Chiquinho

Ex-goleiro do Noroeste, Garça e Corinthians de Prudente
Sobre Chiquinho recebemos o seguinte e-mail com texto de Zancopé Simões no dia 7 de maio de 2008.
De: zancopesimoes
Enviada em: quarta-feira, 7 de maio de 2008 19:44
Para: Terceiro Tempo

O GOLEIRO QUE DEFENDEU PÊNALTI DO PELÉ - por Zancopé Simões

"Chiquinho, Francisco Cefaly Neto, foi um goleiro de muito destaque no futebol do interior do estado de São Paulo. Começou no Noroeste de Bauru em 1964, onde foi campeão da 1ª Divisão da FPF de 1970. Também jogou pelo Garça Futebol Clube, São Manoelense, Velo Clube, São Carlos e Corinthians de Presidente Prudente.
 
Ele fala com emoção da sua carreira e destaca três lances em especial: um gol que marcou contra o Olímpia, um pênalti defendido aos 43 minutos do segundo tempo e, o mais significativo, a defesa de uma penalidade máxima cobrada por Pelé. Aliás, ele se orgulha também de ter defendido um pênalti de Ivair, o Príncipe do Futebol, em 1966, quando o Noroeste venceu a Portuguesa por 2x1, em jogo noturno no Canindé. Defendeu um pênalti do Rei e um do Príncipe.
 
O gol ele marcou em 4 de Outubro de 1973, contra o Olímpia. Chiquinho saiu da área para evitar um ataque do adversário e deu um chutão para a frente, encobrindo o goleiro Claudinei, recém chegado do Flamengo e fazia sua estréia no Olímpia naquele dia. Só existiam registros de outros 3 gols semelhantes.
 
A defesa do pênalti decisivo aconteceu dia 4 de dezembro de l972 contra o Grêmio Catanduvense. A partida aconteceu em Catanduva e estava 3 a 2 para o Garça quando, aos 43 do segundo tempo, foi marcada a falta máxima. Legítima. Com sua defesa a equipe garcense sagrou-se Campeã da Série Arthur Friedenreich, então a Segunda Divisão do Futebol Paulista.

Mas o lance mais emocionante da sua vida aconteceu contra o Santos Futebol Clube e Chiquinho lamenta que não haja registro oficial por capricho do árbitro Albino Zanferrari.

Dia 19 de julho de 1965, uma quarta-feira à noite, a Vila estava lotada para ver Pelé que voltava depois de um período de contusão.

O Santos entrou com Gilmar, Carlos Alberto, Mauro, Orlando e Lima; Zito e Salomão; Peixinho, Coutinho, Pelé e Abel. O Noroeste com Chiquinho (fazendo sua estréia no time profissional), Aracito, Virgílio, Brito e Airton; Moraes e Lourival; Passarinho, Alex; Teixeira e Plínio.

Vale lembrar que naquela época não era possível a substituição dos atletas.

O jogo estava 2x1 para o Santos e o Noroeste suportava bem a pressão daquela equipe fantástica, quando saiu o pênalti.

Pelé ajeitou a bola, deu a tradicional paradinha e tocou rasteiro no canto esquerdo de Chiquinho que se esticou todo e colocou a bola para escanteio. Zanferrari mandou cobrar tiro de meta. Quando alguém reclamou que o goleiro tinha defendido, ele afirmou:
- "Impossível. Pênalti de Pelé ninguém defende"

Daí para frente foi difícil segurar o Rei. Ele pedia bola toda hora e chamava o jogo para si. De repente partiu para cima da defesa, driblou dois e ficou na cara do gol, com aqueles olhos esbugalhados que Chiquinho não esquece. Ameaçou um petardo, deu uma ginga e tocou no meio das canetas do guapo. O jogo terminou 6 a 2 para o Santos, com cinco gols de Pelé.

Ainda assim o jovem goleiro estreante foi considerado o melhor em campo pois, sem suas defesas importantes, Pelé certamente teria feito outro tanto de gols."

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