Na TV Anhanguera

TV Globo-GO / TV Globo-TO
Por Paula Vares Valentim
jornalista responsável
A Seleção Brasileira de Futebol cambaleava na Venezuela durante a Copa América de 2007 quando Chico Santo recebeu o convite para integrar a equipe de jornalistas da TV Anhanguera, afiliada da TV Globo nos estados de Goiás e Tocantins. Acostumado a encarar a estrada como um interminável mar de desafios, o repórter de imediato se viu empolgado com a oportunidade de uma nova mudança e naquela mesma noite de inverno paulistano deixou a cabine de transmissão da Rádio Jovem Pan, onde acompanhava a narração de Nilson César, certo de que os ventos sopravam em seu caminho um pouco dos encantos desconhecidos da mais nova capital brasileira. "Eu queria ir para Palmas. Sabia que encontraria um mundo totalmente diferente do que eu estava acostumado junto aos arranha-céus da capital paulista e isso tudo me excitava. Para ser exato, tudo aconteceu após uma palestra que dei, em meio a um trabalho de produção para a SporTV em Goiânia  durante a 3a etapa do Campeonato Brasileiro de Triathon. Lembro de ter saído do bate-papo com os alunos de comunicação da Universidade Católica de Goiânia e me encontrado com o coordenador de jornalismo, Alziro Zarur, na redação da afiliada de Goiás, onde já havia estagiado, ainda como estudante de jornalismo, em 2002. Foi lá que tomei conhecimento de que seria bem-vindo no Tocantins. E o que se viu na seqüência foi a conciliação da aposta com a oportunidade?, conta o jornalista.
Chico de Assis entrou em contato com o diretor de jornalismo Rogério Silva, responsável pela coordenação da emissora no Tocantins e algumas semanas depois seguiu para Palmas, onde realizou os testes que serviriam de base para a contratação. "Foi tudo muito rápido e certo. Fiquei com a reportagem exatamente quinze dias. Antes de voltar a São Paulo o Rogério me chamou na sala dele e deixou claro que eu seria lembrado na primeira oportunidade que tivesse. Menos de um mês depois arrumei as malas e parti em definitivo.? Ao desembarcar em Palmas (na foto ao lado do cinegrafista Tarcisio Lima, com uma sucuri), o repórter passou por um rápido processo de adaptação, sobretudo, em virtude das diferenças climáticas e naturais estabelecidas entre os estados de São Paulo e Tocantins. "Existem os dois lados da moeda, sempre. Evidentemente, senti falta da vida agitada de São Paulo. Em contrapartida encontrei algo que sempre me despertou muito interesse, o desejo de aprender outras culturas. No Tocantins foi excelente porque, por se tratar de um estado novo, tem gente de todo lugar e, então, o que se vê é uma mistura bem `abrasileirada` de diferentes modos de vida. Sem falar que lá, torço para que ainda seja assim, você corria o sério risco de tropeçar em uma sucuri pelo caminho...?.
A bem da verdade, ao contrário do que imaginava, encontrou na capital tocantinense aquilo que tanto se busca em dias atuais: "Quando se fala em qualidade de vida logo se pensa em uma cidade tranquila, com ruas seguras e ar puro. Foi exatamente isso que observei de imediato em Palmas. O contato com a natureza é muito forte. Você vai ao parque e vê uma sucuri nadando. Torce para que os patos sobrevivam. Em uma caminhada, sobram capivaras. Se entrar na mata, é preciso tomar cuidado com o que vai encontrar. Tudo isso é muito fascinante para quem está desacostumado. E olha que estamos falando, apenas, de um parque no centro de Palmas! Por outro lado, pesa o fato de viver em uma temperatura tão alta. Da noite para o dia, sofri uma variação de 44o C?, relembra. Tão logo chegou a Palmas recebeu de presente a oportunidade de conhecer o Jalapão, o principal cartão postal do estado: "Nunca me canso de agradecer ao Rogério pela pauta. Tanta gente queria ir e eu embarquei em uma viagem de 7 dias por uma das regiões mais belas do Brasil. Sentia-me como o Francisco José, sentado em um barco navegando pelo Rio Sono. Isso para não falar das barracas, serras, estradas e matas que passamos. Realmente, foi um dos momentos mais marcantes da minha vida?.
O trabalho do Jalapão rendeu uma série de 9 VT?s de aproximadamente 5 minutos cada. O material foi veiculado pela Globo News e Globo Internacional, além de se tornar o presente da TV Anhanguera para os telespectadores da emissora no 19o aniversário do estado: "Foi fantástico. Lembro-me de estar debaixo de uma cachoeira agradecendo a Deus pela oportunidade e rezando pelo Marco Antônio Uchôa que sempre me ajudou. Naquele último dia de trabalho, se eu pudesse, teria telefonado para ele, como sempre fizera, para contar tudo o que estava acontecendo. Me lembrei muito do Uchoa, vitima de câncer anos atrás. Ele foi uma das pessoas que mais me incentivou durante os primeiros anos da minha carreira e eu não tenho a menor dúvida de que um dia, como ele mesmo disse, iremos trabalhar na mesma redação?, conta o Santo.
A série especial sobre o Jalapão não foi o único material veiculado pela Globo News. Outras matérias entraram na grade de programação do Via Brasil e Em Cima da Hora. De qualquer forma, o que mais chamou a atenção durante a passagem de Chico de Assis pela emissora foi a disposição pelo trabalho: "Eu sempre estava disposto a tudo. As pautas da madrugada, geralmente, caiam para mim porque eu deixava claro a idéia de que estava em Palmas para trabalhar. Foi assim o tempo todo. A chefia de reportagem sabia que podia contar comigo da mesma forma que eu podia contar com eles.?
O excesso de trabalho rendeu-lhe um banco de horas acima de qualquer outro. As folgas, no entanto, foram utilizadas para os projetos paralelos do jornalista: "Chegou um momento que os meus colegas começaram a dizer que iriam colocar uma cama no camarim. De fato, teria me ajudado muito. Além da TV Anhanguera, fui contratado como responsável pela edição de toda a programação de jornalismo da CBN, na época Rádio Araguaia. Então, minha agenda sempre estava lotada. Quando não estava na TV Anhanguera, tinha que me dedicar ao grupo de rádios da emissora e nos momentos de folga fazia o meu trabalho de correspondente do TERRA ou estava viajando pelo Brasil durante as coberturas do Campeonato Brasileiro de Jet Ski e Troféu Brasil de Triathon, ambos veiculados pela SporTV.?
Na TV Anhanguera o repórter Chico Santo teve o trabalho destacado no estado, acima de tudo, pela criatividade de suas passagens e textos que saiam do convencional sem fugir do padrão: "Ao chegar em Palmas disse para mim mesmo que iria fazer história no Tocantins. Com esse intuito saía às ruas para fazer o diferente. O fato de ter nascido em São Paulo e acompanhado o SPTV desde os tempos de "SP Já? me ajudou muito porque eu sempre tive uma característica de reportagem comunitária aos moldes do SPTV. A gente não vê o Marcio Canuto ou a maior parte dos repórteres do telejornal paulista parado em um enquadramento padrão. E eu sempre procurei seguir esse modelo. Não teria conseguido se a coordenação de jornalismo da TV Anhanguera, com o apoio do coordenador Rogério Silva, não tivesse me autorizado a utilizar tanto o lapela quanto o microfone sem fio quando bem entendesse?.
Da passagem pelo Tocantins, o repórter trás ainda a amizade e o estreito relacionamento que fez com o coordenador Rogério Silva, o criador da assinatura "Chico de Assis?, redefinida posteriormente, em sua volta à imprensa paulista como "Chico Santo?: "É engraçado isso. Em 2002, assinava ?Francisco de Assis?, na Jovem Pan. Mantive o nome composto até 2004, quando a RBS TV optou por ?Francisco Ripol?. Entretanto, ao desembarcar em Palmas, em uma conversa com Rogério cheguei a conclusão que ?Chico de Assis? ficava menos formal e mais próximo do telespectador. Também pesou o fato do Chico Pinheiro me chamar de ?Xará?. Só voltei a usar o `sobrenome` Santo quando o coordenador do Terceiro Tempo, Ednilson Valia, me chamou em um canto e me disse: `cara, aqui em São Paulo todo mundo te conhece como Santo. Não dá para abrir mão desse marketing que você criou. Pense a respeito.? Na mesma semana o repórter estreou o programa "Futebol Santo?, o pioneiro em vídeo do Portal Terceiro Tempo.
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