Melhor do mundo da FIFA de 2007

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Por Roberto Gozzi

Criado em 1991, teve fim em 2009, quando se anunciou a unificação desta premiação com o Ballon d'Or, entregue pela revista francesa France Football, criando assim a Bola de Ouro da FIFA, um prêmio semelhante a este, mas com nova denominação.

A Ópera de Zurique foi o palco da bela Cerimônia de Gala do Jogador do Ano da FIFA 2007 na noite da segunda-feira,17 de dezembro. Muito futebol, emoção e boa música animaram a festa da consagração de Kaká e Marta, eleitos Jogador e Jogadora do Ano por técnicos e capitães de seleções do mundo todo.

Apresentada pelo suíço Rainer Maria Salzgeber e pela austríaca Arabella Kiesbauer, a cerimônia teve início com a projeção de imagens dos três homens e das três mulheres indicados ao prêmio de melhor futebolista de 2007. Na plateia era possível reconhecer diversos rostos familiares, como Franz Beckenbauer, Otto Rehhagel e Bobby Charlton. A nata do futebol mundial reuniu-se para conhecer o Jogador do Ano da FIFA.

A canção "Tonight", do clássico musical West Side Story, serviu de trilha sonora para os vídeos dos seis candidatos. Antes que 2007 chegasse ao fim para a FIFA, o presidente Joseph S. Blatter deixou um recado para o público presente. "Fazemos parte da maior e mais querida família do mundo, que é a do futebol", lembrou o suíço. "Somos um milhão no mundo todo. É uma mensagem de esperança que quero lançar, pois espero que juntos construamos um mundo melhor."

Em termos esportivos, o ano da FIFA foi particularmente movimentado, com a realização das Copas do Mundo Sub-20, Sub-17, Feminina, de Beach Soccer e de Clubes. Os ganhadores da Bola de Ouro nesses torneios foram homenageados na cerimônia em Zurique. Depois que as façanhas do alemão Tony Kroos (Sub-17), do argentino Sergio Agüero (Sub-20) e dos brasileiros Marta (Mundial Feminino), Buru (Beach Soccer) e Kaká (Mundial de Clubes) foram relembradas no telão, todos eles subiram ao palco para receberem um certificado.

Em seguida foi a vez de conhecer o vencedor do Prêmio FIFA Fair Play, este ano entregue ao Barcelona. O time espanhol decidiu não usar a sua camisa como espaço publicitário, promovendo em vez disso uma organização filantrópica. O presidente Joan Laporta recebeu a honraria em mãos. "Costumamos dizer que o Barcelona é mais que um clube, pois desejamos ajudar os mais pobres, com a família do futebol, e dizer a eles que não estão sozinhos", afirmou o dirigente. "Juntos, esperamos fazer com que as coisas evoluam e com que o mundo seja um lugar melhor."

Já o Prêmio Presidencial da FIFA foi entregue a Pelé, homenageado pelo conjunto de uma carreira que iniciou com a Seleção Brasileira em julho de 1957, há exatos 50 anos. O Rei do Futebol não escondeu a alegria. "Quando eu tinha 12 anos, um dia zombei de um garoto que havia driblado. O meu pai me disse que eu não deveria fazer aquilo, pois eu tinha um dom e não havia feito nada para conquistá-lo. Pelo contrário, eu deveria treinar e ser uma boa pessoa, então ninguém poderia me parar. Foi o que fiz e isso funcionou. E tenho orgulho de fazer parte desta imensa família."

Première para Kaká, bi para Marta
O momento mais aguardado da noite chegou ao som de "Summertime", a célebre ária da ópera Porgy and Bess. O anúncio da Jogadora do Ano da FIFA foi feito por Franz Beckenbauer e Charmaine Hooper. O craque alemão e a estrela da seleção canadense abriram o envelope contendo o nome de Marta, escolhida Jogadora do Ano da FIFA pelo segundo ano seguido. Em lágrimas, a atacante brasileira fez um discurso emocionado. "Primeiramente quero agradecer a Deus por mais uma vez me proporcionar este momento de grande alegria, e também às minhas companheiras de equipe, da seleção, aos meus amigos e em especial à minha mãe e todos os meus familiares. E podem ter certeza de que vou trabalhar firme para voltar aqui outras vezes!"

Encerrando a noite, Pelé subiu novamente ao palco para anunciar o vencedor do prêmio de Jogador do Ano da FIFA na escolha dos técnicos e capitães de selecionados de todo o planeta. O Rei entregou o troféu ao também brasileiro Kaká, recém-chegado de Yokohama, onde conquistou o Mundial de Clubes com o Milan. O ex-meia do São Paulo manteve a modéstia. "É um dia muito especial para mim, pois sonho com este momento desde menino. Esta noite o sonho se realizou. Sou o homem mais feliz do mundo."

As cortinas se fecharam com "O Sonho Impossível", canção do musical O Homem de la Mancha. Um a menos na lista de Kaká, coroado melhor jogador do mundo pela primeira vez.

Foto: UOL