Carlos Valadares

Ex-narrador esportivo
por Túlio Nassif
Carlos Valadares foi um grande narrador esportivo. Nasceu em 1949 e devido a problemas respiratórios, faleceu no dia 1 de janeiro de 2012, em Minas Gerais, aos 63 anos.
Narrou várias Copas do Mundo e por diversos meios de comunicação.
Na Alemanha em 1974, esteve à frente pela Rádio Itatiaia. Em 1978 na Argentina e 1982 na Espanha, serviu a Rede Globo.
Em terras mexicanas, pelo pool SBT/Record (era do SBT), viu Maradona erguer a taça em 1986.
Também pelo Sistema Brasileiro de Comunicação participou da cobertura dos mundiais da Itália, em 1990,  e dos Estados Unidos, em 1994. No último, teve um gosto especial, pois a Seleção Brasileira sagrava-se tetracampeã mundial.
A principal decepção foi na França, em 1998, quando narrou pela Rádio Record, presenciou a final em que o Brasil perderia para a anfitriã por goleada.
Nos anos 90, ele fez muito sucesso na narrações de luta livre na Rede paranaense OM, na TV Manchete e na Record.
Algumas dessas lutas, ele tinha como comentarista o lendário Bob Léo, ex-lutador de Supercatch.

Abaixo reproduzimos o texto do jornalista Carlos Valadares escrito para o jornal belo horizontino o "Momento" em 28 de agosto de 2009


Globo x Record
SEM TOMAR PARTIDO  Quero deixar claro que não tenho nenhuma preferência nessa briga entre Record e Globo. Tive a honra de trabalhar nas duas redes nacionais: na Globo foram quase 10 anos, na Record 14 anos. Na Globo cheguei quase virgem sobre televisão, pois era narrador esportivo da Rádio Itatiaia. Minha experiência em TV foi na Vila Rica, hoje Rede Bandeirantes, que pertencia a Força Nova de Comunicação, formada ainda pela Itatiaia e Jornal Diário de Minas. Depois de extinta a Força Nova, a Itatiaia foi se firmando até transformar-se na grande potência que é hoje. Como dizia Januário Carneiro, saudoso patrão, professor e amigo, eu passei para a história da Rádio. Fui o principal narrador da 1ª Copa do Mundo transmitida pela Itatiaia com equipe e recursos próprios. Foi a Copa da Alemanha, em 1974. Ninguém mais pode fazer a mesma coisa, pode ser narrador da 2ª, 10ª, sei lá, mas da 1ª copa eu fui o narrador. Na verdade, tinha comigo o companheiro Haroldo de Souza, mas eu era o narrador principal. Numa equipe comandada por um bravo guerreiro do jornalismo esportivo, Oswaldo Faria também saudoso chefe e incentivador. Emanuel, meu querido padrinho, hoje o presidente da Rádio, nunca gostou de fazer parte dessas "aventuras?, preferia o comando dos bastidores. Em 1978, depois de rápida passagem pela inconfidência, já estava na Rede Globo, mas apenas como coadjuvante na copa da Argentina. Entretanto, em 1982, na Copa da Espanha, eu já era o segundo da Rede, o primeiro era o Luciano do Vale. Dessa Copa ficou a frustração do melhor time não vencer o Mundial, a Seleção de Telê Santana, naquela triste tarde no Estádio Sarriá, em Madri, para nós brasileiros, claro. Passei tempos sem nem querer ouvir falar em Paulo Rossi, o nosso carrasco, que fez os 3 gols da vitória da Itália; 3x2. Em 86 já estava na Rede Record, onde permaneci durante 14 anos. Cheguei contratado por Paulo Machado de Carvalho, uma glória para qualquer profissional, mas 50% da Emissora já pertenciam a Silvio Santos. Naquele ano, a Copa foi no México e vestíamos a camisa SBT/Record. Pouco tempo depois, houve a negociação com o Bispo Edir Macedo que transformou a Record em uma grande rede nacional. Não cabe a mim discutir como. Durante todo o tempo que lá estive, nunca fui pressionado a freqüentar a Igreja Universal ou fazer qualquer tipo de doação. Os evangélicos que dirigiam a Rede sempre foram profissionais de alto nível e outros que não eram evangélicos e que participavam da direção da casa, como o Lafom, por exemplo, que também já passou para o andar de cima, um craque em programação de TV. Contei essa "historinha? dizer que estou triste com essa briga entre as duas emissoras, sem tomar partido, como jornalista que sou. *Carlos Valadares é Jornalista
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