Marcus Zamponi

Jornalista esportivo
por Marcos Júnior Micheletti
 
Marcus Cícero Zamponi, jornalista especializado em automobilismo, morreu no dia 15 de julho de 2013, aos 63 anos de idade, vítima de câncer.
 
Nascido no Rio de Janeiro, "Zampa", como era carinhosamente chamado, morava em São José do Rio Preto, após uma extensa carreira acompanhando as principais categorias do automobilismo, brasileiro e internacional.
 
Extremamente bem humorado no convívio com os amigos e habilidoso na linguagem expressa em seus textos, "Zampa" trabalhou na Inglaterra junto à extinta equipe March de Fórmula 1, e quando retornou ao Brasil foi redator da revista "Auto Esporte" por quase duas décadas. Depois foi colunista de outra publicação especializada em automobilismo, a "Racing".
 
Ainda atuou como repórter da "Motorsport Brasil", assessor de imprensa e manager.
 
Problemas cardíacos haviam levado o jornalista a uma cirurgia para redução de estômago, há quatro anos. "Zampa" conseguiu reduzir o seu peso, mas teve sua saúde agravada após o diagnóstico de um tumor na região das costas.

A repercussão de sua morte, pelas redes sociais, foi muito grande. Amigos com os quais conviveu, tanto os mais velhos quanto os mais jovens deixaram seus relatos, contando saborosas histórias que vivenciaram ao seu lado, invariavelmente passagens constatando seu bom humor e irreverência.

"Zampa" deixou dois filhos: Bruno e Ugo.

Abaixo, um texto escrito pelo jornalista Milton Alves, um dos muitos e queridos amigos de Marcus Zamponi:
 
O ex-gordo fez hora extra entre a gente
 
Sem querer ser chato e cair no lugar comum, pois ele me xingaria, mas esse Gordo que nos deixou ontem tinha muitas, mas muitas histórias. Como se pode ver no Face, quem conviveu com ele, ainda que somente um dia, tem algo daquele canalha. Não se espantem, pois eu o tratava assim. Aqui não posso colocar como ele me chamava, ou xingava.... Ele sempre deixava sua marca.
 
Normalmente pela irreverência, que ficou patente em seus textos que tinham a sua cara. A cara do gordo que virou ex-gordo, quase sumiu e depois sumiu do mapa. Não que São José do Rio Preto seja fora do mapa. Pelo contrário.
 
O gordo deixou as pistas de automobilismo, onde parece ter nascido, vivido e onde por uma dessas coisas que só o destino pode proporcionar, não deixou seu motor engasopar e, finalmente, apagar de vez. A empolgante São José do Rio Preto nem pista de carro de corrida tem! Como esse desqualificado foi escolher justamente lá para dar sua última acelerada? Inaceitável. Se fosse ele escrevendo este texto estaria repleto de palavrões, muito bem escritos por aqueles dedos gordos, comandados por uma mente ferina e cariocamente divertida.
 
Esse ex-gordo, que perdeu sua alegria ao ter uma necessária cirurgia de estômago paga por um ex-piloto, tentava ser o mesmo Zampa de sempre, mas a operação lhe ceifou boa parte da alegria. Não da face de sacanear os amigos, algo que ele fazia questão de manter, apesar de, agora, ser com algum esforço, o que não era necessário antes, pois era natural. Estava entranhado na banha da barriga dele.
 
Ainda me recordo claramente quando ele veio reclamar, pois como bom jornalista era crítico até nos pedidos mais simples, que precisava de uma vaga de estacionamento na parte de cima de Interlagos, pois já não aguentava mais subir aquela insana e interminável escadaria do estacionamento para a entrada dos boxes. Falei com o Carlos Col que, imediatamente, liberou uma vaga para o ainda gordo e bufante parar aquele pau velho que tinha, mas que o carregava para todos os lados quando ainda morava na beira da Represa de Guarapiranga.
 
Ex-gordo, agora tenho pena de quem estiver ao seu lado, pois aguentar você pela eternidade será difícil. Mas como suas piadas e seu bom humor nunca terminam, quem sabe todos se divirtam muito ainda com você. Eu curti muitas das suas bobagens durante 11 horas de voo para os Estados Unidos, quando você não pregou os olhos e quase não me deixou dormir. Só faltou a aeromoça pedir para o comandante mandar você ficar quieto que todo o avião queria descansar. Menos você, que parecia querer aproveitar ao máximo cada momento da vida que viveu de forma intensa, bem ao estilo Marcus Zamponi.

Milton Alves
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