Ézio, o Super Ézio

Ex-atacante do Flu, Bangu, Lusa e Galo
por Rogério Micheletti

O "Super Ézio", como era chamado pelo grande narrador Januário de Oliveira, o Ézio Leal Moraes Filho, atacante do Fluminense de 1991 a 1995, morreu em 9 de novembro de 2011, vítima de câncer no pâncreas, aos 45 anos de idade.
 
Ele morava no condomínio Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, e administrava uma rede de lojas para material de construção, a "Divital", especializada no comércio de divisórias, além de empresariar jogadores e ser vice-presidente do Yasmin, clube da terceira divisão do futebol carioca.

Em 08 de setembro de 2011, Isabela Nogueira, esposa de Ézio, divulgou que o ex-jogador começou tratamento contra câncer no fígado e pâncreas, mas os tumores não respondiam satisfatoriamente à quimioterapia.
Nascido no dia 15 de maio de 1966, na cidade de Ponte de Itabapoana (ES), Ézio começou a carreira no Bangu, em 86, atuando como ponta-esquerda. No time de Moça Bonita, ele fez dupla com o centroavante Nando, que jogou no Internacional (RS) e no Flamengo.

Em 89, o atacante defendeu o Olaria (RJ) e no ano seguinte jogou no Americano (RJ), no Carioca, e na Portuguesa de Desportos, no Campeonato Brasileiro. Em 91, ele chegou às Laranjeiras junto com o meia Bobô, contratado ao São Paulo.

Com o ex-meia do Bahia e do Tricolor Paulista, Ézio fez uma boa dupla e logo se tornou ídolo da torcida do Tricolor Carioca. O centroavante fez parte das conquistas da Taça Guanabara de 91 e 93.

Em 92, o Flu disputou à final da Copa do Brasil com o Internacional (RS). O time carioca reclama até hoje a arbitragem da partida final realizada no estádio Beira-Rio. O Colorado venceu o jogo por 1 a 0, gol do zagueiro-central Célio Silva em cobrança de pênalti.

Em 95, Ézio, afastado da equipe titular do Flu, conquistou seu único título profissional: o Campeonato Carioca. Na ocasião, o time comandado por Joel Santana e que tinha como destaques Renato Gaúcho, Djair e o meia Aílton bateu o Flamengo, de Wanderley Luxemburgo, por 3 a 2 na final.

Ézio marcou 118 gols com a camisa do Fluminense e está entre os 10 maiores artilheiros da história do clube. Como curiosidade, vale lembrar que o ex-atacante tinha como uma das vítimas preferidas o Flamengo, que sofreu 12 gols dele.

Um pouco decepcionado com as "injustiças do futebol", Ézio encerrou a carreira na Internacional de Limeira, em 98. Antes de defender a equipe do interior paulista, Ézio teve uma passagem apagada pelo Atlético Mineiro, clube no qual jogou em 95 e 96.





Veja também o texto do tricolor Francisco Júnior

Bate rebate na área adversária, um atacante de estilo rústico empurra a bola pro fundo do gol de qualquer maneira, gol do Fluminense. O locutor berrava a plenos pulmões, " Super, super, super Ézio. Esse é o seu nome Ézio Moreira Leal, tornou-se por seu jeito simples de jogar ídolo de uma torcida inteira.

Ézio iniciou sua carreira na simpática equipe do Bangu, em 1986 aos 20 anos. Defendeu também as cores do Olaria e do Americano, ambas agremiações cariocas. Em 1990 surge a primeira grande oportunidade em sua carreira, durante o período de seis meses nosso artilheiro jogaria pela Portuguesa de Desportos. Suas atuações não convenceram os dirigentes lusitanos, e após esse período Ézio voltava ao Bangu clube detentor de seu passe.

O ano de 1991 começava para o Fluminense da mesma maneira que começaria para outras grandes equipes. Pouco dinheiro para contratações, o maior nome da "maquina tricolor " era o meio campista Bobô, que destacou-se no Bahia caindo logo em seguida no ostracismo, junto com o bom baiano varias figuras desconhecidas do grande público. Entre elas Ézio que vinha com a inglória missão de assumir a camisa nove tricolor.

Logo em sua primeira partida um cartão de visitas, o novo 9 das Laranjeiras marcaria duas vezes na vitória 4 a 1 frente ao Palmeiras.

Ézio foi com sua garra conquistando lugar cativo no coração dos exigentes torcedores tricolores, mesmo com equipes fracas o atacante conseguia apresentar um bom futebol sendo sempre o goleador do escrete.

Propostas mais vantajosas economicamente surgiam, a melhor delas balançou nosso artilheiro, veio em 1995 e era fo Palmeiras que procurava um matador para substituir Evair. Ézio disse não, como deixar uma torcida que tanto o queria sem dar a eles um titulo, o guerreiro estava em divida e sabia disso.

Com ajuda de Renato Gaúcho, Ézio pagou os torcedores ajudando o tricolor na épica conquista do estadual de 1995, contra eles no ano do centenário deles. Logo eles que trouxeram Romário Luxemburgo.

Divida quitada chegava então a triste hora do Adeus, Ézio partiu para Minas Gerais, era agora jogador do Galo mineiro, contudo seu joelho já dava sinais de desgaste, poucos foram seus gols, o craque via sua carreira ser encurtada. Aos 30 anos super Ezio ainda tentou jogar pelo Internacional de Limeira, e pelo CFZ, mas já não dava mais.

Em 1997, o guerreiro pendurava sua chuteira e deixava os gramados, porém nunca deixará o coração dos torcedores tricolores como eu, que só temos uma coisa a dizer: obrigado, artilheiro!

por Rogério Micheletti

 
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Pelo Fluminense:

Em 236 jogos pelo Tricolor Carioca, Ézio marcou 118 gols, 12 deles no clássico Fla-Flu. É o oitavo maior artilheiro da história do Fluminense.

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