Elivélton

Ex-ponta do São Paulo e Corinthians
por Rogério Micheletti
 
Um dos jogadores que mais ganhou títulos no futebol brasileiro, Elivélton Alves Rufino, o Elivélton, ex-ponta-esquerda do São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro, Internacional, Ponte Preta, Bahia e outras.
 
Mineiro do município de Areado, onde nasceu em 31 de julho de 1971, Eliélton foi anunciado como treinador da  foi anunciado como treinador da Sociedade Esportiva Itapirense em 20 de julho de 2021, para a disputa do Campeonato Paulista pela categoria Sub-17.
 
Em Alfenas-MG, é dono da "Elivélton Sport Center", escola de futebol profissional e apresenta ao lado da esposa um programa de rádio voltado para o público evangélico.
 
Havia pendurado as chuteiras no final de 2007 após passagens por Uberlândia Esporte, então dirigido por Waldir Peres Arruda, Cambé Atlético Clube, time da segunda divisão do futebol paranaense, Alfenense (MG) e União de Rondonópolis.
 
Mas decidiu retornar aos gramados em 2008 por conta de um convite da Francana para disputar a Série A-3 do Campeonato Paulista, e em 2010 renovou contrato com o time de Franca, onde foi carinhosamente chamado pela torcida de "Elishow", encerrando definitivamente sua carreira em 2011.
 
Nascido no dia 31 de julho de 1971, na cidade de Serrânia (MG), Elivélton deu os primeiros chutes na Esportiva de Passos, mas começou a brilhar realmente nas categorias de base do São Paulo, clube pelo qual chegou a disputar inclusive a Taça São Paulo de Junior. Habilidoso e rápido, o ponta-esquerda não demorou muito a conquistar um lugar no time principal. Ele acabou substituindo Edivaldo no Tricolor, o mesmo ponta-esquerda que defendeu o Atlético Mineiro, o Palmeiras e o Taquaritinga e morreu em acidente de carro na Rodovia Castello Branco.
 
Durante os tempos de São Paulo Futebol Clube, Elivélton chegou a ser apontado como grande promessa do futebol brasileiro. Um de seus maiores admiradores no começo dos anos 90 era o técnico Zagallo. O driblador ponta chegou a ter oportunidades de vestir a amarelinha e sofreu um grande susto durante uma partida contra o Paraguai, em Assunção. Elivélton foi atingido por uma pedra na cabeça e, por coincidência, seu futebol caiu de rendimento após sua volta.
 
Deixou o São Paulo em 93 para defender o Nagoya Grampus, do Japão, onde começou a jogar como meio-campista. Retornou ao Brasil em 95, mas não desambarcou no Morumbi. O destino do ponta foi o Parque São Jorge. No Corinthians, a estrela de Elivélton, considerado um reserva de luxo do time de Eduardo Amorim, voltava a brilhar. Na final do Paulistão, em Ribeirão Preto, ele fez o gol na prorrogação que garantiu o título alvinegro. O sabor foi especial já que a conquista aconteceu sobre o maior rival corintiano: o Palmeiras.
 
Apesar de ter sido o carrasco do alviverde no ano anterior, Elivélton, por indicação de Wanderley Luxemburgo, acabou sendo contratado pelo Palmeiras em 96. A sina de reserva de luxo permaneceu no Palestra Itália. Elivélton não conseguiu se firmar como titular no time que contava com: Velloso; Cafu, Sandro, Cléber e Júnior; Flávio Conceição, Amaral, Djalminha e Rivaldo; Muller e Luizão.
 
No ano seguinte, Elivélton voltava a mudar de ares. Ele foi peça importante do Cruzeiro na conquista da Libertadores de 97. O dublê de ponta e meia foi o autor do gol celeste na vitória por 1 a 0, no Mineirão, sobre o Sporting Cristal, do Peru.
 
O time-base do Cruzeiro, do técnico Paulo Autuori, era: Dida; Vitor, Gélson Baresi, Wilson Gottardo e Nonato; Fabinho, Donizeti, Ricardinho e Palhinha; Marcelo Ramos e Elivélton. O gol do "Pé Quente" Elivélton, aos 30 minutos da etapa final, sobre o goleiro Ballerio, segue sendo muito lembrado na Toca da Raposa.

Ponto facultativo?
 
Folclórico, Elivélton também era atração após os jogos. Durante entrevista dada ao jornalista Milton Neves, Elivélton, que na época defendia o Corinthians, quis falar que Alfenas era cidade repleta de universidades, mas acabou dizendo "que era um grande ponto facultativo".
 
Outros pavilhões
O bem-humorado e versátil Elivélton também mostrou bom futebol com as camisas do Vitória, Internacional, Ponte Preta e Bahia.
 
No "Trio de Ferro"
Não é qualquer jogador que tem a oportunidade de defender o chamado "Trio de Ferro". Elivélton atuou pelos três grandes de São Paulo: São Paulo, Corinthians e Palmeiras.
 
O UOL, em 23 de outubro de 2014, publicou uma matéria sobre Elivélton, que reproduzimos integralmente abaixo. Texto assinado por José Ricardo Leite e Vanderlei Lima.
 
Elivélton cita títulos para rebater lenda de que pedrada afetou a cabeça

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo
 
 
Taças Libertadores, Mundial Interclubes, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e campeonatos estaduais. Não faltam títulos de expressão na galeria de troféus do ex-ponta esquerda Elivélton, com passagens por diversos grandes clubes, como São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras, Internacional e até seleção brasileira.

Fez parte de equipes históricas, com o São Paulo do técnico Telê Santana e o famoso Palmeiras que marcou mais de 100 gols no Campeonato Paulista de 1996, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo.

Tinha fama de pé quente e em alguns desses títulos foi o autor do gol do título, como do Campeonato Paulista de 1995 pelo time do Parque São Jorge e da Taça Libertadores da América de 1997, pelo Cruzeiro.

"Me considero um ex-jogador iluminado por Deus. Ele sempre me deu oportunidade e eu sempre estava no lugar certo e na hora certa. Logicamente que eu tive que correr atrás e trabalhar pra caramba; foi mais uma recompensa da semente que eu plantei e sempre procurava dar o meu melhor. Então eu fui muito iluminado por Deus se não eu não teria conquistado nada foi muito trabalho", resumiu, em entrevista ao UOL Esporte.

Alguns desses gols ocorreram depois de um episódio que marcou a carreira do habilidoso canhoto revelado pelo São Paulo. Ao defender a seleção brasileira no Pré-Olímpico dos Jogos de 1992, Elivélton recebeu uma pedrada na cabeça no estádio Defensores Del Chaco, em Assunção, e teve que ir para o hospital.

Os paraguaios passaram a jogar pedras e outros objetos nos jogadores e comissão técnica da seleção após vitória por 1 a 0 do Brasil. Uma delas acertou em cheio a cabeça do ex-são-paulino, que caiu no chão. Em cena marcante, ficou chorando no gramado com a cabeça sangrando. Saiu desmaiado para o hospital e levou cinco pontos na cabeça.

Depois de algumas horas no hospital, foi liberado e com a cabeça enfaixada avisou que tudo não passava de um susto. "Já estou bem, pronto pra outra", disse na oportunidade.

Getty Images
Elivelton com a camisa da seleção em torneio disputado em 1993, nos EUA

Fato é que a carreira de Elivélton foi acompanhada de um rumor de que o jogador nunca mais foi o mesmo depois daquela pedrada e que ela teria afetado seu rendimento em campo nos jogos seguintes. Sempre que comenta o episódio, ele mesmo já se antecipa e fala que tudo isso não passa de lenda.

"Foi um baque (o episódio), porque depois levei um tempinho pra me recuperar. Mas nada que me afetasse de verdade, nem a minha carreira. Depois disso, fui campeão em todos os clubes que passei e marquei gols. E a imprensa ainda assim falava ´ah, o Elivélton tomou aquela pedrada no Paraguai e não é mais o mesmo´", explicou.

"Isso é uma coisa que não é verdade. Foi o contrário. Depois disso fui campeão no Corinthians, Palmeiras, no Cruzeiro. Foi o contrário do que diziam. A gente fica um pouco desajustado no começo, mas depois volta tudo ao normal de novo", prosseguiu.

Ele fez parte de muitas convocações da seleção brasileira do técnico Carlos Alberto Parreira no começo da década de 90. Jogou a Copa América e as eliminatórias de 1993, mas acabou ficando de fora da lista final do treinador para o Mundial de 1994, nos Estados Unidos. Diz que ficou tão triste que até cogitou largar o esporte.

"Acho que teve algum dedo político (na ausência na lista). Fui pra todos jogos das eliminatórias e Copa América, tinha uma grande expectativa pela convocação. Quando saiu a convocação e meu nome não estava, fiquei muito desapontado, triste e quis até parar de jogar futebol na época. Fiquei frustrado e mexeu muito comigo. É o que falta pra mim hoje. Muitas vezes penso ´poxa, tenho título disso, daquilo, mas faltou a Copa do Mundo´. Mesmo que não jogasse, queria ser convocado, mas infelizmente o Parreira não permitiu."

Entre os clubes que defendeu, não esconde qual foi o que lhe deu mais prazer de vestir a camisa. "Vou falar como torcedor, pois na época eu torcia pro São Paulo. Então, na hora que eu acordei e vi que estava lá dentro do São Paulo como jogador do time...pra mim foi o máximo, entendeu? Aprendi muito e o São Paulo abriu as portas pra mim. Tenho um carinho muito especial por eles", falou.

Elivélton atualmente mora em Alfenas, Minas Gerais, e tem uma escolinha de futebol para garotos de 7 a 14 anos. Não é apenas, o dono, mas também professor dos jovens.
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Pelo Corinthians:

Atuou em 61 jogos e marcou seis gols.
Fonte: Almanaque do Timão, de Celso Unzelte.

Pelo Palmeiras:

Atuou em 65 jogos, sendo 41 vitórias, 15 empates e nove derrotas. Marcou nove gols.
Fonte: Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Principais títulos

Campeão Mundial de 92 (pelo São Paulo); Campeão das Libertadores de 92 e 93 (pelo São Paulo) e de 97 (pelo Cruzeiro); Campeão Paulista de 91 e 92 (pelo São Paulo), de 95 (pelo Corinthians) e de 96 (pelo Palmeiras), Campeão da Copa do Brasil de 95 (pelo Corinthians) e de 97 (pelo Cruzeiro), Campeão Mineiro de 97 (pelo Cruzeiro) e Campeão Japonês de 94 (pelo Nagoya Grampus).

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