Copa do Mundo de 2010

A Copa da Fúria!

Em 2010, pela primeira vez na história das Copas, o mundial de futebol da FIFA foi disputado no continente africano. Mais do que um torneio marcado pela tecnologia, como ocorreu na Alemanha (2006) e Coreia / Japão (2002), a competição ganhou notoriedade pela importância social que representou nos bastidores da bola. Uma vitória de Nelson Mandela, o principal ativista sul-africano e ícone máximo da luta contra o racismo no mundo. Méritos, também, para a FIFA que, diante da coletânea de erros assinalados ao longo dos anos, acertou, sobretudo, no que diz respeito ao aspecto histórico-social.
Durante o primeiro processo de escolha do mundial, a África do Sul se viu derrotada pela própria falta de condições de infraestrutura para sediar a Copa do Mundo de 2006, quando a Alemanha se tornou a anfitriã do evento. Quatro anos depois, sacramentando a conferência do anúncio oficial outorgado em 15 de maio de 2004, em Zurique, na Suíça, o mundial chegou a Terra de Mandela.
Ao todo, trinta e duas seleções estiveram presentes no torneio. Sérvia e Eslovênia fizeram sua primeira participação na competição, que teve na vitória de Portugal por 7 a 0 diante a Coreia do Norte, a maior goleada do torneio. Mais uma vez, a exemplo do que já havia ocorrido em 2002, todos os campeões mundiais estiveram presentes. A Coreia do Sul, em pé de guerra com a Coreia do Norte também disputou o mundial. Em relação à bola, ficou a polêmica na "briga? entre atletas da Adidas e Nike. Questionada por um, aprovada por outros, a Jabulani rolou ao som de Waka-Waka, da colombiana Shakira, escolhida como a música tema.
Ao todo, nove municípios sediaram a competição. A Cidade do Cabo, tida como uma das cinco mais bonitas do mundo, de acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, foi a exceção fora das quatro linhas. Localizada na porção sul do país, exatamente no ponto de encontro dos oceanos Atlântico e Índico, foi a mais procurada pelos visitantes. Histórica, Cape Town, como é conhecida internacionalmente, foi a cobiça dos europeus durante o período das Grandes Navegações e também o ápice do triunfo de Bartolomeu Dias em sua "nova rota para as Índias?. Graças a ela, o Brasil, ao acaso, foi descoberto em 1492.
Outras oito cidades foram escolhidas para sediar o evento. Assim ocorreu em Port Elizabeth, Bloemfontein, Joanesburgo, Rustenburg, Pretória, Durban, Nelspruit e Polokwane. Cada uma com sua característica especial com destaque Port Elizabeth, palco da derrota da Seleção Brasileira diante da Holanda, que ficou conhecida durante o Apartheid como "cidade dormitório da população negra? no país.
Evidentemente, por trás das câmeras, muitos foram os registros de violência através de roubos e intimidações tanto às equipes de reportagens da imprensa internacional quanto aos próprios turistas. Uma Copa em que a falta de transporte público dificultou o acesso de quem queria circular pelo país. O bom senso também deixou a desejar na categoria de taxistas formada no luxuoso Aeroporto Internacional de Joanesburgo e, ao mesmo tempo em que muitos estádios foram concluídos somente às vésperas da abertura do mundial, a Copa do Mundo da África do Sul, no final das contas, deixou um saldo muito mais positivo do que negativo em relação ao esperado.
O Brasil na Copa
Vista por um ângulo mais apurado, pelo menos no que diz respeito ao conjunto da obra, a Seleção de Dunga, não deixou a desejar. O capitão do tetra responsável pela formatação do processo de renovação da equipe conquistou a Copa América de 2007, Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010 e Copa das Confederações da África do Sul. Errou, no entanto, em um momento capital, ao deixar de fora da lista dos 23 convocados para o mundial, estrelas como Neymar e, ao mesmo tempo, embarcar para a Copa sem um substituto a altura de Kaká. Tanto que, contra a Holanda, quando precisou de um time mais ofensivo, simplesmente, não teve banco para isso.
O grande problema da era Dunga, entretanto, ficou por conta da maneira áspera como o treinador tratou a imprensa brasileira às lentes de todo o planeta. O caso Alex Escobar, em plena cobertura da Copa, culminou com o ápice da crise. Tudo porque nos bastidores, tanto a TV Globo quanto a assessoria de comunicação da CBF, através de Rodrigo Paiva, já haviam acertado um bate-papo com Luís Fabiano. Antes da discussão, transmitida ao vivo, contudo, Dunga chegou a ser repreendido pela FIFA depois de proibir o trabalho dos jornalistas durante o período de preparação da Copa em Joanesburgo, o que feriu o próprio regulamento da competição que preza, justamente pelos direitos adquiridos aos patrocinadores e veículos oficiais do evento.
Dentro de campo, a Seleção Brasileira estreou contra a fraca equipe da Coreia do Norte em 15 de junho de 2010, no Estádio Ellis Park de Joanesburgo. Além de não convencer, o apertado placar de 2 a 1 diante do mesmo adversário que tomou a maior goleada da Copa, ao ser derrotado por Portugal por 7 a 0, chamou a atenção para a falta de criação do setor ofensivo do time. Erro, aparentemente, corrigido contra a Costa do Marfim, na vitória por 3 a 1, no Soccer City de Joanesbugo. O jogo ficou marcado pela boa apresentação de Luís Fabiano, a injusta expulsão de Kaká e a briga entre Dunga e Alex Escobar nos bastidores. Contra Portugal, no último duelo da fase eliminatória, empate em 0 a 0 com Cristiano Ronaldo em tarde inspirada.
Em 28 de junho de 2010, no primeiro desafio eliminatório da Seleção Brasileira, vitória por 3 a 0 contra o Chile. O time canarinho foi então para Port Elizabeth onde, contra a Holanda, fez um excelente primeiro tempo e terminou a etapa inicial em vantagem, com gol anotado por Robinho. No 2º Tempo, contudo, a defesa do Brasil falhou. A começar pelo frango de Júlio César e a expulsão de Felipe Melo. O time holandês venceu por 2 a 1, de virada, e seguiu invicto até a final da Copa, quando perdeu na prorrogação para a Espanha, por 1 a 0.
A campeã
Foi a Copa do Mundo da consolidação. Em 2010, depois de vencer a Eurocopa de 2008 e terminar com a terceira colocação da Copa das Confederações de 2009, a Espanha, finalmente, afastou a fama de amarelão e reverteu o favoritismo em resultado, confirmando o que se tornaria a época de ouro do futebol espanhol com as conquistas da Fúria e também do Barcelona.
Dentro do mundial da FIFA, entretanto, a Espanha não começou bem. Em 16 de junho de 2010, no balneário de Durban, estreou com uma derrota por 1 a 0 diante da Suíça. Na sequencia, em Joanesburgo, venceu a equipe de Honduras por 2 a 0. Depois, na última partida da fase eliminatória, disputada em Pretória, derrotou o Chile por 2 a 1 e evitou o confronto de oitavas de final com o Brasil.
Em 29 de junho, encarou na Cidade do Cabo, a rivalidade portuguesa. Placar de uma 1 a 0 no tempo normal. Nas quarta-de-final, em um jogo tecnicamente ruim, derrotou o Paraguai por 1 a 0. O duelo ficou marcado por duas penalidades desperdiçadas para cada um dos times durante os 90 minutos. Em 07 de julho, os espanhóis voltaram a Durban. Frente a Alemanha, a Fúria se recuperou da má impressão deixada na estreia do torneio e com o placar de 1 a 0 se classificou para a final do mundial. Na última partida, depois do empate em 0 a 0 com a Holanda no tempo normal, levantou a taça com o gol anotado por Iniesta na prorrogação. Foi o primeiro título espanhol na história das Copas.
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