Gildo

Ex-centroavante do Ceará e América de Rio Preto-SP

Gildo Fernandes de Oliveira, o Gildo, maior ídolo da história do Ceará, morreu no dia 9 de março de 2016, aos 76 anos, vítima de parada cardiorrespiratória.

Quando da morte de Gildo, Robinson de Castro, então presidente do Ceará, deu a seguinte declaração: "A nação alvinegra está de luto e profundamente triste pela partida do nosso maior ídolo Gildo Fernandes. Nosso artilheiro honrou o manto alvinegro e nos deixou uma grande história que nos enche de orgulho. Nossa solidariedade à família. O Ceará Sporting Club está em luto".

O ex-atacante também vestiu em sua carreira as camisas do América de Rio Preto-SP, do Santa Cruz e do Calouros do Ar Futebol Clube-CE.

Sobre o célebre matador Gildo, recebemos no dia 4 de abril de 2006 o e-mail abaixo, de Francisco Rangel, da cidade de Russas, no Ceará.

Gildo Fernandes de Oliveira, o Gildo, é apontado pelos próprios torcedores como o maior ídolo que o Ceará teve em 90 anos. A prova mais marcante para Gildo Fernandes de Oliveira, de que ele era realmente amado pela torcida do Ceará veio há tempos. Depois de uma década defendendo o clube do coração, o atacante não teve o contrato renovado, em 1971, e foi parar no Calouros do Ar. No ano seguinte, ele enfrentou o Vovô, em um torneio amistoso. Na oportunidade, Gildo foi ovacionado pela torcida alvinegra toda vez que tocava na bola. "Aquilo foi uma honra para mim", relembra Gildo, que encerrou sua carreira em 1973, pelo Calouros do Ar.

Escolhido como o maior jogador da história do Ceará na votação da Seleção de Todos os Tempos do clube, realizada pelo jornal O Povo, Gildo se sentiu gratificado com a lembrança dos torcedores. "Fico feliz porque os elogios não mudaram com o passar do tempo. Até hoje tenho papos agradáveis com pessoas da época e até com gente que nem me viu jogar". O ex-jogador aproveitou para elogiar o time. "Esse aí é um timaço. Fica difícil perder", brinca.

O torcedor que viveu durante os anos 60 compreende bem a importância de Gildo para a história do Ceará. O atacante participou da campanha do Tricampeonato (1961/1963), além dos títulos do Norte-Nordeste de 1969 e do Estadual de 1971. "Dia desses um torcedor me mostrou um áudio dos gols da virada na decisão contra o Remo, em 69. Eu me emocionei", conta.

O atacante pode ainda se orgulhar de ter sido o artilheiro dos campeonatos de 61 e 63. Foram muitas as atuações memoráveis de Gildo. A mais importante delas, no entanto, ele credita a uma falha adversária. Aconteceu no primeiro jogo da decisão do Estadual de 1971. O jogo caminhava para um empate sem gols, quando o goleiro Cícero, do Fortaleza, bateu um tiro-de-meta na cabeça de Gildo. A bola surpreendentemente voltou para as redes tricolores, definindo a vitória do Ceará por 1 a 0. Nas duas partidas seguintes, as equipes empataram e o título ficou com o Vovô. "Com a força do impacto eu caí no chão e até hoje nunca vi aquele gol", relata.

Gildo não poupa críticas aos jogadores de hoje, que não conseguem mais permanecer tanto tempo defendendo o mesmo clube. "O problema é que os atletas fazem contratos curtos, até de três meses. Isso possibilita que eles façam o pé-de-meia rapidamente, mas tira deles a oportunidade de se tornarem ídolos".

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