Luizinho Pequeno Polegar

Ex-meia direita do Corinthians
por Rogério Micheletti
 
Para muitos corintianos da antiga, Luíz Trochillo, o Luizinho Pequeno Polegar, foi o maior jogador e maior ídolo do alvinegro em todos os tempos. Carrasco do rival Palmeiras (marcou 21 gols contra o alviverde), Luizinho fez 603 partidas pelo Timão.

Habilidoso e atrevido, Luizinho brilhou no famoso ataque corintiano que marcou 103 gols no Campeonato Paulista de 51. Nascido no dia 7 de março de 1930, Luizinho começou a carreira no Corinthians em 1949. Ficou até 1960 defendendo o alvinegro do Parque, quando se transferiu para o Juventus.

Em 1964, voltou a vestir a camisa do Corinthians e encerrou a carreira três anos depois. Seus principais títulos foram os Paulistas de 51, 52 e 54 e os torneios Rio-São Paulo de 51, 53 e 54. Morreu no dia 17 de janeiro de 1998, em São Paulo.
 
No dia 17 de janeiro de 1998, na capital paulista, Luizinho morreu. E o Corinthians naquela data perdia um dos seus maiores ídolos em todos os tempos. O pequeno, carismático e craque Luizinho é sem dúvida nenhuma um dos jogadores mais queridos da torcida alvinegra.
 
Em 25 de março de 2009, recebemos o e-mail do grande escritor e jornalista Raul Drewnick sobre o famoso "elástico", o drible que notabilizou Rivellino.

Raul Drewnick escreveu uma crônica com a versão que conhece sobre o famoso drible.
Notem que Raul Drewnick escreve o nome de Sergio como Etigo, que foi como ele se habituou a chamar o craque, ao invés de Echigo.

Três craques e um drible  (por Raul Drewnick)
                                                                                             
Tive grandes ídolos na infância. Nenhum foi maior que Luizinho, o Pequeno Polegar. Ele era a alegria incomparável dos meus domingos. A paixão que tenho até hoje pelo futebol nasceu dele, dos pés dele, da sua magia. O que Charles Chaplin, o Carlitos, fazia no cinema, Luizinho repetia no Pacaembu. Arte pura, divina molecagem. O que devo a Carlitos jamais conseguirei pagar, mas a lembrança que trago agora à tona talvez possa diminuir minha dívida com Luizinho. É, mais que uma homenagem, uma obrigação que imagino ter, como jornalista.

Quando eu era um menino no meu querido bairro do Jardim da Saúde, meu sonho - e o de quase todos os outros garotos que jogavam bola na rua - era ser Luizinho. Eu me esforçava para imitá-lo em tudo, principalmente num drible que só ele sabia dar, e que a imprensa esportiva chamava de desconcertante. Tínhamos treze, catorze, quinze anos e nos achávamos craques. Mas o craque, mesmo, era um menino três ou quatro anos mais novo que nós, um japonesinho chamado Sérgio Etigo. Também fã de Luizinho, ele tentava, como nós, dar o drible que só Luizinho dava.

O mundo e a vida me levaram para longe do Jardim da Saúde. Nunca mais vi Sérgio Etigo. Soube, depois, que ele fez carreira no futebol, foi jogar no Corinthians e teve a glória de ensinar ao grande Rivelino um drible ao qual o Garoto do Parque viria a acrescentar um toque de genialidade.

E que drible era esse que Sérgio Etigo ensinou a Rivelino? Digo, como humilde testemunha da história, que foi o drible que Sérgio aprendeu com Luizinho. Digo e sinto o mesmo arrepio que sentia todo domingo, na década de 50, sentado na geral do Pacaembu. Obrigado, Luizinho. Obrigado, Sérgio. Obrigado, Rivelino. Eu agradeço. O futebol agradece.
 
ABAIXO, ESPECIAL SOBRE LUIZINHO NO PROGRAMA "GRANDES MOMENTOS DO ESPORTE" DA TV CULTURA

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Mais de 600 jogos pelo Timão:

Com a camisa corintiana, o Pequeno Polegar fez 603 jogos (358 vitórias, 130 empates e 115 derrotas) e marcou 175 gols. Além disso, Luizinho chegou a ser técnico corintiano em algumas ocasiões. Como mostra o "Almanaque do Corinthians", de Celso Dario Unzelte, Luizinho dirigiu o alvinegro em 32 partidas (12 vitórias, 12 empates e 8 derrotas).

Pela Seleção Brasileira:

O Pequeno Polegar disputou 11 jogos pela Seleção Brasileira Principal, sendo 6 vitórias, 4 empates e uma derrota. Marcou 1 gol, exatamente contra a Argentina, em 05/02/1956.
Pelo Timão, Luizinho foi um grande algoz do Verdão. E, pela Seleção Brasileira, seu único tento foi justamente diante da Argentina. Nossa grande rival...

Fonte:Seleção Brasileira - 90 Anos - 1914 a 2004
Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf
Editora MAUAD

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