Murillo Antunes Alves

Saudoso jornalista da Record

por Marcos Júnior
Murillo Antunes Alves faleceu em 15 de fevereiro de 2010, aos 90 anos e foi sepultado em Alambari, cidade próxima de Itapetininga, interior de São Paulo, sua cidade natal, onde nasceu em 24 de agosto de 1919.

Dono de uma cultura invejável, respeitado por todas as correntes políticas, advogado, formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, manteve um escritório em Brasília até 1961, especializado em direito esportivo.

O mais antigo funcionário da Record, Murillo começou precocemente no jornalismo, aos 14 anos, como correspondente do jornal O Estado de São Paulo.

Trabalhou como funcionário registrado da Tribuna Popular de Itapetininga até 1935 e em 1938 já na capital paulista, iniciou sua trajetória como radialista, na Rádio São Paulo.

Começou como locutor, passando depois para comentarista esportivo, ao lado de Geraldo José de Almeida.

Nos quatro anos em que esteve na emissora, apresentou também um programa com enfoque em música norte-americana, o Broadway Melody.

Teve passagens pelas rádios Gazeta, Cultura e Tupi, antes de ser contratado pela Rádio Bandeirantes, em 1946, como locutor esportivo.

Em 1º de maio de 1947 (Dia do Trabalho), aliás nada mais apropriado para o abnegado Murillo, foi contratado pela Record, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Participou de reportagens históricas pela Rádio Record, como a entrevista com o escritor Monteiro Lobato em 1948, (ouça, abaixo), da cobertura da morte do presidente norte-americano John Kennedy, da chegada do homem à Lua, em 1969, do casamento do Príncipe Charles com Lady Diana, e do sepultamento de Tancredo Neves, entre outros.

Em 1953, além do rádio, começou sua carreira na Televisão Record, desde o primeiro dia em que a emissora entrou no ar, em 23 de setembro de 1953, apresentando o jornal "Última Edição", sendo responsável pela parte política do programa.

Foto: Juvenal Pereira

Ouça a histórica entrevista de Murillo Antunes Alves, com o escritor Monteiro Lobato:

 

O talento de Murillo o conduziu a receber o mais importante prêmio da televisão brasileira, o "Roquete Pinto", por sete vezes.


Durante vários anos, apresentou o "Record em Notícias", jocosamente apelidado de "Jornal da Tosse", em razão da idade avançada de vários de seus componentes.
Além de Murillo, passaram pela bancada do "Record em Notícias" alguns nomes importantes do jornalismo e da política nacional, como: Arnaldo Faria de Sá, Hélio Ansaldo, João Melão Neto, José Serra, Maria Lydia, Milton Peruzzi e Wilson Fittipaldi, o "Barão".
Concomitante à carreira jornalística, Murillo Antunes Alves também participou do cenário político brasileiro, tendo sido o primeiro Chefe do Cerimonial da Assembléia Legislativa de São Paulo, em 1953, aposentando-se da função em 1985, na função de Diretor do Cerimonial e Relações Públicas.
Em 1961, foi nomeado Oficial do Gabinete da Presidência da República, na curta gestão de Jânio Quadros.
No governo de São Paulo, durante a gestão de Laudo Natel, foi Chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo, entre 1971 e 1974.
Na década de 90 foi eleito vereador por São Paulo, tendo sido dele o projeto de obrigatoriedade do uso do cinto de segurança na capital paulista.
Atualmente era o Chefe do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo.
Víúvo há dez anos, o querido Murillo deixou um filho, netos e um bisneto.

O site Terceiro Tempo recebeu no dia 21 de fevereiro de 2010 do advogado Ezequiel Rodrigues (ezequielrsilva.adv@gmail.com), da cidade de São Paulo/SP, o e-mail abaixo:
 
"Murilo Antunes Alves trabalhou em várias rádios de São Paulo e foi inúmeras vezes premiado com o Roquette Pinto, como melhor repórter dessa mídia. Também foi comentarista e repórter de um dos mais famosos programas da imprensa nacional, o Repórter Esso em São Paulo e era um dos apresentadores do jornal " Record em Notícias?, considerado o primeiro telejornal estruturado nos apresentadores-comentaristas da imprensa nacional. Como advogado atuou no Direito Desportivo, tendo integrado o Tribunal de Justiça Desportiva por mais de 40 anos . Também foi assessor jurídico da Federação Paulista de Futebol e chegou a fazer carreira pública, tendo sido eleito vereador da Câmara Municipal de São Paulo em 1992."

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