando livros. A ex-pivô do Atlético Ipiranga, Corinthians, Atlético Pirelli e Seleção Brasileira conquistou duas medalhas de ouro nos jogos Pan-americanos e uma medalha de bronze no Mundial de 1971. Nilza, que morava com a mãe de 91 anos, faleceu no dia 10 de abril de 2011, vítima de câncer.
Nilza, ex-jogadora de vôlei, descobriu seu talento pelo basquete no início da década de 60, quando atuou pelo Atlético Ipiranga, seu primeiro clube profissional. O ótimo desempenho da atleta chamou a atenção da comissão técnica da Seleção Brasileira, que não demorou para convocá-la para o Sul-Americano de 1962, no Paraguai. Ainda jovem, a pivô foi vice-campeã do torneio com o Brasil.
No ano seguinte, Garcia fez parte do grupo que conquistou a medalha de bronze nos jogos Pan-Americanos realizado em São Paulo.
A medalha de ouro na competição veio em dose dupla. A Seleção de Nilza conquistou o título nos Jogos de Winnipeg, no Canadá, em 1967, e em Cali, na Colômbia, no ano de 1971, ano que conquistou o maior feito de sua carreira, segundo a atleta. Com uma geração de grandes jogadoras, Nilza conquistou a medalha de bronze no Mundial do Brasil.
Na ocasião, as manchetes dos principais jornais, que ainda se voltavam para o tri-campeonato mundial de futebol da Seleção, consideraram a ex-atleta uma mistura de Gerson, Rivelino e Pelé do basquete.
A paulistana, de 1,82m, chamava a atenção por sua dedicação nos estudos. Sempre carregando livros, quando chegava aos treinos, Nilza sabia dividir a carreira de jogadora e a de estudante. Um fato marcante na carreira da pivô foi o pedido de liberação da Seleção em 1967, do Campeonato Sul-Americano, para não prejudicar seus estudos, na época.
A jogadora encerrou sua carreira no Atlético Pirelli, em 1976, antes de se formar em pedagogia, psicologia e educação física. Garcia  lesionou matérias relacionadas à parte pedagógica da Educação Física, na Universidade FMU.

Confira abaixo a nota do falecimento de Nilza Garcia na Folha de S.Paulo
Nilza M. Garcia (1942-2011)
Entre o basquete e os livros
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Nilza Monte Garcia, atleta que defendeu a seleção brasileira de basquete por mais de uma década, costumava chegar aos treinos carregada de livros. Ela se dividia entre os jogos e os estudos. Formou-se em pedagogia, psicologia e educação física.
O começo no esporte, na verdade, foi no vôlei, lembra o irmão, Elércio. Mas, como Nilza tinha 1,82 m de altura, logo acabou cooptada pela turma do basquete. Ganharia vários títulos como pivô.
Foi bicampeã em Pan-Americanos (1967 e 1971) e tri em campeonatos Sul-Americanos (1968, 1970 e 1974).
Em 1971, ganhou o bronze no mundial --uma nova medalha da seleção feminina só seria conquistada novamente em mundiais apenas em 1994 (um ouro, na Austrália).
Aquele campeonato foi inesquecível para ela, especialmente pelo jogo contra o Japão, no qual uma cesta sua, nos últimos segundos, deu a vitória ao Brasil por apenas um ponto (77 a 76).
Ao longo da carreira, defendeu três clubes: Atlético Ypiranga, Corinthians e Atlético Pirelli. Venceu seis vezes o campeonato paulista e uma vez a Taça Brasil. O pai, comerciante que tentara ser goleiro do Corinthians, ficou feliz quando a filha entrou para o time pelo qual torcia.
Graças aos estudos --em 1967, não foi ao Sul-Americano para não prejudicá-los-- teve um carreira de professora após deixar as quadras.
Ultimamente, lecionava na FMU, para onde foi levada pela amiga Norminha, também ex-jogadora da seleção.
Morava com a mãe, de 91 anos. Morreu no domingo, aos 68, devido a um câncer. Solteira, não deixa filhos.
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