A temporada de 1980 foi marcante para a carreira de diversos pilotos, entre eles o campeão, o australiano Alan Jones, em seu terceiro ano consecutivo na equipe de Frank Williams.
Alan Jones, curiosamente, não comemorou nenhuma de suas cinco vitórias naquele ano com champanhe no pódio, uma vez que a Williams era patrocinada por sauditas do setor petrolífero, que em cláusula contratual impediam o consumo de bebidas alcoolicas por seus pilotos, no caso Jones e o argentino Carlos Reutemann.
Aliás, uma curiosidade: um dos patrocinadores era a empresa Bin Laden, do pai de Osama Bin Laden, do setor de contrução civil. A marca da empresa estava estampada nos dois carros da equipe.
A temporada começou justamente com vitória de Jones, no GP da Argentina, em Buenos Aires, prova que marcou a estreia de um dos maiores pilotos de todos os tempos, o francês Alain Prost, que 13 anos depois encerrava sua carreira com números expressivos, entre eles, 51 vitórias e quatro títulos mundiais (1985, 1986, 1989 e 1993). Prost, aliás, naquela sua primeira prova, terminou na zona de pontos, em sexto, com McLaren-Ford.
Em 1980 com Brabham-Ford, o brasileiro Nelson Piquet também entrou definitivamente para o cenário da F1, vencendo seus três primeiros GPs: EUA-Oeste (em Long Beach) e consecutivamente na Holanda (Zandvoort) e Itália (Monza).
Se a carreira de Piquet começava a deslanchar, Emerson Fittipaldi, por outro lado, deixava a F1 ao término do ano, no GP dos EUA-Leste (Watkins Glen), mesmo circuito onde venceu a primeira de suas 14 provas na categoria, dez anos antes. Emerson, campeão em 1972 e 1974, por Lotus e McLaren, respectivamente, competiu entre 1976 e 1980 por sua equipe própria, a Fittipald.
Com carros bem construídos e motores aspirados, Williams, Brabham e Ligier venceram 11 das 14 provas do ano. As outras três foram da Renault com seu V6 turbo (duas de René Arnoux e uma de Jean-Pierre Jabouille).
O título de Alan Jones pode ser explicado por uma razão principal: seu elevado rendimento nas provas em que terminou. Dos 14 GPs ele não concluiu apenas quatro, e nos outros dez sempre esteve no pódio. Ao final do ano fechou com 67 pontos, 13 a mais que Piquet.
Entre os construtores, Williams campeã absoluta com 120, quase o dobro da segunda colocada, a francesa Ligier, com 66, graças ao equilíbrio de sua dupla, também francesa, Jacques Laffite (34) e Didier Pironi (32).
Os vencedores das provas na temporada de 1980 da Fórmula 1:
GP da Argentina (Buenos Aires) - Alan Jones (Williams-Ford) GP do Brasil (Interlagos) - René Arnoux (Renault-turbo) GP da África do Sul (Kyalami) - René Arnoux (Renault-turbo) GP dos EUA/Oeste (Long Beach) - Nelson Piquet (Brabham-Ford) GP da Bélgica (Zolder) - Didier Pironi (Ligier-Ford) GP de Mônaco (Monte Carlo) - Carlos Reutemann (Williams-Ford) GP da França (Le Castellet) - Alan Jones (Williams-Ford) GP da Inglaterra (Brands Hatch) - Alan Jones (Williams-Ford) GP da Alemanha (Hochenheim) - Jacques Laffite (Ligier-Ford) GP da Áustria (Zeltweg) - Jean-Pierre Jabouille (Renault-turbo) GP da Holanda (Zandvoort) - Nelson Piquet (Brabham-Ford) GP da Itália (Monza) - Nelson Piquet (Brabham-Ford) GP do Canadá (Mosport) - Alan Jones (Williams-Ford) GP dos Estados Unidos (Watkins Glen) - Alan Jones (Williams-Ford)
