Magrão

Ex-volante do São Caetano, Palmeiras e Inter
por Túlio Nassif

Márcio Rodrigues, o Magrão, nasceu no dia 20 de dezembro de 1978, em Volta Redonda, Rio de Janeiro. É casado com Paola Godin e tem quatro filhos: Matheus, Pedro, Eduarda, que é enteada, mas conta como filha, e o caçula Márcio. No dia 15 de maio de 2015, Magrão anunciou sua aposentadoria dos gramados. Em 27 de maio de 2023 foi apresentado como gerente esportivo do Sport Club Internacional.
 
Apesar de carioca, se destacou em uma equipe paulista. Foi no São Caetano, em 1995, que sua carreira deslanchou como jogador profissional. Lá, permaneceu até 1996, quando se transferiu para o rival Santo André, onde jogou de 1997 a 1998.
 
Retornou ao Azulão e atuou por mais duas temporadas, de 1999 a 2000, conquistando seu primeiro título, o Campeonato Paulista da Série A2 de 2000. Foi ainda vice-campeão da Copa João Havelange deste ano, quando perdeu na final para o Vasco da Gama.
 
Magrão chegou ao Palmeiras ainda em 2000, com 21 anos, e se tornou um dos xodós da torcida pelo estilo raçudo com que atuava em campo e pelo espírito de liderança demonstrado já tão jovem. Passou cinco anos no clube do Parque Antarctica, com uma única interrupção: jogou o Brasileiro de 2002 pelo São Caetano, emprestado, ao ser dispensado pelo então técnico Vanderlei Luxemburgo.
 
Viu, de longe, o clube que detinha seus direitos federativos ser rebaixado para a Série B. Mas isso, segundo ele, era o motivo para voltar ao clube alviverde.
 
Fez discursos inflamados na época ao dizer que aquela era a hora de se mostrar palmeirense e voltar para "roer o osso?.  Ganhou a Série B do Brasileirão em 2003 e ficou até 2005. Passou a ser o principal ídolo do time, ao lado do goleiro Marcos e do atacante Vagner Love.
 
Conhecido pela força física e disposição em campo, atuou com a mão quebrada nestes tempos difíceis do Alviverde. Com a mão enfaixada, jogou e deu carrinho, no melhor estilo que o caracterizou desde a época em que explodiu com a camisa do São Caetano. Outra curiosidade sobre o atleta, devido o excesso de raça, fora que chegou a perder os dentes da frente, por duas vezes em partidas diferentes. Ficou marcado na história por estes acontecimentos.
 
Depois de boas temporadas e até convocações para a Seleção Brasileira (um amistoso contra o Haiti e uma eliminatória da Copa do Mundo de 2006, ambos os jogos em 2004 e outro amistoso contra Guatemala, em 2005), foi negociado com o futebol japonês, precisamente para o Yokohama Marinos em 2005. Em agosto de 2006, acabou acertando seu retorno para o Brasil para defender justamente o arquirrival do seu antigo clube: o Corinthians. Entretanto, no dia 15 de maio de 2007, o Corinthians rescindiu com Magrão que retornou ao time japonês.
 
Depois de uma breve passagem pelo Parque São Jorge, o jogador viveu verdadeira novela para acertar contrato com seu novo clube. Foi um mês de uma tensa negociação, mas ele conseguiu e passou a defender as cores do Internacional de Porto Alegre, que o apresentou no dia 12 de junho, com contrato por quatro anos.
 
No Inter, Magrão logo se tornou ídolo da torcida, conquistando os campeonatos gaúchos de 2008 e 2009, a Copa Sul-Americana de 2008 e a Copa Suruga Bank de 2009.
 
Em setembro de 2009, o jogador foi contratado pelo Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, onde se sagrou campeão da UAE League, temporada 2009/10.
 
E em julho de 2012, acertou com o Dubai Club, também dos Emirados Árabes.
Longe do Brasil por quatro anos, foi contratado pelo Náutico para a disputa do Campeonato Brasileiro e da Copa Sul-Americana, no dia 13 de maio de 2013.

Após ser dispensado pelo Timbu, foi contratado pelo América Mineiro no dia 15 de setembro de 2013.

Em dezembro de 2014 foi anunicado como reforço do Novo Hamburgo para a disputa do Campeonato Gaúcho, onde chegou a ser considerado um dos destaques da competição, até que foi pego no exame antidoping, no dia 08 de abril. O atleta alegou que faz uso de medicamentos contra o câncer, doença que até então era mantida em sigilo.

No dia 15 de maio de 2015, Magrão anunciou sua aposentadoria dos gramados.

Confira na íntegra o texto publicado pelo jogador na ocasião em que pendurou as chuteiras:

Quando criança sonhei um dia em ser jogador de futebol. Sonhei viver uma vida diferente, sonhei e acreditei que não seria estatística, sonhei e acreditei que tudo seria diferente e que a bola era a única arma que tinha para me defender e para atacar, para sonhar e acreditar!!! Eu sonhava com um futuro melhor, diferente do meu passado e do meu presente naqueles tempos. Desta forma, sonhando e acreditando, chorando cada vez que era dispensado de uma peneira, chorando cada vez que meu sonho ia ficando distante, lutando contra tudo,  que cheguei aonde queria. Dei a volta no mundo, conhecendo culturas e religiões, pessoas com hábitos e costumes diferentes. Meu começo foi no São Caetano; no Palmeiras, minha afirmação e toda minha gratidão. Com a Seleção Brasileira, tive a honra de defender meu país, cantar o Hino Nacional numa emoção que não há como descrever em palavras. No Yokohama Marinos, do Japão, dificuldades e aprendizado. O Corinthians, o sonho de criança. No Internacional, um amor recíproco e hoje minha paixão. Nos Emirados Árabes, orgulho por ser respeitado, dos títulos e amigos do Al Whada e Dubai Club. No America-MG, a lesão mais grave da minha carreira, com todo suporte necessário. Por fim, Novo Hamburgo, sinônimo de amizade.

Obrigado primeiro a Deus por me proporcionar tudo isso!

Obrigado treinadores, que na maioria das vezes foram professores e grandes mestres.

Obrigado a todos os jogadores dos clubes que passei e todos os adversários por terem me aguentando. Sim, eu sei que era muito chato. Reconheço que não era fácil!

Obrigado dirigentes que acreditaram em mim quando me contrataram!!

E obrigado a todos os torcedores, razão de tudo, afinal sempre quis ser um torcedor em campo!

Obrigado a todos meus familiares!

E foi assim, passando pelo Beira-Rio, Pacaembu, Morumbi e tantos outros estádios pelo mundo que aprendi. Mas, como tudo na vida tem o começo, tem também o seu FIM!!! O brilhante jornalista Diogo Olivier disse recentemente assim a meu respeito: "Magrão, Ex-favelado; Paulista mas Gaúcho; Corinthiano mas Colorado, Maloqueiro, Guerreiro". É esta a minha definição mais que perfeita.

Obrigado Deus!! THE END!!

 

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