Dedeu

Ex-ponta-direita do Náutico
por Tufano Silva
 
Famoso tanto pelas boas temporadas no Náutico, no início dos anos 70, quanto por suas gafes em entrevistas, o ex-ponta-direita Dedeu seguia morando em 2013, segundo o jornalista Lenivaldo Aragão, em Portugal, onde mantinha uma escolinha de futebol.
 
Ederlindo Pereira Silva Filho nasceu em 22 de fevereiro de 1950. Iniciou sua carreira em 1970, defendendo o Guarany de Sobral-CE, sendo um dos destaques da equipe no Estadual daquele ano, junto com Teco-Teco.
 
Na temporada seguinte, foi negociado com o Náutico, onde o ponta-direita viveria o melhor momento de sua carreira. Ficou no Timbu até 1977, conquistando por lá uma vez o Campeonato Pernambucano, em 1974, em uma equipe que contava também com Neneca, Jorge Mendonça, Paraguaio e Beliato.
 
Do Náutico, foi transferido para o Guarani, de Campinas-SP. Fazia parte do elenco do Bugre que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1978, em final disputada contra o Palmeiras. Na temporada seguinte, foi comprado pelo Ferroviário, do Ceará, agremiação pela qual fez seu último gol em Nacionais, contra o ASA, de Arapiraca-AL, em em 14 de outubro de 1979.
 
Além do bom desempenho dentro dos campos, Dedeu também sempre foi muito famoso por suas gafes em conversas com jornalistas. É dele a celebre frase "Fiz que fui, não fui, e acabei `fondo´, dita a um repórter, ao tentar explicar um lance. Em outra oportunidade, ao ser perguntado sobre o que havia achado do jogo, respondeu da seguinte forma: "Eu não achei nada, mas Beliato (então zagueiro do Náutico) achou uma corrente de ouro perto da grande área?.
 
Abaixo, uma famosa história do ex-ponta Dedeu, contada por Milton Neves na Revista Placar
Entra ano e sai ano e o futebol está sempre produzindo situações e fatos inusitados, hilários. Quem não se lembra do Dedeu, "célebre? ponta-direita do Náutico nos anos 70? Ele foi companheiro de Jorge Mendonça e Vasconcellos, logo vendidos para o Palmeiras. Hoje, Jorge Mendonça está no céu e Vasconcellos no Chile, importando caipirinha em lata do Brasil. Pois, em 1974, naquela noite de sexta-feira, véspera de um explosivo Náutico x Santa Cruz nos Aflitos, Dedeu chegou de táxi na porta do hotel em que se concentrava seu time. Concluída a corrida, o motorista leu o taxímetro e tascou "30 reais, ok, Dedeu, meu ídolo?? Dedeu enfiou a mão no bolso e contou nota por nota: "tá aqui, 20, vintão, 20 reais?. O motorista não aceitou, já meio bravo: "É 30, nem um centavo a menos, é 30 e eu sou Santa Cruz ainda por cima?. Dedeu então pensou, pensou, pensou e encontrou a saída: "Ó, então é o seguinte, dá uma ré uns 10 quarteirões aí para trás que eu desço lá, venho a pé e você só cobra até aquele lugar quando era só 20 a corrida?. Dedeu hoje é economista.

Ainda sobre as pérolas de Dedeu, o jornalista Lenivaldo Aragão, do Jornal Vanguarda, de Caruaru-PE, escreveu o seguinte artigo, contando um interessante fato ocorrido na negociação de Dedeu com o Guarani, em 1977.

Dedeu atrapalhou
As atuações no Brasileiro paralelamente ao anedotário que se criou em torno de seu nome, nos anos 70, tornaram o ponta-direita Dedeu nacionalmente conhecido. Logo surgiu o interesse do Guarani pelo seu futebol. Ficou acertada sua ida a Campinas, juntamente com um representante do Náutico. Naquele tempo não existiam intermediários. Poderia até, num ou noutro caso, haver a figura do empresário, todavia, as conversações eram diretas entre clube e atleta. Assim, num belo dia saíram do Recife o presidente alvirrubro, Antônio Amante, seu assessor Pedro de Paula Barreto, Pedrão, e Dedeu. Este tinha 27 anos, mas os dirigentes do Timbu, na esperteza, haviam reduzido a idade do célebre ponta-direita em dois anos, nas negociações com a diretoria do Bugre. Queriam puxar um dinheirinho a mais. Dedeu, ainda no Recife, e também já em solo paulista, foi instruído várias vezes a dizer que estava com 25, caso fosse inquirido pelos cartolas campineiros. No raciocínio cartolês, quando o pessoal do clube paulista descobrisse a verdade, a transação já tinha sido feita, as promissórias estavam assinadas e não havia mais como anular o negócio.
Na sede do Guarani. muita conversa entre os dirigentes dos dois lados, prazo de pagamento, salário de Dedeu. etc. E o jogador na dele. Em dado momento, fazendo que não sabia de nada, o homem do Guarani, ladino como uma raposa - no mundo da cartolagem, já se sabe, sempre há um querendo passar a perna no outro - virou-se para o ponta e perguntou de sopetão: "Qual é mesmo sua idade, Dedeu?" Antes de Amante e Pedrão tomarem a palavra, o jogador respondeu: "Tenho 27 anos".
Foi uma verdadeira punhalada nas costas dos dois representantes do Náutico. Os três cartolas entreolharam-se interrogativamente, e o do Guarani retomou a conversa, agora dirigindo-se aos colegas de negociação: "Vocês não disseram que ele tinha 25 anos?" "Isso é doido, não sabe nem a idade que tem", respondeu Pedrão, em cima da bucha, ao mesmo tempo em que mostrava uma grande irritação com o atleta, pelo fato de ele não ter seguido o scripit que lhe tinha sido passado exaustivamente, só tendo faltado mesmo um ensaio, como numa peça de teatro.
Por sorte, mesmo sentindo que o Timbu tivera a intenção de ludibriá-lo, o Guarani manteve o interesse no jogador. No entanto, a dupla Amante/Pedrão perdeu o embalo para fazer uma pedida mais alta pelo passe de Dedeu.
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