Genésio Chimento

Ex-árbitro paranaense


O marcante árbitro Genésio Chimento apitou futebol pela CBD e pela FPF por muitos anos, entre as décadas de 50 e 60. Chimentão, como era conhecido, morreu no dia 17 de novembro de 2011, em Londrina, vítima de parada cardíaca.
Aqui nossa homenagem a um dos "heróis do apito? no Brasil. Antes, a arbitragem não tinha o apoio de hoje. E muito menos segurança!
Ainda sobre Genésio, veja e-mail enviado pelo neto dele, o querido Marcelo Vieira Teixeira.

"De: Marcelo Vieira Teixeira [mailto:marcelomegamix@yahoo.com.br]
Enviada em: domingo, 8 de fevereiro de 2009 19:15
Para: redacao@terceirotempo.com.br
Assunto: árbitro do paraná e do brasil nos nos 60
O paranaense Genésio Chimento, hoje com 74 anos (e-mail de 8 de fevereiro de 2009), natural de Sertanópolis, mas radicado em Londrina, atuou como árbitro futebolístico pela Confederação Brasileira de Desportos, a CBD, entre as décadas de 50 e 60, sendo inclusive intitulado como melhor árbitro do ano em 1966 pela "Tribuna do Paraná?.
Seus filhos e netos conseguem hoje acompanhar alguns trechos de sua bonita história graças aos recortes de jornais guardados em um álbum cuidadosamente elaborado por sua esposa, Antonia Chimento, do qual se orgulha muito.
Apitou nos campeonatos paranaense e brasileiro, esbarrando nas dificuldades iminentes da época, como os jogos sem proteção da polícia e o temido coronelismo, dos quais se recorda ainda hoje, e cita que sempre combatia os jogos violentos com pulso firme e decisões inteligentes e honestas.
Tanto que, segundo a imprensa daquela época, suas arbitragens eram consideradas excelentes, conduzindo o jogo de maneira firme e competente.
Hoje, acompanha diariamente as partidas de futebol pelo rádio, televisão e, sempre que possível, vai ao campo de futebol.
Segue amando esse esporte, comentando e analisando as arbitragens atuais, e torcendo pelo querido Tubarão (Londrina) e o grande Tricolor Paulista (São Paulo) que são os seus times do coração.
Abraços, Marcelo Vieira Teixeira

 

Confira abaixo o texto de Estêvão Bertoni, publicado no obituário da Folha de S. Paulo, sobre a morte de Genésio Chimento

Genésio Chimentão (1934-2011) - O melhor árbitro do PR em 1966

Antes que o relógio marcasse um minuto completo, Genésio Chimentão assoprou o apito para iniciar a partida.

O jogo estava atrasado, e o público, nervoso com a espera. Mesmo assim, o protocolo teve de ser cumprido em memória de uma autoridade que morrera na véspera.

Mas foi só a bola rolar que um grito partiu das arquibancadas: "Juiz ladrão. Roubando até no minuto de silêncio".

Manifestações como essa Genésio acostumou-se a ouvir nos tempos de árbitro no Paraná, nos anos 50 e 60.

Saído de Sertanópolis (PR) ainda pequeno, cresceu em Londrina, onde começou a vida profissional como alfaiate. Por cerca de 16 anos, manteve um negócio no ramo.

Já apitava um ou outro jogo até que, um dia, decidiu se profissionalizar. Passou a fazer muitos jogos pelo Estado e abandonou a alfaiataria.

Em 1966, foi escolhido por um jornal como o melhor árbitro do PR. Chegou a receber convite da federação mineira para apitar por lá, mas não quis sair de perto da família.

Genésio ganhou o apelido de Rei da Cumbuca, porque seu nome sempre saía no sorteios que escolhiam os juízes.

Sua mulher, Antônia, recortava tudo que saía sobre o marido nos jornais e fez um álbum. A família guarda o primeiro apito e as chuteiras que ele usava e tem o projeto de fazer um livro sobre o árbitro.

Depois de pendurar o apito, deu aulas em cursos de juízes de futebol e trabalhou como vendedor de bebidas.

Nos jogos que via com a família, era uma espécie de comentarista de arbitragem.

Morreu na quinta (17/11/2011), aos 76, após uma parada cardíaca. Teve três filhos e cinco netos.

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