Maílson

Ex-lateral direito do Bahia e do Altético Paranaense

Por Felipe Alva

Maílson Souza Duarte nasceu no dia 18 de junho de 1968, em Salvador. O ex-lateral direito se destacou no Bahia e no Atlético Paranaense.

O ex-lateral do Bahia Esporte Clube, Maílson, descobriu que é portador de uma doença degenerativa que prejudica os movimentos das mãos e das pernas, além de também afetar a fala. Com poucas condições financeiras, o ex-atleta batalha para conseguir uma vaga no Hospital Sarah, para fazer sessões de fisioterapia.

"Sei que não posso abaixar a cabeça, mas preciso dessa vaga logo. Tem vinte dias que descobriram esse meu problema, mas ainda nem comecei a me tratar, sendo que o médico pediu para que a fisioterapia começasse logo", disse o ex-lateral em entrevista para o portal A Tarde, de Salvador.

A diretoria do Tricolor baiano se movimentou para ajudar Maílson. Parte da renda do jogo entre Bahia e Figueirense válida pela Série B, realizada no dia 31 de julho de 2010, foi destinada ao ex-atleta.

Matéria publicada no UOL Esporte, em 11 de agosto de 2018

O Presidente Guilherme Bellintani é o idealizador do projeto Dignidade aos Ídolos

Marcello De Vico e Vanderlei Lima
Do UOL, em Santos e São Paulo

Gratidão. O sentimento resume o recente projeto desenvolvido pelo Bahia, denominado "Dignidade aos Ídolos". Nele, ídolos tricolores que passam por graves problemas financeiros receberão uma ajuda do próprio clube. O programa, aprovado por unanimidade pelo Conselho Deliberativo, oferecerá auxílio – de um até três salários mínimos por mês – a ex-jogadores em dificuldade extrema. "Uma forma de devolver um pouco a eles o tanto que fizeram pelo Bahia".

A última frase é de Vitor Ferraz, vice-presidente do Bahia, que explicou ao UOL Esporte detalhes do projeto – inclusive citando que a ideia foi do presidente Guilherme Bellintani, que já havia conversado com a reportagem sobre o programa tricolor. Depois de eleitos, em dezembro de 2017, ambos deram vida ao programa que foi uma das promessas da campanha eleitoral.

"Foi uma ideia que surgiu no período de campanha eleitoral aqui do clube. A gente entendia a necessidade de a gente valorizar a história do clube, valorizar as pessoas que ajudaram a construir um clube tão tradicional quanto o Bahia, que ajudaram nas suas conquistas. E conhecendo um pouco dessa dificuldade pela qual passa muitos dos nossos ídolos que tanto orgulharam e honraram a nossa camisa, o presidente Guilherme Bellintani teve a ideia de a gente trabalhar com algum tipo de apoio àqueles ídolos que estivessem passando por uma situação de maiores dificuldades, e aí surgiu o programa de Dignidade ao ídolo", conta Vitor.

"Quando nós fomos eleitos, levamos a ideia ao Conselho Deliberativo, que abraçou a ideia prontamente e criou a regulamentação para que não se banalizasse a ideia do ídolo e, assim, o plano não fosse utilizado de maneira indevida, que realmente fosse um plano para auxiliar pessoas que tiveram feliz relevância prestada ao clube e que realmente tivesse passando por uma questão de dificuldade, pela qual o clube entendesse que caberia algum tipo de ajuda", diz.


COMO O BENEFICIADO É DEFINIDO?

O benefício para cada ex-jogador dependerá de uma aprovação do Conselho Deliberativo do Bahia, que avaliará dois itens em questão: a sua condição de ídolo e a sua real necessidade financeira: "Claro que tem um caráter subjetivo. O ídolo pode ser uma pessoa que, como atleta, conquistou muitos títulos pelo clube ou que não necessariamente conquistou, mas que teve uma história que engrandeceu o clube, que honrou muito as tradições do clube. Aí entra o espaço da subjetividade, uma análise de como se deu a história desse atleta dentro do clube".

Confirmado e aprovado o status de ídolo, o clube precisará atestar a situação financeira extrema do ídolo, e não apenas desconfortável, para então definir qual será a ajuda que ele receberá: de um, dois ou três salários mínimos.

QUEM SÃO OS PRIMEIROS BENEFICIADOS?

O Bahia chegou a cinco nomes para o início do projeto, com suas respectivas ajudas: Zanata, Jorge Campos e Alberto Leguelé, que receberão um salário mínimo, Naldinho, que tem problema na coluna e diabetes e vai ter direito a dois salários mínimos, e Maílson, inspiração para o projeto e que foi diagnosticado com uma doença degenerativa - receber três salários.

"Esses foram os cinco primeiros contemplados e que vai fazer com que o Bahia tenha uma despesa mensal inicialmente de 8 mil reais. Esse dinheiro vai sair do orçamento do clube mesmo", esclareceu Vitor Ferraz.

SAIBA SOBRE CADA UM DELES

 

Maílson, ex-lateral direito, 50 anos

Ídolo tricolor dos anos 90, o ex-lateral direito Maílson, que defendeu o Bahia entre 1988 e 1995, foi o primeiro ex-jogador a receber ajuda do clube. Ele foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em 2010, doença que limita os movimentos das mãos e pernas, além de atrapalhar a fala. Como ele não consegue se comunicar e já não fala há cinco anos, nossa reportagem conversou com Lícia Lima, esposa de Maílson, que falou sobre sua situação.

"O Maílson não tem mais perspectiva nenhuma. É uma doença incurável. Ele já está todo paralisado, inclusive há dois meses foi a primeira vez que ele teve uma parada cardíaca, em casa mesmo, porque ele é acompanhado por home care, e quando o levamos para o hospital, ele fez alguns exames e foi constatado que ele já está com o pulmão bem comprometido", disse.
Maílson, de acordo com Lícia, já recebia ajuda de outras gestões do Bahia – é o único caso entre os cinco beneficiados. "Outros presidentes do Bahia começaram a ajudar. Na época até o Mailson ainda falava arrastado, e ele procurou a diretoria do Bahia e pediu ajuda, e o Bahia cedeu no mesmo instante. Não era uma grande ajuda, mas ajudava de alguma maneira. E desta vez o presidente Guilherme veio com esse projeto Dignidade ao Ídolo e pensaram no Mailson".

Recentemente, Maílson realizou o grande sonho de voltar a assistir a um Ba-Vi, direto da Fonte Nova (foto acima). "O Bahia já ajuda o Maílson há uns cinco anos e eu agradeço tanto ao Bahia e ao Bahia Home care que proporcionou isso para gente, realizar o desejo que ele tinha de ir na Fonte Nova, na nova Arena Fonte Nova e assistir ao jogo do time dele. Era o sonho dele e, através do Bahia Home Care e do Bahia, ele pôde assistir ao Ba-Vi. Ele ficou muito feliz", acrescentou.

(Foto: Divulgação/E.C. Bahia)

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