Direto de Londres - Tudo dentro do esperado. Exatamente como previa o Comitê de Organização dos Jogos de Londres em julho de 2006, quando foram iniciadas as licitações para a construção do Estádio Olímpico. De lá para cá, claro, muita coisa mudou. E, simultaneamente com o badalar compassado do Big-Ben, o que se observa na Inglaterra vai além do comprometimento de finalização da obra em tempo de receber a principal competição de diferentes modalidades da Terra. Na realidade, mais uma vez, o que os ingleses passam ao mundo nesse momento se resume em um recibo autêntico daquilo que mais caracteriza o reino, a pontualidade. 
Sincronia capaz de superar a criatividade. Basta dizer que os organizadores dos jogos já estão preparados para a festa de inauguração do Estádio Olímpico, no próximo dia 5 de maio, há exatas 2012 horas da abertura oficial do evento. Números que, não por acaso, entrarão para a história. Cerca de 40 mil espectadores são esperados para a festa. A cerimônia contará com a presença de personalidades do esporte e celebridades de toda a Europa. Um momento para testar o complexo de 60 mil lugares ampliado em uma capacidade total de 80 mil pessoas provisoriamente para a disputa da competição.
Situado em uma ilha fluvial, dentro de um antigo terreno industrial entre os rios Lea e Bow Back, o Estádio Olímpico custou 469 milhões de libras ao Governo Britânico. Começou a ser erguido em abril de 2008, após a demolição das estruturas que ocupavam o local, bem como a limpeza de toda a área. Um ano depois os engenheiros deram início ao levantamento do teto de cerca de 37 metros de altura. A iniciativa levou em conta um estudo realizado pelos organizadores do evento que comprovaram que a ausência de um telhado, diante da constatação da necessidade de cobertura para a preservação das condições ideais das provas, poderia inviabilizar os eventuais e desejados novos recordes olímpicos.
O estádio, levantado através da parceria do Team McAlpine, o mesmo que construiu o Emirates Stadium, com a HOK Sport, responsável pelo Estádio Olímpico de Sydney, recebeu, ainda, uma arquitetura sustentável. Foi criticado do ponto de vista estético, mas, ao fim das contas, se não se tornou tão deslumbrante quanto o Estádio Ninho de Pássaro, de Pequim, ao menos se destaca pela preservação do meio ambiente, muito mais importante do que o ego viçoso de quem quer que seja.