Cláudio de Luna

Ex-advogado e jornalista da TV Tupi
Abaixo, confira texto sobre a vida de Cláudio de Luna, escrito e enviado por seu filho Márcio de Luna. Alô Márcio, muito obrigado!
"Cláudio de Luna, mineiro de Muzambinho, morreu no dia 13 de outubro de 2006, em São Paulo. Nascido no dia 29 de novembro de 1925, era advogado criminal formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (SP) na turma de 1953.
Atuou como advogado por mais de 50 anos, sendo um dos criminalistas mais antigos em atuação no Brasil (seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - era 7.320). Teve atuações notórias no tribunal do Júri e na Justiça Militar do Estado de São Paulo, onde atuou por muitos anos, defendendo inúmeros policiais militares nos mais variados casos. Defendia grande parte da Polícia Militar no caso dos "111? da casa de detenção em 1991, defendendo por um período inclusive o Coronel Ubiratan Guimarães. Em 2004, 2005 e 2006 exerceu seu mandato como Conselheiro no Conselho Penitenciário do Estado de São Paulo.
Uma curiosidade de sua vida é que em São Paulo, quando o Dr. Claúdio de Luna foi se matricular no cursinho que preparava os alunos para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, foi entrevistado pelo Castelões (dono do cursinho que levava seu nome, na época isso acontecia com todos os alunos novatos) e ouviu deste: "Meu filho, volte para sua cidade, estude mais um ou dois anos e depois venha se matricular novamente, pois você não tem a mínima condição de fazer nosso curso.?. Cláudio, desolado, pensou no que ia fazer e decidiu como todo bom mineiro arriscar e enfrentar o problema. Pegou o dinheiro que havia juntado para fazer o cursinho foi a uma livraria e comprou os livros que precisava estudar para o vestibular da melhor faculdade de direito do país. Trancou-se por três meses em uma pensão no centro de São Paulo e entrou em 18º lugar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Além de advogado, trabalhou na rádio e TV Tupi de São Paulo durante 25 anos, desempenhando funções de locutor, animador e apresentador (1948-1973), tendo sido agraciado por três vezes com o Prêmio Roquete Pinto, o maior prêmio de televisão da época.
Fez o ginásio no Colégio Ateneu Paulista, em Campinas (SP), e o clássico no Colégio Estadual Euclides da Cunha, em São José do Rio Pardo (SP), onde iniciou suas atividades de radialista na rádio Difusora, ocasião em que dirigiu também o jornal dos estudantes daquela cidade, colaborando com a publicação de seus primeiros versos.
Foi também um poeta e um grande contador de causos. Contava muitas histórias de Muzambinho (MG), todas cômicas, que são sempre comentadas por seus amigos e parentes. Abaixo, uma de suas famosas histórias:
Lá em Muzambinho, um menino muito humilde foi à igreja central da cidade rezar para o Santo, e pedir-lhe ajuda financeira, pois estava passando por muitas dificuldades. No momento do pedido, atrás do altar da igreja, havia um sargento, que passava pela sacristia e que como o menino fez o pedido em voz alta, o sargento ouviu tudo. Comovido, jogou uma nota de alguns mil réis para o humilde rapaz, e este, acreditando que o santo havia lhe ajudado, pegou a nota que havia saído de trás do altar, e prometeu ao Santo que assim que tivesse condições voltaria para devolver o dinheiro. O menino comprou uma caixa de engraxate e foi trabalhar nesta função na praça da cidade.
Conseguiu cativar sua clientela, e subiu na vida. Tempos depois, o mesmo Sargento foi engraxar o sapato, e por coincidência quem engraxou seu sapato, foi o mesmo rapaz da promessa. O sargento, reconhecendo o garoto, notou que este estava muito melhor vestido e que parecia estar se dando bem na vida, pois havia fila de clientes para engraxar o sapato com o simpático rapaz.
O sargento perguntou ao menino: - Garoto, o que você fez para ter tantos clientes? O menino respondeu: - Fiz um pedido na igreja da cidade, e o santo acolheu minhas preces. O sargento, muito curioso, perguntou ao menino:
- Garoto, e o dinheiro que o santo te emprestou, você já devolveu? O menino respondeu: - Não senhor, mas hoje mesmo eu irei à igreja sem falta pagar a minha dívida!!!
Ao final do dia, o menino, como havia prometido, foi à igreja cumprir a sua promessa. Chegando lá, disse ao santo: - Meu santo, muito obrigado pela ajuda, hoje estou bem e consigo ajudar minha mãe. Agora, eu sei que atrasei no pagamento, mas o Senhor não precisava ter ido dar parte de mim na delegacia!!!
De tudo na vida o Dr. Claúdio de Luna só não teve tempo de publicar muitos de seus versos e causos, que hoje estão guardados com a família. Faleceu no dia 13 de outubro passado, dormindo, sem esboçar um, gemido. Morreu como pediu a Deus, sem dar trabalho e antes de sua esposa Lalá, pois dizia não poder viver sem ela.
Filho de Tancredo de Luna e Elisa Paiva de Luna, teve 3 irmãos: Antônio de Luna, Paulo de Luna e Dayser de Luna, esta última muito presente na infância de Milton Neves.
O Dr. Cláudio deixou a esposa Maria Eulália Reis Carvalho de Luna (falecida em 5 de março de 2011), o filho Márcio de Luna, muitas lembranças e histórias alegres, além de seu legado de cultura e sabedoria.
Márcio de Luna?
Clique aqui e veja a página de Maria Eulália Reis Carvalho de Luna, esposa de Cláudio de Luna
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