Flávio Alcaraz

Jornalista gaúcho
por Marcos Júnior, com informações de Estêvao Bertoni
O jornalista gaúcho Flávio Alcaraz Gomes, faleceu em Porto Alegre, sua cidade natal, em 05 de abril de 2011, vítima de pneumonia, aos 83 anos.
Nascido em 25 de maio de 1927, Alcaraz acumulava em seu currículo coberturas internacionais esportivas e de guerra, com destaque para a primeira conquista brasileira em copas do mundo, na Suécia, em 1958 e também nas guerras do Vietnã e na dos Seis Dias, no Oriente Médio.
De família ligada ao jornalismo (era neto de um dos fundadores do "Correio do Povo", de Porto Alegre), começou sua carreira jornalística como repórter policial na "Folha da Tarde".
Trabalhou também no "Correio do Povo" e foi diretor comercial da Rádio Guaíba, logo em sua fundação, em 1957.
Em 1976, um episódio trágico marcou a vida de Alcaraz. Ao chegar em casa, na companhia de sua esposa, no bairro de Santa Tereza, em Porto Alegre, notou um carro parado na rua e foi verificar o que era.
Dentro, estava um casal namorando. Alcaraz estava armado com uma espingarda e pediu que eles saíssem dali. O rapaz foi arrumar sua roupa e Alcaraz pensou que ele estava pegando uma arma e disparou. A bala atingiu a moça, que morreu na hora.
Flávio Alcaraz foi condenado a 10 anos de prisão, mas ficou preso apenas dois.
Durante o tempo em que esteve detido, Alcaraz escrevia para o jornal "Zero Hora" e fazia um programa de rádio e, ao sair, atuou pela RBS e Record.
Trabalhou até os últimos dias de vida, apresentando programas de rádio e tevê.
Deixou esposa (Maria Clara), dois filhos e quatro netos.
Leia abaixo o texto de Estêvâo Bertoni, publicado no jornal "Folha de São Paulo, em 09 de abril de 2011.
Natural de Porto Alegre, ele era neto de um dos primeiros diretores do "Correio do Povo". No início da carreira, Flávio foi repórter de polícia na "Folha da Tarde".
Passaria ainda pelo jornal que o avô dirigira e, em 1957, quando a rádio Guaíba foi fundada, assumiu como diretor comercial da emissora.
Em 1958, cobriu o primeiro título mundial do Brasil no futebol, na Suécia _trabalhou ainda no tri brasileiro no México, em 1970. Na década de 60, esteve na guerra do Vietnã e na dos Seis Dias.
Mas sua carreira foi tempestuosa, como já disse em entrevista. Em 1976, ao voltar para casa com a mulher, notou um carro parado na rua. Desconfiado, pegou a espingarda e foi ver o que era. Na abordagem aos passageiros, disparou. Tratava-se de um jovem casal, que namorava. A moça, ferida, morreu.
Segundo a filha, Laura, jornalista, o pai tinha absoluta certeza de que o episódio fora algo acidental. Flávio foi condenado a dez anos de prisão. Ficou dois anos na cadeia, lembra a filha. Da cela, escrevia para o "Zero Hora" e fazia um programa de rádio.
Em 1983, na prisão, usou o gravador para registrar torturas. Pôs tudo no ar, e o caso teve repercussão internacional. Dizia, assim, ter pagado sua dívida com a sociedade.
Aos 83 anos, ainda apresentava programas na rádio e na TV. Só parou há dois meses. Na terça, morreu devido a uma pneumonia. Deixa viúva, dois filhos e quatro netos.
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