Elio de Angelis

Ex-piloto de Fórmula 1
por Marcos Júnior Micheletti
 
O italiano Elio de Angelis morreu aos 28 anos durante um teste pela Brabham em 15 de maio de 1986 no circuito francês de Paul Ricard, quando seu carro perdeu o aerofólio traseiro e ele capotou. Mas o que vitimou o piloto foi o incêndio que ocorreu em seguida ao impacto. De Angelis aspirou muita fumaça, que foi a causa de sua morte. Ele tinha 28 anos.

Talentoso, rápido e culto (era pianista nas horas vagas), Elio de Angelis nasceu em Roma no dia 26 de março de 1958 e iniciou na F1 pela Shadow em 1979, aos 20 anos, estreando com um bom sétimo lugar no GP da Argentina e marcando seu primeiros pontos na última etapa, com o quarto lugar obtido no GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen.

O desempenho do jovem romano chamou a atenção do então chefe da equipe Lotus, o lendário Colin Chapman, que o contratou para guiar um de seus carros a partir de 1980, ano em que terminou a temporada na sétima colocação e subiu ao pódio pela primeira vez, no GP do Brasil, em Interlagos, corrida vencida pelo francês René Arnoux, com Renault-turbo. Naquele ano, De Angelis competia com o motor aspirado da Ford-Cosworth.

De Angelis, que ficou na Lotus até 1985, teve um desempenho semelhante em 1981 (foi o oitavo do campeonato), mas não subiu ao pódio em nenhuma das etapas.

A primeira vitória aconteceu em 1982, no GP da Áustria, disputado em Osterreichring, após largar em sétimo lugar. O pódio foi completado pelo finlandês Keke Rosberg (Williams) e o francês Jacques Laffitte (Ligier), segundo e terceiro colocados, respectivamente.

Sem dispor de um motor turbo em 1983, a Lotus amargou uma temporada muito ruim, e De Angelis pontuou apenas no GP da Itália, em Monza, terminando a corrida na quinta colocação.

Em 1984 a Lotus passou a contar com os bons motores Renault turbo de 6 cilindros, o que permitiu que Elio obtivesse sua melhor classificação em um Mundial da F1, terminando o ano na terceira colocação, atrás de Niki Lauda (campeão) e Alain Prost (o vice), ambos com McLaren-Porsche-turbo. Mesmo assim, foi um ano sem vitórias para o italiano, que subiu ao pódio em quatro corridas.

Em seu último ano pela Lotus, 1985, teve a incômoda companhia de Ayrton Senna dividindo as atenções na equipe. Senna chegou com créditos após sua ótima temporada de estreia pela Toleman e acabou ficando uma posição à frente do italiano no campeonato. Ayrton foi o quarto colocado com 38 pontos e De Angelis o quinto, com 33. Ainda na disputa interna pela Lotus, Senna venceu dois GPs (Portugal e Bélgica) enquanto De Angelis venceu pela segunda (e última vez) na carreira, no GP de San Marino, em Ímola.

Sem espaço na Lotus, uma vez que a equipe mostrou clara sua preferência por Senna, De Angelis assinou com a Brabham-BMW para a temporada de 1986,  entrando na vaga deixada por Nelson Piquet, que se transferiu para a Williams. De Angelis formou dupla com o compatriota Riccardo Patrese.

O sul-africano Gordon Murray, um dos grandes projetistas da história da F1, projetou um modelo inovador, extremamente baixo para acomodar o motor BMW-turbo de quatro litros para melhor aproveitar a aerodinâmica.

Na pista, entretanto, o modelo BT-55 mostrou-se um fracasso, iniciando um período de decadência da Brabham.

Naquele ano participou das quatro primeiras provas (Brasil, Espanha, San Marino e Mônaco), terminando a apenas a etapa brasileira, em oitavo lugar.

Em 15 de maio de 1986, durante um teste privado da Brabham em Paul Ricard, na França, o aerofólio da Brabham de Elio de Angelis se soltou, provocando o capotamento de seu carro, que em seguida se incendiou.

A fumaça inalada pelo piloto acabou lhe custando a vida, uma vez que fisicamente o italiano teve apenas constada uma fratura de clavícula e pequenas queimaduras nas costas. Encerrava-se ali a carreira de um dos bons pilotos de sua geração
 
A Brabham contratou o inglês Derek Warwick para o restante da temporada.
 
ABAIXO, ELIO DE ANGELIS AO PIANO, UMA DE SUAS PAIXÕES, EM 1985, EM GRAVAÇÃO PARA UMA EMISSORA DA ALEMANHA, EM NURBURGRING

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Pela Fórmula 1:

Participou de 108 GPs, venceu dois (Áustria em 1982 e San Marinno em 1985, ambos pela Lotus) e fez três poles.

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