Gata Mansa

Ex-assessor da Seleção Brasileira
por Diogo Miloni
Antônio Robério Vieira e Silva, conhecido na mídia pelo curioso apelido de Gata Mansa, nasceu em Mombaça, no Ceará, em 04 de março de 1950 e morreu em 22 de agosto de 2003, na cidade do Rio de Janeiro.
Filho de Luiz Alves da Silva e Maria de Lourdes Castelo Vieira, foi casado com Vilma Serafini Vieira e Silva, com quem teve Leonardo Vieira, seu único herdeiro. Formou-se em jornalismo e começou na profissão no extinto Jornal dos Sports. Passou pela redação do jornal O Dia e de muitas emissoras de rádio, inclusive na Rádio Continental, onde trabalhou ao lado de Armando Nogueira, José Carlos Araújo e Milton Neves.
Foi funcionário da CBF entre as Copas de 1974 e 1998, atuando como assessor de imprensa da Seleção Brasileira entre 1982 e 1990. Trabalhou e se deu muito bem com o então treinador Telê Santana, de quem ficou amigo próximo.
Além do apelido, Gata Mansa também colecionava histórias curiosas. Certa vez, na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra, o assessor brasileiro foi visto recolhendo partes do gramado e guardando em um saco plástico. Perguntado pelo motivo, Robério disse que alguns amigos cariocas lhe pediram algumas "gramas? da Bolívia, afinal eram muito puras.
Em um segundo momento, o jornalista visitava a cidade de Coimbra, em Portugal, guiado pelo prefeito que se orgulhava do patrimônio arquitetônico completamente preservado. Durante a apresentação, o político disse que a cidade era uma das mais velhas do país e Gata Mansa logo o questionou com a ingenuidade em estado puro: "É muito velha, mesmo. Porque o senhor não reforma??.
No dia 2 de maio de 2012, o jornalista Wladimir Miranda escreveu o seguinte texto sobre Gata Mansa:
"Problemas financeiros que levaram a edição impressa do jornal à falência. A má gestão da Fundação Cásper Líbero minou o jornal de esportes mais tradicional do Brasil. Versão impressa que foi substituída pela Gazetaesportiva.net .
Eu fui único repórter escalado para fazer a cobertura do jornal na Itália. Cheguei à Itália com 50 dias de antecedência. Depois de desembarcar em Milão, fui de trem para Gúbio, primeira parada da Seleção Brasileira dirigida por Sebastião Lazaroni. Foi uma aventura.
O bilhete que comprei não me dava direito a sentar. Fui em pé no trem, carregando malas. Vida, sofrida, de repórter.
O grande problema da seleção que fez uma péssima campanha na competição _ foi eliminada pela Argentina, gol de Cannigia _, além da falta de organização e dos problemas de relacionamento entre os jogadores, comissão técnica e direção _, era o atacante Romário.
O Baixinho tentava se curar de uma contusão no tornozelo.
Fazia fisioterapia diariamente.
Uma madrugada, o assessor de imprensa da CBF na época, Robério Vieira, resolveu me levar para dentro da concentração do Brasil.
Robério Vieira, que já morreu, era um assessor de imprensa folclórico, para dizer o mínimo.
Bebia muito, tinha o apelido de Gata Mansa.
Gata Mansa virou meu amigo.
Muito amigo dos jogadores, Gata convenceu Romário a me dar uma entrevista na concentração.
Por volta das três da madrugada, Gata me levou para falar com Romário.
Romário falou sobre o seu drama. Queria ficar bom logo para poder jogar pelo Brasil.
Chorou durante a entrevista.
Foi uma entrevista exclusiva, concedida perto de um lago na concentração brasileira. Eu falava com Romário, enquanto Gata Mansa, com umas e outras na cabeça, cantava na beira do lago. Gostava de "O negro gato", de Roberto Carlos.
"Eu sou o negro gatooooo", esgoelava Gata Mansa.
Bons tempos..."
Foto: Reprodução/Maria Pereira Web
ver mais notícias

Selecione a letra para o filtro

ÚLTIMOS CRAQUES