José Antonio de Araújo

Ex-locutor e professor de Muzambinho-MG
por Milton Neves
José Antonio de Araújo é nome marcante na história do magistério e da comunicação de Muzambinho-MG, seja no rádio AM ou no serviço de alto-falante, meio comum de interação entre os habitantes das pequenas cidades nos anos 40, 50, 60 e 70.

Em Muzambinho foi assim. José Antonio de Araújo, que foi locutor por meses da Rádio Continental do Rio de Janeiro - uma proeza!!! -, fundou o "Serviço de Alto-Falante Uirapuru", que funcionava no terceiro andar do "Clube Recreativo", hoje quase desativado.
Ele faleceu em 18 de abril de 1973, com apenas 30 anos, vítima de pnumonia.
Natural de Muzambinho, nascido em 27 de fevereiro de 1943, foi professor de português e tinha uma voz inconfundível, que podia ser ouvida de segunda a sábado, no programa "Poder Jovem".
Na Rádio Rural de Muzambinho, liderada por José Antonio de Araújo, Milton Neves deu seus primeiros passos em sua carreira profissional, após passar pelo serviço de alto-falantes do querido Benedito Dino.

As cornetas eram ativadas todos os dias das 20h às 21 horas. Uma vez, na campanha para o senado de Agenor Lino de Matos e Franco Montoro, ele me contratou para falar dos dois dentro de um Aero-Willys em Caconde, Sapecado (atual Divinolândia), São Sebastiao da Grama, Vargem Grande do Sul, Casa Branca e Mococa, todas do norte de São Paulo, fronteiriças com o sul de Minas. Foi o primeiro dinheirinho que ganhei, uns 20 cruzeiros, muito bem-vindos, por sinal.
Algum tempo antes, em uma Kombi, daquelas com cortininhas, participei de outra campanha política, fazendo propaganda para Sebastião Del Gáudio, candidato a prefeito de Muzambinho.
Mas, em 1967, ele, José Antonio de Araújo, William Peres Lemos, Paulo Ferreira de Carvalho e Benedito Dino se uniram e fundaram a saudosa Rádio (clandestina) Continental de Muzambinho.

Denunciada no DENTEL (Departamento Nacional de Telecomunicações), porque a direção ia apoiar determinada ala política da cidade via quartel de Pouso Alegre-MG, a Continental foi fechada em 1968 e a última música a tocar foi "Mi Viejo", com Piero.

Eu, Milton Neves, além de locutor jornalístico, locutor comercial, comentarista esportivo e apresentador musical, era o discotecário da pobre emissora.

Num belo dia, lá pelas 10 horas da manhã, chegaram três senhores engravatados, abriram uma pasta e dela exibiram um ofício do DENTEL determinando a retirada do "cristal" do transmissor.

Não sabia nem o que era aquilo e corri assustado até a casa de William Peres Lemos, um dos sócios. Ele conduziu os fiscais até o pasto defronte ao cemitério onde até hoje exite um transmissor - da atual Rádio Rural, legalizada -, e a Rádio Continental calou-se para sempre.

Mas tenho por ela eterna gratidão. Aquela rádio me revelou para o microfone e norteou meu destino na vida profissional. E revelou também Wellington de Oliveira, locutor que já marcou época nas Redes Globo, Record, Manchete e Cultura, e nas rádios Excelsior, Piratininga, Globo e Jovem Pan-AM.
Lá, José Antonio de Araújo, professor de português, era namorado firme de Neusa Chame, irmã de minha sogra.
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