Na Copa das Confederações de 2009

O tricampeonato brasileiro na África do Sul
Paula Vares Valentim
jornalista responsável
Ao fim da cobertura da Gripe Suína do México, Chico Santo já estava com as malas prontas para mais uma viagem pelo mundo. "Trabalhar na África do Sul é como estar no meio da selva. Vale a lei do mais forte e você tem que chegar completamente adaptado à teoria de Darwin. Caso contrário, pode apostar, será uma presa fácil. A não ser que o objetivo seja estar apenas dentro da rota turística do politicamente seguro, o que, como todo mundo sabe, não é o meu caso. Até porque sinto uma atração inexplicável pelo perigo. Um caso de amor surreal correspondido com o jornalismo.? Pelo Terceiro Tempo, o repórter desembarcou em Joanesburgo para atuar como enviado especial do jornalista Milton Neves durante a Copa das Confederações de 2009. "Foi um reconhecimento de área para o mundial de 2010. Um contato inicial dentro de um projeto que enriqueceu demais a minha vida. Estive em lugares onde as câmeras seguramente não chegaram. Ousei e só fui me dar conta que estava indo longe demais quando encontrei o Caco Barcellos no Zimbábue e ele me disse que, caso eu quisesse voltar vivo para o Brasil, era melhor dar um tempo. Quando um cara como Caco diz isso, então, você definitivamente passou dos limites.? Os desafios, a bem da verdade, começaram antes de sua aventura pelo continente africano. "Uma coisa é você ir para a África em grupo com tudo a sua disposição, sem se preocupar com nada. Outra, bem diferente, é ter que se virar sozinho. Lá, até para sair do aeroporto foi difícil. Como o sistema de transporte simplesmente não existia, a única opção para quem vinha de fora era se sujeitar aos preços abusivos repassados pelos taxistas espertalhões, sem nenhum tipo de controle.? Tarifas que chegavam a custar US$ 250,00 e contrariavam as próprias regras estabelecidas por uma nação que tentava agregar o turismo aos benefícios da Copa. "Eles agiam como quadrilha. Era impossível qualquer tipo de negociação. Foi aí que tive a idéia de reunir um grupo de brasileiros para tentar minimizar o roubo. Encontrei dois caras perdidos no saguão e um outro completamente desnorteado no aeroporto. Os três não sabiam falar sequer uma palavra em inglês e estavam na África do Sul como se estivessem na Inglaterra. Todos com o dinheiro contado. Acabei me tornando o responsável pela formação do quarteto. Um dos companheiros de aventura era o José Carlos Peruano, torcedor da Raça-Fla, bem conhecido no Rio de Janeiro.? De Joanesburgo, os brasileiros seguiram para a cidade de Bloemfontein, palco da partida de estréia da Seleção Nacional do Brasil diante do Egito. "Saímos do aeroporto direto para um hotel vagabundo no centro de Joeberg, onde dividimos dois apartamentos que não possuíam banheiros. Para ser sincero, não havia a mínima condição de hotelaria na África do Sul. Tudo estava lotado. O primeiro dia na África foi extremamente desanimador. De cara percebi a bucha que havia me metido. Além de dormir mal e pagar caro ainda tive que compartilhar um apartamento de 1/2 m² mobiliado somente com um beliche. Da janela era possível enxergar o tráfico de drogas ao lado da rodoviária. Um funcionário do hotel me orientou a não sair de lá para nada. Clima de terrorismo total. No dia seguinte, pela manhã, pegamos o primeiro ônibus para Bloemfontein. Foi uma das melhores viagens que já fiz. Dez horas de estrada pela savana africana. Uma paisagem incomparável com qualquer outra que já tenha visto no mundo.?
Em 15 de junho de 2009, ao vencer o Egito por 4 a 3, a equipe de Dunga iniciava a sua campanha para o tricampeonato da Copa das Confederações. "Entrei no estádio e dei de cara com o repórter Felipe Mota, da Rádio Jovem Pan. Coincidentemente, o mesmo aconteceria em 2010, também, na partida de estréia do Brasil na Copa do Mundo, contra a Coreia do Norte. Foi legal revê-lo do outro lado do Oceano Atlântico, afinal de contas, iniciamos a nossa carreira praticamente juntos, na produção e coordenação do Pique da Pan. Estávamos, sim, em times diferentes, mas, de qualquer forma, era um sinal de que havíamos vencido.? Se por um lado, dentro do estádio, no chamado território FIFA, tudo corria bem, fora dos portões a situação era bem diferente. "Quando o jogo acabou, não havia mais o que fazer em Bloemfontein. As duas partidas seguintes da Seleção Brasileira, contra Estados Unidos e Itália, seriam disputadas em Pretória. Consequentemente, cada um precisava tomar o seu rumo. Naquela altura do campeonato já havia me separado dos demais brasileiros do grupo montado em Joanesburgo por motivos que considero óbvios. Enquanto tudo o que eu queria era parecer um nativo e tentar chamar o mínimo de atenção possível, para preservar a segurança, evidentemente, os torcedores desejavam fazer justamente o contrário. E não adiantava pedir que as camisas em tom verde-amarelo, altamente chamativas, fossem deixadas na mala. Bastava uma pequena caminhada para que todo mundo soubesse que éramos brasileiros. E a turma, animada, fazia questão de gritar o nome do Brasil, como se estivessem em um desfile de carnaval. Por essa razão dei um perdido nos caras e passei a andar nos dias subseqüentes somente em companhia do discreto José Carlos Peruano, o torcedor do Flamengo que não entendia nada de inglês, mas que ? em contrapartida ? tinha a malandragem carioca das arquibancadas do Maracanã como ponto forte na luta para a sobrevivência.?
Juntos, os dois acabaram vítimas de um cárcere privado na rodoviária da cidade. "Foi um jogo de xadrez onde nós éramos a caça. Para ser exato, estávamos em um saguão pequeno, com apenas uma porta e alguns assentos para a espera em frente ao guichê de venda das passagens. Não demorou muito para que uma quadrilha de bandidos percebesse a nossa presença. O grupo se posicionou estrategicamente em pontos que simplesmente impossibilitavam qualquer tipo de reação. Não dava para sair do terminal. Não havia rota de fuga. Pedi para que a polícia fosse chamada e um dos funcionários da rodoviária se recusou, em um primeiro momento. O cara fazia parte do esquema. Foi aí que vi o José Carlos Peruano realizar uma das coisas mais ousadas que alguém poderia fazer naquele momento, contra um bando de vagabundos. Ele caminhou em direção ao canalha que parecia liderar a quadrilha e, sem pronunciar sequer uma palavra em inglês, começou a se comunicar com o sul-africano. Através de mímicas, o Peruano deixou claro que sabíamos o que estava se passando e que se fosse necessário ele iria para a porrada com todo mundo.?
Neste momento o repórter descobriu quem o companheiro de viagem. "O Peruano me contou, depois, sua história. Vive do Flamengo, acorda com o Flamengo e respira o Flamengo. Foi o primeiro cara a me falar que a Patrícia Amorim seria presidente do rubronegro carioca, o que na época, eu duvidei. Seu passado não é dos melhores. Foi responsável por várias brigas que geraram grandes conflitos no Maracanã. Em síntese, bateu e apanhou muito. No seu corpo ainda podem ser vistos os sinais da pancadaria. Ele diz que se arrependeu de tudo isso e que hoje é contra a violência. Mas quando o Ronaldo trocou o Flamengo pelo Corinthians foi ele quem organizou todo aquele folclore dos travecos. Por essa razão, se quer saber, na minha opinião, acho que eu estava mais seguro na rodoviária de Bloemfontein ao lado do Peruano do que os dez leões de chácara, bandidos, que tentaram nos roubar. Se eles conhecessem o Peruano, teriam pedido desculpas... I?m sorry mr. Peruano?. Além de Chico Santo e José Carlos Peruano, o repórter da Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, José Alberto, também quase se tornou vitima dos malandros. "No meio de toda aquela tensão, de repente, olho para o lado e vejo o Zé Alberto entrando com todo equipamento da rádio. O Peruano virou para mim e disse: agora ferrou de vez. Esse aí dançou. Fui em direção ao Zé e lhe deixei claro que estávamos lutando com um bando de vagabundos - em uma espécie de jogo ideológico - para evitar o roubo. A polícia, depois que me apresentei como jornalista aos funcionários da rodoviária e ameacei denunciar à FIFA todos os suspeitos, já estava a caminho. Felizmente, com a escolta de um soldado do exército, saímos ilesos daquela partida de xadrez. Ninguém foi preso?.
Em Pretória, entretanto, o desfecho foi outro. "Dizer que a África do Sul é um país calmo é um grande absurdo. A violência, lá, é extremamente visível. Você não pode andar sozinho ou se aventurar pelas ruas. Quando isso acontece você vive um comenos de sorte ou azar.? Foi o que ocorreu com o jornalista. "Fui roubado, por volta das 14 horas da tarde, na principal avenida da cidade por dois caras. Eles se apresentaram com uma faca destas de sertão nordestino e me pediram o meu passaporte. Levaram, ainda, uma câmera fotográfica, um cartão de crédito e algumas notas de dólares. Por sorte não revistaram a minha mochila, onde estava o meu notebook com todas as fotos. A Embaixada Brasileira, de imediato, me ajudou. Além de emitir um novo passaporte na hora, chegou a me oferecer um vôo de volta para o Brasil. Obviamente, recusei?.
Neste ínterim, a Seleção Brasileira venceu seus dois compromissos seguintes. Fez o placar de 3 a 0 contra os Estados Unidos, em 18 de junho, e repetiu o resultado diante da Itália, em 21 de junho. "Foram dois jogos no centenário Loftus Versfeld, que entrou para a história do futebol, em 2010, como o estádio mais antigo a ser utilizado em uma Copa do Mundo, com 107 anos de uso. Bem mais do que a própria FIFA, rigorosa em sua lista de encargos, costuma cobrar em termos de modernidade e tecnologia aos países sedes.? Desta forma, classificada para a fase eliminatória, o Brasil superou, ainda, a dona da casa, África do Sul, por 1 a 0, em 25 de junho, na semifinal, e depois levantou a taça, na virada histórica de 3 a 2, contra os Estados Unidos, em 28 de junho. A Espanha, que se tornaria a campeã do mundo, em 2010, terminou o torneio em terceiro lugar, depois de perder para os Estados Unidos por 2 a 0 na semifinal e derrotar a África do Sul, na prorrogação, por 3 a 2, na disputa pelo terceiro e quarto lugar. "A Copa das Confederações foi um campeonato de tiro curto muito bem disputada entre as seleções. Se tratando do último teste antes da Copa do Mundo, deixou muito a desejar. Quem esteve lá em 2009, sabia o que iria encontrar pela frente no ano seguinte. Claro, é preciso ressaltar que muita coisa, indiscutivelmente, melhorou. O próprio Carlos Alberto Parreira disse isso em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Milton Neves. Mas em 2010, a exemplo do que aconteceu no ano anterior, a organização voltou a pecar e muita gente, como eu, foi roubada.?
Se tivesse seguido o conselho de Caco Barcellos, muito provavelmente, Chico Santo teria se livrado de algumas das muitas situações constrangedoras que enfrentou. "Ele me disse aquilo durante o período de preparação para a Copa do Mundo, em 2010, com a Seleção Brasileira jogando ao fundo. O problema é que quando saio para esse tipo de cobertura, procuro sempre encontrar algo que não esteja dentro do foco comum da imprensa. Gosto, particularmente, de mostrar o lado social e cultural de cada região. Ir além das pautas de treinamentos e dia-a-dia das equipes. Aplico no esporte aquilo que aprendi como repórter internacional da editoria mundo do jornalismo factual. Por mais que o futebol não tenha nada a ver com terremotos, catástrofes ou epidemias, sempre é possível dar um passo além do que se pode enxergar.?
Com um olhar atento principalmente ao que as lentes não captaram dentro das quatro linhas, a cobertura da Copa das Confederações da África do Sul foi abordada pelo jornalista por um ângulo diferente. "Não dá para chegar na África Negra e fingir que o Apartheid não existiu. E isso me despertou o interesse. Até porque, apesar do fim do período da segregação racial, ainda são visíveis os reflexos do racismo. Não que isso seja permitido. Longe disso. A questão é que foram 46 anos de lutas ideológicas e armadas. Então, não dá para esperar que em menos de duas décadas tudo volte ao que a sociedade considera normal como se nada tivesse acontecido.?
Amplamente combatido por Nelson Mandela, o Apartheid vigorou de 1948 a 1994 e deixou seqüelas profundas na história sul-africana. "Conversei com muitos nativos a respeito do passado. Os brancos reconhecem o excesso e os negros fazem questão de mostrar as cicatrizes. A diferença econômica entre os dois grupos é grande. Mas isso, por incrível que pareça, ainda é o que menos importa. O que aconteceu na África do Sul foi algo absolutamente desumano. Os negros sequer podiam andar dentro do próprio país. Foram perseguidos nas mais distintas formas de discriminação. As melhores praias, por exemplo, garantiam a utilização exclusiva aos banhistas brancos. Surgiram, também os bairros para negros e brancos, hoje separados, apenas, em virtude do poder aquisitivo. A cidade de Port Elizabet, onde a Seleção Brasileira perdeu para a Holanda em 2010, aliás, serviu como espaço territorial para a recolocação forçada da população não-branca do país. O distrito de South End, que possuía um alto valor imobiliário na época, foi despovoado e demolido. Daí é possível entender um pouco do que aconteceu na Terra de Nelson Mandela?.
Pouco mais de 20 anos após a libertação do principal ativista sul-africano, ainda é possível ouvir entre os muros de segurança máxima da Robben Island, a prisão em que Nelson Mandela esteve detido de 1962 a 1990, o fantasmagórico alarido contra o racismo. "Não dá para traduzir ao papel a sensação de pisar naquele lugar. Evidentemente, toda a prisão é assustadora e carregada de energia não positiva. Ninguém se sente bem indo a Alcatraz ou ao Carandiru. Mas a Ilha Robben, situada há 11 quilômetros da Cidade do Cabo, no extremo sul do país, tem algo diferente, vivo, com angústia e muita dor. Tive a oportunidade de entrar na cela em que Nelson Mandela passou boa parte de sua vida. Ele ficou preso em um pequeno quadrado, isolado de tudo. Dormiu por quase três décadas em um colchão com 10 cm de espessura, no chão. Durante o dia era obrigado a trabalhar na construção de outros prédios com os demais presos do regime. O frio, daquele lugar, é intenso. Para se ter uma idéia da temperatura, o local é tido como habitat natural de pingüins. Definitivamente, na minha opinião, havia algo muito mais importante para falar do que o esquema tático adotado por Dunga?.  Traduzir ao Brasil a sensação de estar na Robben Island foi uma das pautas especiais assinadas pelo repórter. "Só dá para chegar à prisão de barco ou helicóptero. Naveguei oceano a dentro por cerca de 1 hora. Da embarcação é possível ver toda a costa da Cidade do Cabo, com a Table Mountain ao fundo. No mar, você mata o tempo vendo a dança de golfinhos e baleias. De vez em quando uma delas sobe e lança aquele jato de água para cima. Tive a sorte de fotografar uma. Mas quando você chega, o clima é outro. A energia muda. Da janela do ônibus que passa por cemitérios e igrejas anglicanas, dentro da ilha, a sensação de alegria se transforma em algo pesado, com revolta e indignação.? 
Sentimento oposto, diante de um país absolutamente rico, descreveu o jornalista, em outra de suas pautas históricas, ao atracar no antigo Cabo das Tormentas. "Foi como pisar na história e reviver o período das Grandes Navegações com Bartolomeu Dias. Por causa daquele pedaço de terra, o comércio de especiarias foi restabelecido na Europa após a tomada de Constantinopla e por um capricho do destino levou à descoberta do Brasil, para alegria dos portugueses e exploradores do Pau-Brasil.? O tema foi abordado pelo navegador Amyr Klink, em entrevista exclusiva concedida a Chico Santo. "O Atlântico Norte é uma grande roda de ventos que gira no sentido horário enquanto o Atlântico Sul gira no sentido antihorário. Isso explica porque os navegadores eram obrigados a passar muito próximo da costa do Brasil. Não tem nada a ver com calmarias, essas coisas. Os naufrágios não ocorriam nessa região entre Europa e América do Sul. Quando você sai da Europa para a África você vai contornando o ciclone do Atlântico Norte, pega o lado favorável do Carrossel do Atlântico Norte e depois pula para o Atlântico Sul. Quando se sai da proximidade do litoral brasileiro se pega a parte inferior desse ciclone do Atlântico Sul e aí se vai em direção a África do Sul. E é exatamente na região do Cabo da Boa Esperança que as condições são muito difíceis. Os ventos são bem menos regulares, as tempestades são freqüentes e principalmente a passagem do Cabo da Boa Esperança tem épocas apropriadas para quem passa do Atlântico para o Índico e do Índico para o Atlântico?, disse o navegador.
O Cabo da Boa Esperança foi cruzado pela primeira vez em 1488 por Bartolomeu Dias. Uma façanha que rendeu aos portugueses o reconhecimento europeu na disputa contra a Espanha: "Os portugueses tiveram um mérito extraordinário que foi o de compreender esses grandes mecanismos circulares do oceano e foi o grande segredo deles também. Eles chamavam o anticiclone de os grandes rodeios, os rodeios do mar. E eles usaram isso como uma maestria notável. Vale à pena dizer que Bartolomeu Dias já tinha compreendido que era impossível descer a costa africana. Você contorna a África até a Guiné. De Angola a Namíbia para baixo, descer a costa africana até o Cabo, era impraticável. Por isso era necessário dar a volta nesse grande rodeio do mar. Foi esse o conhecimento importante que os portugueses trouxeram para a gente?, explicou Klink.
Além de se tornar um ponto de glória para os portugueses e a garantir a manutenção da economia européia com a comercialização de especiarias da Índia, o Cabo da Boa Esperança passou a funcionar também como um posto de abastecimento marítimo criado pelo holandês Jan van Riebeeck. Foi à partir daí que a Cidade do Cabo começou a ser povoada por estrangeiros de todas as partes do mundo. "Atualmente, cerca 3 milhões e meio de pessoas habitam a região. Trata-se, indiscutivelmente, de um dos lugares mais bonitos do planeta. Principalmente, perto do Green Point, onde o Oceano Atlântico se encontra com o Índico.?
Tida, em um levantamento feito pelo Guinness Book - o Livro dos Recordes -, como uma das seis cidades mais bonitas do mundo, a capital da Província do Cabo Ocidental possui um sistema de transporte eficiente e uma rede de hotelaria capaz de atender a demanda turística sem apresentar grandes problemas. "Eu não sei se acontece isso ou não, mas eu acho que a cidade de Cape Town tinha que ser uma cidade irmã do Rio de Janeiro ou de alguma cidade bonita como Florianópolis. Na minha opinião, como capital, como uma pequena metrópole, eu acho que ela está entre as três mais bonitas do mundo. A cidade tem um pouco de tudo o que o Brasil tem como problema e tudo o que tem também como solução. Então, na época do Apartheid era a região, digamos, mais relaxada socialmente. Digamos, bem mais do que qualquer outra cidade africana?, acrescentou o velejador.
O exemplo de competência e elegância urbana pode ser visto de perto no charmoso bairro de Walterfront, situado na região portuária da Cidade do Cabo: "Cape Town tem um porto no centro da cidade, como acontece em várias cidades brasileiras. Esse porto estava totalmente degradado e foi introduzido na parte econômica, social e cultural da cidade, transformando-se num centro de vida da Cidade do Cabo. Eu tive o privilégio de conhecer as pessoas que idealizaram a restauração do porto e fizeram uma transformação que hoje economicamente é importante não só para a África do Sul como para o continente africano?, finalizou Amyr Klink.
De Cape Town, o repórter internacional do Terceiro Tempo seguiu para Pretória e, de trem, esticou a cobertura da Copa das Confederações para Nelspruit.  O destino da última escala pelo continente africano o levou direto ao Kruger National Park, o maior safári natural do mundo. "É difícil dizer qual foi a principal aventura da minha carreira. Mas, certamente, o Kruger está entre as mais fascinantes. Lembro de estar em um vagão de classe econômica, com bancos duros e sem sistema de calefação. Foi uma viagem cansativa, de mais de 15 horas. Mas quando o dia começou a clarear, já dava para ter uma idéia do que viria pela frente. Da janela do trem era possível ver elefantes e girafas. Não dá para colocar isso no papel em essência. Foi um momento muito especial. Você se sente dentro de um filme e vê que aquilo realmente existe. Parecia uma criança entrando em um zoológico pela primeira vez. A diferença é que lá não havia jaulas e tampouco pessoas para alimentar os animais. Eu estava literalmente na selva africana, no habitat natural de leões, hipopótamos e com pelo menos cem espécies catalogadas de cobras venenosas?.
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