Gilberto Ex-lateral do Atlético (PR)

(ex-lateral-esquerdo do Atlético PR, Corinthians, Paulista de Jundiaí e Portuguesa Santista)

Gilberto, o Gilberto Souza, lateral-esquerdo do Atlético Paranaense no final dos anos 60, hoje mora em São Paulo e trabalha como vendedor autônomo de redutores importados. Casado com dona Miriam e pai de um filho (Renan, um corintiano fanático, segundo o pai), Gilberto pendurou as chuteiras nos anos 70, logo após defender a Portuguesa Santista.
Nascido na capital paulista no dia 19 de janeiro de 1944, Gilberto deu seus primeiros chutes no futebol no Sport Club Corinthians Paulista. "Eu praticamente nasci no Corinthians. Passei por todas as categorias do clube. Meu melhor momento lá foi na equipe de aspirantes, que tinha o seguinte time: Barbosinha, Neco (jogou no Cruzeiro), Mendes, Cláudio Gaúcho e eu; Édson Cegonha e Rivellino; Sérgio Echigo, Osmar Pingão, Manoelzinho e Lima. Fomos campeões do torneio de aspirantes de 1964, derrotando o Santos, na final, por 6 a 3?, recorda Gilberto, que tinha como posição de origem a quarta-zaga.
As oportunidades no time principal corintiano não foram muitas. Gilberto jogou apenas três vezes na equipe profissional. "O Corinthians tinha boas opções para a lateral-esquerda, entre elas o Oreco, o Ari Clemente, o Jorge Correia e Édson Correia. Ele foi emprestado por um ano para o Paulista de Jundiaí, indicado pelo técnico Roberto Belangero. "Joguei ao lado do Candinho (hoje no treinador) no Paulista?, conta o ex-lateral-esquerdo. "Nessa época, o Santos chegou a ter interesse em me contratar, mas não saiu negócio?, revela.
Após o término de empréstimo com o time de Jundiaí, Gilberto ganhou passe livre. Na mesma ocasião, apareceu o Atlético Paranaense interessado em ter o futebol do lateral. O acerto com o Furacão foi rápido. Além de Gilberto, o clube contratou jogadores consagrados, entre eles Gildo (ex-Palmeiras) e Del Vecchio. "O Atlético Paranaense tinha ainda outros conhecidos jogadores: Zé Roberto, Sicupira, Zequinha, Nair, Dorval, Bellini e Milton Dias?, diz Gilberto.
Apesar de ter um forte time no papel, aquele Atlético Paranaense de 1968 não conseguiu ser campeão estadual. "Era um time excelente tecnicamente. Mas acho que a boêmia, no bom sentido, atrapalhou um pouco?, brinca o ex-lateral, que sente saudades dos tempos de Furacão. "O Atlético arrebentou de ganhar dinheiro naquela época. Implantou os carnês, sorteava televisões, carros, motos e tudo isso incentivava o torcedor a comparecer aos estádios. Os salários dos jogadores também eram altos. Mas em um ano e meio tudo acabou?, conta.
Depois do Atlético, Gilberto defendeu outra equipe paranaense, o Ferroviário. "O time era comandado pelo Bauer (ex-craque do São Paulo) e era até bom. Mas não deu certo também?, lamenta o lateral, que por pouco não saiu do país no começo dos anos 70. "Recebi convite do Filpo Nuñez (treinador) para jogar em um time da Venezuela. Também cheguei a estudar uma proposta do Canadá. Mas acabei ficando no Brasil e encerrei a carreira jogando na Portuguesa Santista?, fala.
Nova vida
Gilberto pendurou as chuteiras com apenas 31 anos. "Estava cansado, meio decepcionado com o futebol. E queria me casar, viver com a minha mulher?, declara. Mas largar os gramados não foi tarefa das mais fáceis. O ex-lateral foi trabalhar na Ford, no bairro do Ipiranga, zona leste. "Foi bastante complicado. Comecei como contador de peças. Estava acostumado com outra vida. Tive de trocar o uniforme de jogador por um roupão azul. Fiquei um ano e sete meses trabalhando lá. Então, comecei a atuar no ramo de vendas?, declara Gilberto.
por Rogério Micheletti

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