Luiz Vicente Miranda Apa

Jornalista e publicitário
por Marcos Júnior Micheletti
 
O jornalista e publicitário Luiz Vicente Miranda Apa, morreu no dia 13 de novembro de 2011, após um acidente de bicicleta, ao bater a cabeça em uma guia, aos 44 anos de idade, em São Paulo.

Nascido em 28 de julho de 1967, Luiz Vicente era o diretor geral e responsável pelo projeto gráfico do Anuário AutoMotor Esporte, do jornalista Reginaldo Leme.

Querido por todos do meio, Apa era um apaixonado por automobilismo, e nas horas de lazer reunia-se com amigos para corridas de kart, com seu capacete amarelo e vinho.

Casado com Berly Veloso, não teve filhos, mas era um tio querido para suas sobrinhas e afilhadas.

Em sua missa de sétimo dia, realizada na Igreja da Cruz Torta, em Pinheiros, os familiares entregaram aos amigos uma linda mensagem em homenagem a Luiz, que segue abaixo, na íntegra:

Do latim:
Luiz - guerreiro
Vicente - aquele que vence

Nove meses antes de nascer, Luiz Vicente Miranda Apa foi o mais rápido nos treinos de sábado. Saiu na frente entre 8 bilhões de companheiros de equipe e conquistou a Pole para o Grande Prêmio da Vida. Largou na frente. Nascia ali um campeão.

Já sabia o que queria desde a primeira volta de vida. Quando neném, diziam as tias, tinha um choro muito forte. E que coincidentemente só era calado quando sentava no banco de trás do Gordine 63 de seu pai e ouvia o ronco do motor ser ligado. Música para os ouvidos daquela criança.

Foi o primeiro filho da Equipe Miranda Apa. Primeiro neto. Exemplo de referência desde criança para os primos, amiguinhos e seu irmão. Com quem dividiu não só o quarto, mas também seu sorriso fácil, seu abraço amigo e a certeza de que dignidade, bom caráter e amor pela família eram a maior herança que seus pais poderiam lhe deixar.

Estudioso, curioso, questionador e caprichoso, possuía habilidades incomparáveis. Transformava onde tocava em beleza.

Com 15 voltas de vida, aflorava sua paixão por carros. Autoramas, miniaturas, carrinhos de todo tipo e uma vontade imensa de dirigir um veículo.

Na 18ª volta, serviu seu país. Inventou um problema no joelho, mesmo assim não escapou do Serviço Militar. Eles sabiam que ali havia alguém diferenciado. Por ironia do destino, lhe deram o cargo de piloto do exército. Nem ele esperava por essa. Dirigiu comandantes, tenentes e generais pelas pistas brasileiras.

Passou a maior parte da prova de sua vida fazendo uma volta mais rápida que a outra. Melhorava seu próprio tempo. Formava uma legião de fãs por onde passava. Faculdade, trabalho, família. Com o astral sempre elevado, facilidade de lidar com os problemas, carinho e muita sensibilidade, o número de amigos só aumenta a cada volta.

Numa dessas paradas de pit-stop, conheceu a mulher da sua vida, Berly. O troféu que tanto merecia. Desde então, seu motor estava redondo. Voando baixo. Juntos e sempre com muita alegria, aproveitaram cada curva do circuito. Vieram então as sobrinhas. Vieram os afilhados. Os sobrinhos agregados e qualquer outra criança que passasse à sua volta. Todos sentiam o carisma e a delicadeza ímpar para divertir, ensinar, amar e, principalmente, respeitar.

Luiz venceu o GP da Vida

Vitória incontestável. Correu 44 voltas com um traçado impecável.
Passou por cima de todas as barreiras. Ultrapassou retardatários.
Ensinou que a vida não se pilota com as mãos. E, sim, com o coração.

Luiz Vicente Miranda Apa, o nosso Lú, merece e temos certeza de que hoje está no lugar mais alto do pódio. Afinal, liderou essa corrida de ponta a ponta.

Carinhosamente, sua família

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