Itamar - lateral

Jogou no Botafogo-SP e na Ferroviária de Araraquara-SP

Itamar, o Benedito Itamar Luiz, ex-lateral do Botafogo de Ribeirão Preto-SP e da Ferroviária de Araraquara-SP, atualmente mora em Alto Araguaia-MT, onde está aposentado. Ele, que é formado em Pedagogia, trabalhou como técnico de futebol após encerrar a carreira de jogador.
Nascido no dia 27 de janeiro de 1926, com duas filhas, cinco netos e três bisnetos, Itamar atuou nos seguintes times:
- Batatais (SP) - Botafogo (SP) - Ada de Araraquara (SP) - Ferroviária (SP) - Bebedouro (SP) - Araguaia (MT)

CURIOSIDADE
Uma das irmãs de Itamar, Dona Antônia Luiz, hoje com 62 anos, conta que certa vez, numa festa de aniversário de crianças, em Ribeirão Preto-SP, se deparou com um menino de seis anos que incomodava muito, brigando com as outras crianças.
Dona Antônia teve que puxar as orelhas do garoto para que se acalmasse. O menino era Diego, companheiro de Robinho no Santos em 2002.


Ainda sobre Itamar, o site Terceiro Tempo recebeu do jornalista Róbinson Gambôa, o texto abaixo, no dia 21 de janeiro de 2006. Obrigado, Róbinson, pelo texto e pelas fotos.
"Itamar, lateral do Botafogo nos
anos 40 e 50 completa 80 anos em janeiro
Por Róbinson Gambôa
Os expectadores do futebol observam nesse início de ano a abertura de mais uma temporada do milionário campeonato paulista. Nesse espetáculo, desfilam pelos gramados craques que se tornam todos os dias estrelas multimídia, favorecidos pela modernidade, que fizeram do futebol a oitava maravilha, o grande circo, teatro e cinema que os brasileiros compreendem e admiram. Se houve um tempo em que homens praticavam futebol por amor ao clube e a sua cidade, isso já foi esquecido, e hoje é visto pelas novas gerações apenas na várzea, nos esgotados campeonatos amadores que sobrevivem entre atletas de fim de semana.
Em Ribeirão Preto, são poucos os remanescentes dessa época de ouro. Uma dessas testemunhas foi também personagem principal na história do Botafogo, esteve em campo defendendo as cores do Pantera Tricolor logo após o final da Segunda Guerra, e estava lá, vestindo a camisa 6, quando nasceu para o mundo em 1949 o campeonato Paulista, considerado hoje o terceiro maior e melhor da América Latina. Benedito Itamar Luiz, o Itamar, lateral esquerdo do Botafogo e da Ferroviária de Araraquara nos anos 40 e 50, completa 80 anos no próximo dia 27 de janeiro.
Itamar começou como profissional no Batatais, aos 19 anos, em 1945. Dois anos depois retornou a Ribeirão, cidade onde nasceu, para atuar no Botafogo, time do coração, pelo qual torcia quando era menino nas ruas da Vila Tibério. Filho mais velho do chefe de trem Pedro Luiz, Itamar ajudou a criar nove irmãos, nos 12 anos em que viveu do futebol.
Itamar foi titular do grande time de 51, campeão da Zona Leste, até hoje considerado um dos principais títulos da história do tricolor em Ribeirão. Um ano antes, em 50, o Botafogo com Itamar chegou à final da segunda divisão, contra o Radium, de Mococa. Depois de vencer em Ribeirão Preto, o Botafogo foi derrotado na casa do adversário.
A terceira e decisiva partida foi disputada no Pacaembu, ás 9h da manhã. O Radium venceu e conquistou a única vaga para a primeira divisão, de onde foi rebaixado no ano seguinte para nunca mais retornar. Mesmo com a derrota, ter chegado na final colocou aquele time do Botafogo na história. No mesmo ano em que o Brasil chorava a derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo.
Em 1955, Itamar foi alçar vôos maiores, e aceitou o convite para jogar na Ferroviária que buscava montar um supertime, visando chegar à primeira divisão do campeonato Paulista. Ao lado de craques como Fia, Tiana, Ferrazoli, Dirceu, Pixo, Paulinho, Cardoso, Gomes, Bazani e Boquita, Itamar fez parte do esquadrão campeão da segundona, ajudando a levar a Ferroviária pela primeira vez à elite do futebol paulista.
Itamar até hoje é lembrado nas rodas da velha guarda em Araraquara como ídolo. Em Batatais, um restaurante estampa nas paredes um pôster com a foto do inesquecível time de 1046, liderado por Itamar. Ele também jogou no ADA, de Araraquara, e no bebedouro. Em 1957, mesmo ano em que Pelé surgia para o mundo como o primeiro Rei do futebol, Itamar abreviava sua carreira profissional por problemas no joelho.
Mas manteve-se em campo por mais alguns anos, defendendo equipes amadoras e passando seus conhecimentos aos mais jovens. No início dos anos 60, chegou a jogar com Nilton Santos no Araguaia, no Mato Grosso. Depois disso, atuou como técnico, inclusive com uma vitoriosa passagem pelo Vila Nova, de Goiás, que recém alcançava a primeira divisão daquele Estado. Nos anos 90, já com 60 anos, resolveu voltar a estudar e concluiu a faculdade de Pedagogia, na cidade de Pereira Barreto/SP.
No Botafogo, Itamar jogou com Rafael, Diógenes, Alcides, Carolo, Romeu, Ladeira, Américo, Piromba e tantos outros. Foi campeão em 51 com Robertinho, Ismar, Quelé, Xixico, Ditinho, Fonseca, Cabelo, Leonardo, Dorival e Wilson. Mas nem todos sobreviveram à virada do século para contar essas histórias. Itamar hoje reside em Alto Araguaia, no Mato Grosso. Uma de suas únicas duas filhas, também pedagoga, vive em Ribeirão Preto, na mesma Vila Tibério que o viu nascer e crescer, assim como quatro de seus irmãos. Em fevereiro, ele virá a Ribeirão Preto festejar seus 80 anos com amigos e familiares.
Hoje, o seu legado é motivo de orgulho, memória viva de uma época em que o futebol era feito por paixão, com o mérito do artista responsável pela alegria de uma platéia que assistia o mundo sair de uma guerra e conhecer, a partir dali, o fantástico futebol brasileiro."
Róbinson Gambôa é jornalista, gaúcho, radicado em Ribeirão Preto. Formado pela Unisinos (RS), atuou em jornais como NH, em Novo Hamburgo, Correio de Gravataí e A Notícia, de Joinville. Também trabalhou nas rádios Eldorado, em Florianópolis e Metrópole, em Gravataí (RS).
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