Chico Landi

Primeiro brasileiro a guiar na Fórmula 1
por Marcos Júnior Micheletti
 
Francisco Sacco Landi, o Chico Landi, morreu em São Paulo no dia 7 de junho de 1989, aos 81 anos, vítima de insuficiência cardíaca.
 
Primeiro brasileiro na Fórmula 1, Chico Landi, paulistano nascido em 14 de julho de 1907, começou sua carreira no Rio de Janeiro, em 1934 no Circuito da Gávea, onde venceu inúmeras provas e também se destacou nas corridas de rua disputadas nas ruas de São Paulo e em diversas cidades, como Campinas e São Vicente, ambas em São Paulo.
 
A primeira prova que Landi participou na Fórmula 1 foi o GP da Itália de 1951, em Monza, no segundo ano oficial da categoria máxima do automobilismo, pilotando uma Ferrari 375 alugada. Ele largou em 16º no grid que tinha 22 carros mas não completou a prova disputada no tradicional circuito de Monza.
 
Na Europa, entre 1947 e 1957 correu ao lado de pilotos como Juan Manuel Fangio, Alberto Ascari e Giuseppe Farina, entre outros.
 
Em 1947, guiando uma Maserati no tradicional Grande Prêmio de Bari, na Itália, recebeu um convite para a prova do ano seguinte, com uma Ferrari.
 
E Chico Landi venceu a prova italiana de 1948, o que acabou provocando um pequeno problema para os organizadores da prova, que por não terem o hino nacional brasileiro, acabaram tocando "O Guarani", de Carlos Gomes. Ele repetiu o triunfo em Bari em 1952.
 
Neste período convenceu o comendador Enzo Ferrari a lhe vender um de seus carros, mas teve um grande dissabor, ao notar que o carro, que pensara ser novo era usado. O carro foi pintado com as cores brasileiras, predominando o amarelo e mesmo com uma máquina de "segunda mão" não decepcionou.
 
Em 1956, dividiu o comando de uma Maserati 250 F com o italiano Gerino Gerini, foi o primeiro brasileiro a pontuar na categoria máxima do automobilismo mundial, chegando em quarto lugar no Grande Prêmio da Argentina, disputado em 26 de Janeiro na cidade de Buenos Aires.
 
Ao lado de Tony Bianco construiu um carro para disputar os 500 quilômetros de Interlagos no início da década de 60. O modelo, inspirado nas Ferrari Shark Nose (nariz de tubarão) utilizava duas motorizações: o mesmo utilizado pelo Alfa Romeo JK 2000 e um 2600 do Simca Chambord.
 
Chico Landi correu até 1974, quando disputou as 25 Horas de Interlagos ao lado do filho Luiz Landi e do falecido Antônio Castro Prado. A equipe, a bordo de um Maverick, terminou a prova em terceiro lugar. Na ocasião, Chico Landi tinha 66 anos.
 
Após deixar a carreira de piloto, Landi  se valeu de sua  grande experiência na condução de uma oficina mecânica na Rua Afonso Brás, em Santo  Amaro, zona sul de São Paulo.
 
Também foi administrador do Autódromo Internacional José Carlos Pace, em Interlagos, sendo um dos responsáveis pelo retorno da pista ao calendário da Fórmula 1, em 1990, mas faleceu antes e não conseguiu ver seu sonho realizado.
 
O amor pelas pistas, em particular pelo Autódromo de Interlagos, o levou a um pedido que foi atendido pela família, quando de seu falecimento: suas cinzas foram espalhaadas no autódromo paulistano.
 
Chico Landi foi amigo do Papa Pio XII, antes mesmo dele ter se tornado Papa. Landi foi recebido diversas vezes no Vaticano por Pio XII, um entusiasta das corridas de automóvel. Aqui a história, em matéria publicada no Portal Terceiro Tempo.
 
Bird Clemente, ex-piloto brasileiro, um dos mais brilhantes de sua geração, relembrou esta história no "Programa do Jô", na Globo, em 12 de maio de 2010. Veja abaixo, a partir dos 25 segundos:

Bird Clemente, piloto brasileiro, um dos maiores ícones de sua geração, relembrou esta história no "Programa do Jô", na Globo, em 12 de maio de 2010. Veja abaixo, a partir dos 25 segundos:

 
ABAIXO, PRÉVIA DO FILME/DOCUMENTÁRIO "EU QUERIA SER CHICO LANDI", DE GUGA LANDI E PAULO PASTORELO.

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