Fumaça, ou Mário Jorge, ou Chaminé

Ex-ponta do Flamengo

Ele procurava fazer a mesma função de seu ídolo. E não era só isso. O nome era o mesmo de seu craque preferido. Mário Jorge, também conhecido como Chaminé e Fumaça, o Mário Jorge Rosa dos Santos, foi um ponta-esquerda que se espelhava em Zagallo e que começou a carreira no futebol capixaba. Passou pelos juvenis do Flamengo, treinou no Vasco e no Atlético Mineiro e foi profissional dos times do Rio Branco (AC), da Tuna Luso (PA) e do Operário de Dourados (MS). Hoje, ele é empresário de jogadores no Espírito Santo. Solteiro, sem filhos, Mário Jorge tem um sonho: conversar com Mário Jorge Lobo Zagallo.
"Eu já cheguei a cumprimentá-lo. Mas nunca tive a oportunidade de conversar com ele. O Zagallo sempre foi uma pessoa muito querida. E como eu fui um ponta-esquerda que fazia a mesma função dele, ou seja, um quarto homem pelo lado esquerdo, tenho o sonho de encontrá-lo um dia e conhecê-lo melhor?, conta Mário Jorge, o Chaminé, o Fumaça.
Nascido no dia 30 de julho de 1954, em Linhares (ES), Mário Jorge começou a jogar cedo. Seus primeiros chutes foram no Industrial de Linhares, clube pelo qual atuou entre 1960 e 1973. Depois atuou ainda nas categorias de base do América de Linhares, Nacional de Linhares e Comercial de Castelo, todos times do Espírito Santo.
Em 1974, o ponta deixou o futebol capixaba para tentar a sorte no Rio de Janeiro. Chegou ao Flamengo, mas nunca teve a oportunidade de defender o time principal rubro-negro. "Morei na concentração do Flamengo. Fiz amizade com o Adílio, Andrade, Tita, Dequinha e Júlio César, um grande ponta-esquerda. O Zico estava iniciando no time de cima?, lembra.
Como a função era parecida com a de Zagallo e o nome também era Mário Jorge, a comparação com o ex-ponta-esquerda da seleção brasileira e do Botafogo foi inevitável. "Algumas pessoas falavam que eu tinha o mesmo jeito do Zagallo. O Ananias, que me dirigiu depois no Bangu e era grande amigo do Velho Lobo, falava que eu tinha tudo para brilhar no futebol brasileiro por causa principalmente da função que exercia, a de quarto homem?, conta.
Depois do Fla, Mário Jorge, que era conhecido na Gávea por Chaminé, foi para o Bangu. "O Flamengo tinha um convênio com o Bangu. Por isso, alguns jogadores seguiam para Moça Bonita?, diz Mário Jorge.
Após um ano, Mário Jorge deixou o Bangu e foi treinar, sem assinar contrato algum, no Vasco da Gama. Apesar de não ter tido chance de atuar com a camisa vascaína, Mário Jorge, que ganhou no clube o apelido de Chaminé, conta que tem muito carinho pelos cruz-maltinos. "Eu treinei junto com grandes jogadores, entre eles o Zanata, o Abel (Braga) e o Roberto (Dinamite). No Vasco, eu pude fazer um tratamento dentário. Sou muito grato ao clube por tudo que me proporcionou?, fala o Chaminé, que também treinou no Clube Atlético Mineiro. "Fui para o Atlético após fazer algumas partidas pelo time semiprofissional do Carlos Chagas, em Minas. Gostaram de mim e me convidaram para treinar no Atlético?, explica.
O primeiro contrato profissional foi assinado somente em 1977. Ele foi defender o Rio Branco (AC). No ano seguinte, Mário Jorge foi defender a Tuna Luso, então dirigida por Célio de Souza, ex-Vasco da Gama. "Nós ficamos em terceiro lugar no campeonato paranaense. Fomos eliminados pelo Remo, que tinha um ataque com Paulinho, Bira Burro (depois defendeu o Inter) e Júlio César, que estava emprestado pelo Flamengo e era meu amigo. Foi um jogo complicado. Nós perdemos o Darinta (que jogou no Palmeiras), expulso?, conta.
O último clube de Mário Jorge foi o Operário de Dourados (MS). "Fizemos um bom campeonato estadual em 1981. O campeão naquele ano foi o Operário de Campo Grande, que tinha Arturzinho (depois jogou pelo Vasco, Bangu, Corinthians...), Cocada (atuou no Vasco da Gama) e o Baianinho (foi para o Corinthians). Era um bom time?, recorda o ex-ponta.

por Rogério Micheletti

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