Franz Netto

Ex-repórter aéreo de rádio e TV

Franz Netto, nascido João Ambrózio Netto, morreu no dia 26 de agosto de 2009, em Marília-SP, vitimado por um infarto. Ele tinha 70 anos.

Ele foi o primeiro repórter aéreo de rádio e TV do Brasil, tendo sido apelidado por Hélio Ribeiro de "repórter- voador" e "Abelhudo Cofap".

Foi ele quem cobriu, pela Rádio Bandeirantes, o incêndio no Edifício Joelma, ocorrido em 1º de fevereiro de 1974, que deixou 179 mortos e 300 feridos.

Ele iniciou sua carreira em Marília, mas a partir da década de 70 atuou na Rádio Bandeirantes/SP.

Na década de 70, o trânsito de São Paulo ganhava uma cobertura maior, com a grande atuação de Franz Netto. O "Abelhudo Cofap" transmitiu as principais informações dos céus da capital paulista de 1970 a 1978.
 
Os amigos Milton Neves e Franz Netto foram companheiros na Sala de Imprensa do Detran durante seis anos. Milton, à época na Jovem Pan e Franz, na Bandeirantes.
 
Seu último trabalho foi como apresentador do "Jornal da Cidade", pela Rádio Dirceu AM de Marília, onde ficou até o penúltimo dia de vida. Ele morava no bairro de Lácio.
Franz Netto teve seu segundo casamento com a conhecida "Patinha? dos anos 70, então ótima artista da Rede Bandeirantes de Televisão. Os dois se conheceram no Morumbi, mas ela faleceu há anos. Sua primeira esposa foi Fátima, irmã do jornalista Aluani Neto, da Jovem Pan. Ao todo, ele teve seis filhos, dez netos e três esposas. A última mulher foi Marineuza.
 

Por Marcos Júnior
Colaborou Ligiani Gonçalves
.

 

Recebemos o seguinte e-mail De: Ligiani Gonçalves
[mailto:ligianistar@gmail.com]
Enviada em: quarta-feira, 22 de abril de 2009 15:23
Para: redacao@terceirotempo.com.br
Assunto: Re: Franz Netto
 
Prezado amigo Milton Neves,
Como combinei com você por telefone seguem os dados do Franz Netto.
O vídeo que fiz de sua atuação pela rádio Dirceu de Marília.
E  uma foto de 1970. Na ocasião Franz Netto trabalhava na rádio Bandeirantes.
A foto foi tirada em 3 de Setembro de 1970, quando o repórter, então com 27 anos preparava-se para embarcar após um pouso na marginal Pinheiros.
Franz Netto foi apelidado de "Abelhudo Cofap" pelo saudaso Hélio Ribeiro.
 
Ligiani Gonçalves.
Radialista/ Jornalista


 

Leia abaixo, a nota do Jornal Diário de Marília sobre o falecimento do querido Franz Netto

Jornal Diário de Marília, 31/09/2009

Franz Netto, um dos ícones do rádio, morre aos 70 anos em Marília
Radialista da Dirceu AM foi primeiro repórter aéreo de rádio e TV do país

O radialista Franz Netto, 70, morreu na tarde de ontem vítima de uma parada cardiorrespiratória. Apresentador do Jornal da Cidade, na rádio Dirceu AM, sofria de hipertensão e depois de passar mal pela manhã, pediu que esposa fosse até unidade de saúde em frente à casa do casal em Lácio, para pedir ajuda.
Ao retornar, por volta das 13h, Marineusa Rocha, com quem Franz morava há 14 anos, o encontrou caído no corredor. Equipe de resgate foi acionada e levou radialista até o Hospital das Clínicas, onde deu entrada às 13h41 já sem vida.
Ícone do rádio em Marília e do jornalismo nacional, Franz Netto foi o primeiro repórter aéreo de rádio e televisão do Brasil.
Nascido em Marília, no dia 12 de abril de 1939, foi na capital que descobriu a paixão pelo rádio. Em São Paulo também fez grandes amigos, como Milton Neves, apresentador do Terceiro Tempo da Band; José Paulo de Andrade, que comanda programa O Pulo do Gato na rádio Bandeirantes; jornalista José Buzelli Filho e o rei Roberto Carlos, de quem era amigo íntimo.
Franz Netto se mudou para São Paulo no início da década de 70, onde trabalhou na rádio Bandeirantes, rádio Capital e em assessoria no Palácio dos Bandeirantes.
No início dos anos 90, retornou a Marília a fim de abrir negócio próprio. Na companhia dos filhos fundou bar "Balcão?, onde atualmente funciona a Wiskeria Berlim.
A paixão pelo rádio falou mais alto e em 1992 Franz retornava aos estúdios, desta vez pela rádio Clube AM de Marília. Em 99 passou a fazer parte da equipe Dirceu AM, onde trabalhou até seu penúltimo dia de vida.
Radialista deixa filhos e Marineuza, sua terceira esposa. Corpo é velado na sala 2 do velório municipal e será enterrado hoje no Cemitério Parque das Orquídeas em horário ainda não definido.
"Abelhudo Cofap? cobriu casos históricos
Primeiro repórter aéreo de rádio e televisão do Brasil, Franz Netto foi apelidado pelo idealizador da modalidade, então diretor da rádio Bandeirantes, Hélio Ribeiro, como "Abelhudo Cofap?. O transporte que utilizava para ir até o Detran, de onde transmitia ao vivo informações sobre o trânsito, e ainda a empresa patrocinadora do horário motivaram o codinome.
Franz Netto cobriu pela rádio Bandeirantes o incêndio do edifício Joelma, em fevereiro de 74, tragédia que deixou 179 mortos e 300 feridos. Inspiração de vários outros repórteres e radialistas, ele possui até mesmo comunidade em site de relacionamentos na internet e está em lista que revela por onde andam personalidades brasileiras. "Que Fim Levou?? pode ser acessado pelo site do programa Terceiro Tempo, de Milton Neves.


Amigos ilustres relatam convivência com radialista
No período em que trabalhou na capital, Franz Netto cultivou uma legião de amigos, muitos ainda atuantes na mídia nacional, com os quais Diário conversou na tarde de ontem.

"Franz era um ídolo, não imaginava sequer conhecê-lo, muito menos trabalhar ao seu lado?, definiu Milton Neves.

Apresentador que deu notícia da morte ao vivo na rádio Bandeirantes minutos após conversar com a reportagem, confessa que Franz foi um dos responsáveis por seu crescimento profissional.

"Ficava vendo como ele trabalhava, entrava ao vivo, sem medo. O admirava desde a época que ainda morava em Minas. Ele me ajudou muito?, diz.

Foi neste período também que José Paulo de Andrade, apresentador do programa matutino da rádio Bandeirantes "O Pulo do Gato?, tornou-se amigo do radialista mariliense.

"Assumi a chefia do departamento de jornalismo da rádio Bandeirantes em 77, quando me aproximei ainda mais do Franz. Guardo dele as melhores recordações, o profissional "pau para toda obra?, nunca rejeitava uma missão e jamais demonstrava mau humor?, recorda-se Andrade.

As visitas anuais à Marília tornaram-se rotina para o assessor de imprensa da Apeoesp José Buzelli Filho após conhecer Franz Netto. Ambos trabalharam na assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes.

"Estou chocado com a notícia, iria para Marília, cidade que o Franz amava, em dezembro, e levaria para ele uma fotografia que tiramos no estúdio da Dirceu AM no ano passado, quando visitei meu amigo pela última vez?, disse.

Manoel Alves Santana, o repórter Andorinha da imprensa mariliense definiu radialista com a palavra simplicidade.

"Depois de trabalhar na imprensa nacional, Franz voltou para Marília e mesmo assim manteve a simplicidade, tratando com igualdade todos os profissionais da imprensa local?, salientou.


Ainda sobre o saudoso Franz Netto, recebemos o seguinte e-mail de Mario Lopomo:

De: Mario Lopomo [mailto:mlopomo@uol.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 27 de agosto de 2009 14:45
Assunto: Frans Neto
Franz Neto. (1970-2009)
Em 1970,  Franz era locutor. Juntamente com Gerson dos Santos e Odair Baptista revezava na locução comercial como se dizia naquela época.
Daí ele foi destacado a ser setorista no Detran, para orientar como estava o transito da cidade.  Estando lá, ele achou um jeito de ganhar um dinheiro extra. Fazia pagamentos de multas, licenciamento de carros, requerimento de placas, e tudo o que fazia um despachante.
Serviço apareceu de monte. Todos os colegas da Bandeirantes tinha algo a resolver no DETRAN e Franz era o intermediário. Já estava bastante amigo do pessoal do DETRAN e os quebra galhos ajudavam a sair mais rápido o serviço.
Franz tinha que intercalar o serviço de despachante com as informações do transito. Quando passou a usar  o helicóptero, a coisa ficou mais difícil, pois ele tinha que entregar o helicóptero até o pátio da band, e voltar ao DETRAN, e perdia mais tempo, em fazer o trabalho dos amigos.
Eu tinha uma transferência da minha lambreta que estava com o documento enrolado e, ele disse que quebrava o galho com os "homes?. E lógico que uma grana tinha que entra por fora do serviço dele. Mas que a coisa era resolvida, isso  era uma certeza.
A clientela dele já era  grande que sempre tinha gente a sua procura ou espera. Quem ria muito era o Bene Braga que trabalhava pela Jovem Pan. Ele meneava a cabeça com um sorriso tímido,como a dizer: esse Franz...
Um dia o Franz me pediu para ir lá que ele ia falar com um grandão e queria que eu fosse junto. Fui logo pela manhã e fiquei esperando ele praticamente o dia inteiro. Ficava batendo papo com o Bene, pegava o elevador e ia para o pátio dar uma andada. Ficava naquele vai e volta. Quando estava lá pelas duas horas da tarde, veio um cara me parou e perguntou o que eu estava fazendo lá todo aquele tempo. Disse que estava esperando um amigo da sala de imprensa.
O cara suspirou, dizendo: Cara você se livrou de levar um tiro. Estávamos pensando que você fosse um federal. Naquele ano tinha estourado denuncias de corrupção onde estava envolvida muita gente grossa da autarquia.
Quando retornei para a sala de imprensa, ela estava lotada de pessoas esperando o Frans. Gente bufando. Todos eles com a papelada na mão. Estava lá, Vicente Leporace. Jota Havila, Manoel Ferreira e Odete Amaral, um funcionário do palacio dos bandeirantes, um jornalista do estadão, e o Aluane Netto.
Enquanto nosso "despachante? não chegava o papo corria solto. O mais nervoso era o Jota Havila. Ele tinha que viajar para São José do Rio Preto, e estava com a carteira de motorista com o exame médico vencido. Porra o Frans me garantiu que me dava à carteira em ordem, ainda hoje.
O funcionário do palacio dos bandeirantes estava com a carteira vencida e tinha que renovar. 

Alguem disse: mas você como funcionário do palacio não precisa se preocupar com isso. Quem vai ter topete para te multar. Mas ele foi direto à resposta.
- Eu gosto de andar sempre na lei, não gosto de me prevalecer disso.
De repente alguém que não me lembro, perguntou a quem pudesse responder. É verdade que o político tal, é viado?
Um olhava para a cara do outro, com cara de quem comeu sapo pensando ser rã, pois o político era muito conhecido. Leporace se comprometeu a responder. ? Bem isso é voz corrente. Dizem às línguas que ele teve um caso com o marido da filha do Garcez. O velho ficou muito aborrecido, quase morreu de desgosto.
Já era três horas da tarde quando o Frans chegou. Pediu desculpas a todos pelo atraso, e levou o Jota Havila, que era o caso mais urgente. Não demorou muito estavam de volta. Havila era todo sorriso. Sinal que o galho estava quebrado. Para ouvir mais perolas me comprometi a ficar por ultimo. Depois fomos tomar café e falei para o Frans. Meu, mesmo que não tenha mais nada a resolver venho te visitar. As minas rodeavam o cara, que era boa pinta. Naquele dia sobrou uma para mim.
Mário Lopomo


Veja o que foi publicado sobre Franz Netto pela Folha de São Paulo no dia 2 de setembro de 2009.

"João Ambrózio Netto (1941-2009)
Foi pioneiro nas reportagens aéreas sobre o trânsito
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi com um sonoro palavrão que Franz Netto começou sua carreira como primeiro repórter aéreo do Brasil. Era início dos anos 1970 e ele subia pela primeira vez em um helicóptero, para contar ao público da rádio Bandeirantes a situação do trânsito em São Paulo.

Logo na estreia no programa, uma pane na aeronave causou um pouso forçado, e Franz, que transmitia ao vivo as notícias, soltou um longo "puta que pariu" no ar, conta o filho Fábio Ambrozio.

Foi a bordo do helicóptero também que o jornalista, que adotou um "Netto" por conta própria, cobriu o incêndio no edifício Joelma, em 1974, que deixou mais de 180 mortos.

Comprou sacos de leite para as vítimas jogarem no corpo e aliviarem o ardor causado pelas queimaduras.

Nessa mesma época, a aeronave sofreu outra pane e fez um novo pouso forçado.
Tempos depois, foi substituída por motos -e Franz tornou-se o primeiro repórter de trânsito motociclista, diz o amigo Milton Neves.

Após abandonar o helicóptero, nunca mais andou de avião. Mais tarde, desistiu dos congestionamentos de São Paulo e mudou-se para Marília (interior de São Paulo), onde continuou como radialista.

Por causa das tragédias vistas na profissão, odiava filmes com sofrimento. Preferia as comédias românticas.

"Morreu sem sofrimento", disse a mulher Marineuza, na tarde da última quarta, de um infarto, aos 68 anos. Deixou seis filhos e dez netos. A missa de sétimo dia será hoje, às 19h30, na igreja Santa Rita (em Marília).
coluna.obituario@uol.com.br"


Ainda sobre Franz Netto, veja o comentário postado aqui no site Terceiro Tempo pela neta do saudoso repórter aéreo e também o e-mail enviado a Milton Neves:
"Notícias
Morre o jornalista Franz Netto, o primeiro repórter-voador do Brasil
Por: Carolina - [carolinaghirardelli@hotmail.com]
Em: 02/09/2009 12:05:02 |
Sou neta do Franz e gostaria de dizer que algumas informações que vc passa estão erradas.
ele faleceu aos 70 anos e tinha 6 filhos, sendo quatro com sua primeira esposa Fatima Aluani(minha avó) e dois com a segunda esposa.
ele também deixou 10 netos e não 5 como vcs informam, eu sou a neta mais velha.
qualquer esclarecimento, estou a disposição.
Grata Carolina"

"De: Carol Ghirardelli [mailto:carolinaghirardelli@hotmail.com]
Enviada em: quinta-feira, 3 de setembro de 2009 13:12
Para: miltonneves@terceirotempo.com.br
Assunto: RE: Perdão pelos erros

Oi Milton, como vai?
Muito obrigada pelo carinho com meu avô, tenha certeza que ele também gostava muito de você.
Quanto a minha avó, ela está bem graças a deus, um pouco triste com o falecimento dele, eles tinham sua diferenças,mas ela o amou muito.
Ela sempre conta historias suas com meu avô, meu tio Aluani, enfim tem muito carinho por você.
Como ela diz, amizade é a unica coisa que fica!
Ela está aqui ao meu lado te mandando um forte abraço e disse que está com saudades.
Um grande beijo e muito obrigada de toda nossa família.
Carol"

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