Melhor do mundo da FIFA de 1999

Melhor jogador de futebol do mundo

Por Roberto Gozzi

Criado em 1991, teve fim em 2009, quando se anunciou a unificação desta premiação com o Ballon d'Or, entregue pela revista francesa France Football, criando assim a Bola de Ouro da FIFA, um prêmio semelhante a este, mas com nova denominação.

O sorriso no rosto de Rivaldo dizia tudo. O magistral meio-campista recifense nunca escondeu a ambição de se sagrar Jogador do Ano da FIFA, sonho que virou realidade no dia 24 de janeiro em Bruxelas. Escolhido como o melhor futebolista do mundo por 90 dos 140 treinadores de seleções nacionais que participaram da votação, o craque brasileiro fechou um 1999 fantástico com o cobiçado título.

O invejável controle de bola, os passes precisos e o faro de gols de Rivaldo fizeram dele o merecido sucessor de Romário e Ronaldo, que venceram três dos cinco prêmios anteriores.

Esta foi a nona edição da prestigiada premiação da FIFA, organizada conjuntamente pelo grupo European Sports Magazines (ESM), a revista belga Foot Magazine/Voetbal Magazine e o Hall dos Campeões do Futebol Internacional. Cerca de 700 convidados e 150 representantes da imprensa foram ao Palais des Congrès da capital belga para assistirem aos craques de ontem e hoje serem homenageados pelas proezas dentro de campo e pelas contribuições ao esporte.

Mantendo a tradição, os outros dois indicados ao prêmio de Jogador do Ano da FIFA também possuíam excepcional habilidade no setor ofensivo. O meia inglês David Beckham recebeu o segundo maior número de votos em sinal de reconhecimento à sua excelente fase no Manchester United, que venceu três títulos na temporada e confirmou ser um dos clubes mais bem sucedidos da história recente. Infelizmente, um jogo decisivo pela Premier League impediu que o atleta viajasse até Bruxelas. Em terceiro ficou o atacante Gabriel Batistuta, artilheiro da seleção argentina e da Fiorentina, premiado pelos muitos gols e pela extraordinária lealdade à camisa do clube italiano.

Rivaldo e Batistuta estavam no centro das atenções da imprensa e do público, claro, mas eles não foram os únicos destaques da noite. Para abrir o espetáculo, as anfitriãs Foot Magazine/Voetbal Magazine homenagearam o ex-jogador da seleção da Bélgica e atual treinador Paul Van Himst outorgando-lhe o título de Jogador Belga do Século.

O Hall dos Campeões — que de acordo com o secretário geral da FIFA Michel Zen-Ruffinen estabelecer-se-á em um endereço privilegiado de Londres — nomeou um novo grupo de ídolos do futebol pelo terceiro ano seguido. Um dos momentos mais emocionantes da noite aconteceu quando Didi, o brilhante armador do Brasil que venceu a Copa do Mundo da FIFA em 1958 e 1962, foi chamado ao palco. O ex-jogador de 71 anos teve a companhia de outro craque brasileiro, Zico, herói de muitos futebolistas da atual geração de superastros brasileiros, entre eles Rivaldo.

O filho mais ilustre da Irlanda do Norte, George Best, também foi indicado, assim como o holandês Marco Van Basten. Apesar de não ter podido comparecer, o atacante foi representado pelo técnico Rinus Michels, que já integra o Hall dos Campeões e que conhece Van Basten de longa data pelo trabalho em clubes e na seleção holandesa. Nas categorias clube e equipe nacional, os indicados foram Barcelona e Itália.

Em seguida foi a vez de distribuir os prêmios da entidade máxima do futebol mundial, começando pelas mulheres. As jogadoras que iluminaram a Copa do Mundo Feminina da FIFA 1999 compareceram para receberem os troféus da FIFA/adidas. A fantástica atacante chinesa Sun Wen ganhou a Bola de Ouro e dividiu a Chuteira de Ouro de artilheira do torneio com a brasileira Sissi. Meia-armadora ao melhor estilo brasileiro, Sissi também venceu a Bola de Prata, enquanto a norueguesa Ann Kristin Aarones recebeu a Chuteira de Bronze.

O brasileiro Ronaldo e o mexicano Cuauthémoc Blanco não foram a Bruxelas para receberem os prêmios individuais da Copa das Confederações da FIFA em função de compromissos pelos clubes onde atuam, mas o saudita Marzouk Al Otaibi se apresentou para receber a Bola e a Chuteira de Bronze da competição.

O Brasil também foi recompensado pela distância praticamente insuperável no topo do Ranking Mundial da FIFA/Coca-Cola, enquanto o prêmio para a seleção que mais progrediu foi para a Eslovênia, muito por conta da classificação do país à Euro 2000.

Como de costume, o fair play também desempenhou um papel importante na cerimônia de gala. A China recebeu o prêmio pela Copa do Mundo Feminina da FIFA, enquanto o Brasil foi premiado pela campanha na Copa das Confederações. Já a edição anual do Prêmio FIFA Fair Play foi entregue à Federação Neozelandesa de Futebol, pelos esforços exemplares da comunidade futebolística do país na promoção e no desenvolvimento do esporte.

A cerimônia comprovou que a premiação da FIFA já é um evento consolidado no calendário do futebol internacional. O programa de 75 minutos foi retransmitido em 27 países europeus e em muitos outros mundo afora. O Hotel Conrad International esteve lotado de jornalistas para a coletiva de imprensa que antecedeu a festa, e os torcedores belgas também compareceram em peso para verem os ídolos de perto. Batistuta e Rivaldo, em especial, foram cercados pelos fãs ao chegarem ao local.

O presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, entregou os prêmios na companhia de João Havelange, Michel Platini, Franz Beckenbauer e George Weah, entre outros. "Os jogadores estão no coração do futebol, assim como em todos os esportes", lembrou Blatter. "São eles que capturam as emoções e a imaginação de torcedores do mundo todo, servem de inspiração para os jovens e dão ao futebol muita da sua diversidade, variedade e coloração." Para citar apenas um, exemplo perfeito disso é Rivaldo.

Foto: UOL

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