Por Ednilson Valia, o @eddycalabres
Um escritor nunca morre, suas letras, seus versos e livros o eternizam. E com João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro não será difente e sua obra o eternizou em 18 de julho de 2014, aos 73 anos, na cidade do Rio de Janeiro, em decorrência de uma embolia pulmonar. Natural de Itaparica-BA, nasceu em 23 de janeiro de 1941, sob o signo de Aquário, na casa do avô materno, para grande festejo dos pais, o advogado político, Manuel Ribeiro e a mãe Maria Filipa Osório, que posteriormente deu a luz a mais dois filhos: Sonia Maria e Manuel. O literato foi-se e deixou quatro filhos: Emília, Manuela, Bento e Francisca. Casou-se duas vezes, a primeira, em 1969, Mônica Maria Roters, e e 1980, com a fisioterapeuta, Berenice Batella, mãe do ex- VJ e humorista, Bento Ribeiro.
Viveu dos dois meses aos 11 anos de idade em Aracaju-SE, conquistou o título de bacharel de Direito na Universidade Federal da Bahia. Nunca exerceu a profissão, posteriormente pós-graduou-se em administração pública na Califórnia-EUA. Mas logo envolveu-se na luta estudantil na década de 60 e ao lado do amigo Glauber Rocha desenvolveu várias revistas e folhetos pela causa libertária.
Voltou a Bahia e lecionou Ciências políticas na Universidade Federal e pouco antes publicou o seu primeiro livro apadrinhado por Jorge Amado: Setembro Não Faz Sentido. Em 1971, o primeiro sucesso estrondoso que o levou ao prêmio Jabuti: Sargento Getúlio. Em 1981, inicia os escritos que foram apenas publicados em 1984, a sua obra-prima reconhecida por muitos especialista, o alfarrábio - Viva o Povo Brasileiro -.
Também contribuiu para o jornalismo como colunista em vários jornais, entre eles: O Globo, Frankfurter Rundschau (na Alemanha), Jornal da Bahia, Die Zeit7 (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), O Estado de São Paulo e o A Tarde na Bahia. Por duas vezes recebeu o prêmio literário Jabuti, o mais importante do Brasil, também conquistou o Anna Seghers, da Feira de Frankfurt de livros, cedido apenas a alemães e latino americanos e o que mais repercutiu, em 2008, o prêmio Camões, pela qualidade da sua vida literária.
A cadeira 34, da Academia Brasileira de Letras, foi ocupada por João Ubaldo Ribeiro de oito de junho de 1994 até 18 de julho de 2014.
Na teledramaturgia, o seu maior sucesso foi o seriado transmitido pela TV Globo, o Sorriso do Lagarto.
No cinema, desenvolveu o roteiro do filme "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues.
Em entrevista a Revista Veja, João Ubaldo contou porque virou alcoolatra apesar de ter começado a beber apenas aos 53 anos: “Foi uma luta de oito anos, complicadíssima. Tudo começou com uma depressão, em 1994, quando voltei da Copa do Mundo dos Estados Unidos. Uma depressão sem motivo, mas eu caí de cama, só não quis me suicidar. Tomei todos os remédios possíveis. Eu, que já bebia bastante, tentei curar a depressão com álcool, que é a pior burrice que alguém pode fazer.Superei o problema pela via da religião. Eu não me submeto ao ministério de nenhuma crença, embora acredite em Deus, reze todas as noites e me considere cristão.”
Prêmios
- Prêmio Golfinho de Ouro, do Estado do Rio de Janeiro, em 1971, por Sargento Getúlio;
- Prêmios Jabuti em 1972 e 1984, respectivamente para Melhor Autor e Melhor Romance do Ano, pelo livros Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro;
- Prêmio Altamente Recomendável – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil,1983, para Vida e Paixão de Pandonar, o Cruel ;
- Prêmio Anna Seghers, em 1996 (Mogúncia, Alemanha);
- Prêmio Die Blaue Brillenschlange (Zurique, Suíça);
- Detém a cátedra de Poetik Dozentur na Universidade de Tubigem, Alemanha (1996).
- Prêmio Lifetime Achievement Award, em 2006;
- Prêmio Camões, em 2008
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