Da Pré-História ao Futebol

Chico Santo, Bastidores da Copa do Mundo
Paula Vares Valentim
jornalista responsável

É impossível deixar de notar. Um lugar, absolutamente, único. Entre bandeiras, vuvuzelas, bolas e camisas de futebol, fica o olhar, ainda que de soslaio, para um dos mais charmosos recintos de preservação e manutenção das raízes do berço da civilização mundial. Quem vai a Pretória, capital administrativa da África do Sul, encontra no Transvaal Museu, localizado no coração da cidade, na charmosa Paul Kruger ST., um dos mais preciosos templos da antropologia. "Eu estou gostando, é bem diferente. Muita coisa que a gente não vê nem no Brasil nem na Europa. Estou curtindo muito?, afirma o bancário, brasileiro, perdido em terras sul-africanas em meio a cultura, Felipe Lungov. Fundado em 1892, o Museu de História Natural da África do Sul chama a atenção pela imponência e qualidade de acervo. Não é preciso muito para descrever o que indiscutivelmente pode ser considerado uma das grandes relíquias da humanidade. Mesmo porque, não é sempre que se pode ver ao ar livre, no jardim de entrada, em uma espécie de convite ao conhecimento, um pouco do que sobrou da era dos Dinossauros. São esqueletos reais e fósseis naturais colocados gratuitamente do lado de fora aos olhos de quem passa apressado pelo centro de Pretória. "É um privilégio grande esse. Nós convivemos com isso todos os dias. Não importa o momento ou a situação. Temos aqui o que muitas pessoas sonham em ver. Não dá para negar o prazer de andar em uma calçada como essa ao lado de ossos que um dia sustentaram algumas das maiores criaturas que já habitaram o planeta?, diz a administradora de empresas Ronny Scampel. Se do lado de fora, o museu chama a atenção, o mesmo ocorre em seu interior. Por apenas 20 rands, cerca de R$ 5,00, o visitante se depara no chamado banho de cultura e apreço pelo conhecimento. Logo no saguão principal, entre corredores e escadarias, o encontro com a atraente família, também lembrada pelos organizadores da Copa do Mundo de 2010. "É o Big Five?, diz o sul-africano Bulgene Gulmede. Com o tom selvagem característico da África do Sul, a coleção empalhada através da imagem singular que representam as espécies de elefantes, leões, rinocerontes, leopardos e búfalos - dentro da realidade local - dá as boas vindas de uma maneira natural e convidativa. "Quem vem a África do Sul não pode sair sem ver o Big-Five. Se de repente, você não consegue ver no Safari, pelo menos aqui não tem jeito?, acrescenta o visitante.

O museu conta com 5 salas temáticas. No Genesis da Vida (I e II) o destaque é para o desenvolvimento animal até o aparecimento do homem, com figuras de primatas que retratam bem a época histórica.   O Bird Hall apresenta ao público o mais completo índice de aves que habitam a África do Sul com informações sobre reprodução, migração e dados detalhados de vôos. O Geoscience Museum mostra uma rara coleção de minerais e cristais. Enquanto o Educational Programmes e o Discovery Centre buscam despertar o interesse do visitante para a importância de um conhecimento, ainda que superficial, para o que é tido como o início da Terra. "Tudo isso é importante para que a nossa história seja transmitida entre as gerações e que o passado não se perca pelo futuro?, diz a estudante Makgbil Grebstone. Uma bela opção para quem foi a África e não quer voltar apenas com o grito de gol. 

 

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